Uma comunidade
cristã foi estabelecida em Filadélfia no final
do primeiro século. De acordo com Apocalipse 3:8,
os cristãos não tinham muita influencia, mas
mostraram lealdade e fé a despeito da oposição
local. Por volta de 110 d.C, não muito depois que
o Apocalipse foi escrito, um líder cristão,
Inácio de Antioquia esteve brevemente em Filadélfia
antes de ser levado para a execução em Roma.
Mais tarde ele escreveu uma carta para a congregação
de Filadélfia. Em 155 d.C. , onze cristãos
de Filadélfia foram martirizados com Policarpo, o
bispo de Esmirna (Martyrdom of Polycarp 19:1).
Filadélfia fica num vale aos
pés de um platô montanhoso. A parte de baixo
e escura, no centro da imagem, mostra a área da antiga
cidade. Os reis de Pérgamo fundaram Filadélfia
como um posto avançado do seu Reino no segundo século
a.C. A cidade estava localizada ao longo de uma importante
estrada de viagem que ligava Pérgamo ao norte com
Laodicéia ao sul. Nos tempos do novo testamento,
Filadélfia fazia parte da província Romana
da Ásia. A cidade foi devastada por um terremoto
em 17 d.C. e por um tempo as pessoas viveram com medo de
tremores. Filadélfia foi reconstruída com
ajuda do imperador Tibério.
Como outras cidades
na região, Filadélfia prosperou através
da agricultura e indústrias relacionadas. O solo
no vale era propício para o crescimento das vinhas,
resultando numa importante produção de vinho.
Os rebanhos que eram pastoreados na área supriam
lã e pele para tecidos e produtos de couro.
Divindades
Tradicionais
Uma inscrição encontrada em Filadélfia menciona diversos deuses e deusas. Zeus, o chefe dos deuses, foi dito que mandou o povo ser puro, não praticar o engano, assassinato, roubo, adultério e outros tipos de mal. Havia um altar para Hestia, a deusa do coração e do lar. A inscrição também menciona deuses salvadores, incluindo Boa Fortuna, Virtude, Saúde e outras deidades.
Culto
ao Imperador
Filadélfia
se beneficiava de uma longa e favorável relação
com Roma. Um local para o culto a César Augusto foi
estabelecido aqui em 27-26 a.C. Após o imperador
Tibério ajudar a reconstruir a cidade depois do terremoto,
a cidade chamou-se Neocesareia, para mostrar sua gratidão.
Durante o reino de Vespasiano (d.C. 69-79) que veio da família
de Flávio, a cidade mostrou sua devoção
ao imperador chamando-se a si mesma de Filadélfia
Flavia.
Judaísmo
Havia
uma sinagoga em Filadélfia no final do primeiro século
d.C. Numa inscrição do terceiro século
próxima a cidade também menciona uma sinagoga,
indicando que a comunidade judaica viveu nesta área
por um bom tempo. De acordo com Apocalipse 3:9, alguns membros
da sinagoga em Filadélfia mostraram hostilidade em
relação à comunidade cristã.
Cristianismo
Uma comunidade
cristã foi estabelecida em Filadélfia no final
do primeiro século. De acordo com Apocalipse 3:8,
os cristãos não tinham muita influencia, mas
mostraram lealdade e fé a despeito da oposição
local. Por volta de 110 d.C, não muito depois que
o Apocalipse foi escrito, um líder cristão,
Inácio de Antioquia esteve brevemente em Filadélfia
antes de ser levado para a execução em Roma.
Mais tarde ele escreveu uma carta para a congregação
de Filadélfia. Em 155 d.C. , onze cristãos
de Filadélfia foram martirizados com Policarpo, o
bispo de Esmirna (Martyrdom of Polycarp 19:1).
A
Carta à Igreja em Filadélfia
E
ntre as sete cartas às igrejas no Apocalipse, encontramos duas que não
contêm nenhuma crítica das igrejas: A carta à igreja em Esmirna, uma congregação
pobre que enfrentava perseguição, e a carta à igreja em Filadélfia, uma
congregação fraca e limitada, mas que dependia de Deus. Os homens tendem a
medir força e qualidade em termos de tamanho, poder e riqueza. Jesus vê as
igrejas de forma diferente. Independente de sucesso em termos que o mundo vê e
mede, Jesus olha para o caráter e o coração de cada discípulo e de cada
igreja. Ele sabe muito bem quem pertence a ele.
Ao
Anjo da Igreja em Filadélfia (3:7-13)
A
igreja em Filadélfia (7): As únicas referências bíblicas a Filadélfia
se encontram no Apocalipse (1:11; 3:7). A cidade de Filadélfia gozava
uma localização estratégica de acesso entre os países antigos de Frígia, Lídia
e Mísia. Foi fundada pelo rei de Pérgamo, Atalo, cerca de 140 a.C. Ele foi
conhecido por sua lealdade ao seu irmão, assim dando origem ao nome da cidade (Filadélfia
significa amor fraternal). A região produzia uvas e o povo especialmente
honrava Dionísio, o deus grego do vinho. A cidade servia como base para a
divulgação do helenismo às regiões de Lídia e Frígia. Foi localizada num
vale no caminho entre Pérgamo e Laodicéia. Filadélfia foi destruída por um
terremoto em 17 d.C. e reconstruída pelo imperador Tibério. Em alguns momentos
de sua história, a cidade recebeu nomes mostrando uma relação especial ao
governo romano. Depois de ser reconstruída, foi chamada brevemente de Neocesaréia.
Durante o reinado de Vespasiano, foi também chamada de Flávia (nome da mulher
dele, e a forma feminina de um dos nomes dele). Atualmente, a cidade de Alasehir
fica no mesmo lugar, construída sobre as ruínas de Filadélfia.
Estas
coisas diz o santo, o verdadeiro (7): Nesta carta, Jesus não empregou as
descrições do capítulo 1 para se identificar. Ele afirma ser o
santo e o verdadeiro. São
características divinas (6:10). A santidade é uma das qualidades principais de
Deus (veja 4:8; Isaías 6:3). Ninguém é igual ao Santo Deus (Isaías 40:25). A
palavra “verdadeiro” é usada freqüentemente no Novo Testamento, e
especialmente nos livros de João, em referência a Deus (Pai e Filho). Veja João
3:33; 7:28; 8:26; 17:3; 1 João 5:20; Apocalipse 3:7; 6:10; 19:11; Romanos 3:4;
1 Tessalonicenses 1:9. Enfatiza a sinceridade dele, em contraste com a falsidade
dos judeus em Filadélfia.
Aquele
que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém
abrirá (7): Esta linguagem vem de Isaías 22:20-24, onde a autoridade
sobre Jerusalém e sobre Judá é transferida a Eliaquim. A chave representa
autoridade e poder. Jesus, como descendente real de Davi, controla o acesso ao
reino de Deus. Ele abre, e ninguém é capaz de fechar. Ele fecha, e ninguém
consegue abrir.
Conheço
as tuas obras (8): Como afirmam todas as cartas, Jesus conhece de
primeira mão as obras dos cristãos em Filadélfia.
Tenho
posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar (8):
Antes de falar sobre as obras deles, Jesus já oferece encorajamento a esses
discípulos. Mesmo sendo servos fiéis, eles sentiram fracos e, talvez,
incapazes de cumprir bem seus deveres ao Senhor. Jesus queria assegurá-los de
sua fidelidade para com os seus servos.
Portas
abertas representam acesso e oportunidades. Deus abre a porta da fé quando
oferece o evangelho aos homens (Atos 14:27), assim lhes dando acesso à comunhão
com ele. Abre portas de trabalho para seus servos divulgarem a palavra (1 Coríntios
16:9; 2 Coríntios 2:12; Colossenses 4:3). Aqui ele não fala especificamente da
natureza das oportunidades dadas aos discípulos em Filadélfia, mas garante que
as portas ficariam abertas. Hoje, quando Deus abre portas de oportunidade para nós,
devemos aproveitá-las (Tiago 4:17).
Que
tens pouca força (8): Fraqueza nem sempre sugere pecado. Jesus não
condena esta igreja por nenhum erro, mas diz que ela tinha pouca força. Pode
ser que fossem poucos em número, ou de outra maneira limitados em capacidade.
Quando reconhecemos as nossas próprias limitações e fraquezas, devemos
confiar mais em Deus e depender de sua força (2 Coríntios 12:9-10). Como
Eliseu venceu os siros pelo poder de Deus (veja 2 Reis 6:16-17), os fiéis em
Filadélfia teriam sua vitória pela força de Jesus.
Entretanto,
guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome (8): Apesar de suas
limitações, a igreja em Filadélfia se mantinha fiel. Guardava a palavra de
Jesus. Ele veio ao mundo e revelou a sua palavra, que nos julgará no último
dia (João 12:48-50). Esta nova aliança entrou em vigor após a morte de Jesus
(Hebreus 9:15-17; 8:6-13). Devemos obedecer a perfeita lei da liberdade que
Jesus nos deu (Tiago 1:25). Eles defendiam o nome de Jesus e não o negaram.
A
sinagoga de Satanás (9): Havia uma sinagoga de Satanás, uma congregação
de falsos judeus, também em Esmirna (2:9). Sabemos do livro de Atos que as
primeiras perseguições da igreja, tanto em Jerusalém como na Ásia, foram
feitas por judeus. A igreja em Filadélfia sofreu por causa desses falsos
judeus.
Eis
que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei
(9): Apesar de serem fracos, os discípulos em Filadélfia ficariam do lado do
vencedor. Seriam exaltados acima dos seus inimigos (veja Isaías 60:14). Os
servos fiéis e vitoriosos podem reinar com Cristo sobre as nações (20:4;
2:26-27), mas a glória e a adoração ainda pertencem totalmente ao Senhor.
Esta honra serviria de prova do amor de Jesus para com os seus seguidores. Os
falsos judeus os odiavam, mas o Senhor e Cristo os amava!
Porque
guardaste a palavra da minha perseverança (10): Não desistiram!
Eu
te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para
experimentar os que habitam sobre a terra (10): Os discípulos em Filadélfia
seriam guardados num período de provação que afligiria o mundo. Pode ser uma
referência à perseguição que começou no reinado de Domiciano e que causou
terrível sofrimento e a morte de centenas de milhares de pessoas. Independente
da natureza específica desta provação, Jesus prometeu proteção (mas não
isenção de sofrimento) aos fiéis em Filadélfia. Ainda precisariam conservar
o que tinham (3:11).
Venho
sem demora (11): A vinda de Jesus traria alívio para os servos que
sofriam pelo nome dele, e castigo terrível para os perseguidores e imundos.
Para a maioria em Sardes, seria um dia de angústia (3:3). Para os cristãos em
Filadélfia, seria um dia de alívio.
Conserva
o que tens, para que ninguém tome a tua coroa (11): Depois de tudo que
Jesus fez e prometeu, os cristãos em Filadélfia ainda teriam que fazer a sua
parte. Ainda enfrentariam tentações e correriam o risco de perder tudo que
haviam alcançado. Mesmo os servos mais fiéis precisam vigiar e permanecer fiéis
até o fim.
Ao
vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus (12): As colunas de
Filadélfia racharam e caíram no terremoto algumas décadas antes, mas as
colunas no verdadeiro templo de Deus jamais seriam
destruídas. Estas não são de pedra; são colunas vivas e firmes. Jesus não
fala somente de líderes nas igrejas (veja Gálatas 2:9), mas de todos os
vencedores fiéis. Os discípulos do Senhor são, ao mesmo tempo, pedras vivas e
sacerdotes (1 Pedro 2:5-9).
Daí
jamais sairá (12): Os vencedores permanecerão no templo para sempre.
Gozarão comunhão eterna com Deus.
Gravarei...sobre
ele (12): Várias descrições mostram a posição privilegiada do
vencedor. Nomes gravados sugerem posse. O vencedor pertence a Deus.
Ele faz parte do “povo de propriedade
exclusiva de Deus” (1 Pedro 2:9). Ele também pertence à cidade
de Deus, a nova Jerusalém. A nova Jerusalém é a noiva de Cristo
(21:2). O vencedor faz parte da noiva, da igreja que pertence somente a Jesus.
Ele recebe, também, o nome de Cristo.
Jesus confessará abertamente os nomes dos seus servos (Mateus 10:32).
Quem
tem ouvidos...ouça (13): Jesus viria logo para castigar e salvar. É
importante ouvir a sua mensagem e estar preparado.
Conclusão
Como
identificar uma igreja boa? Seria a maior? A mais ativa? A mais conhecida? A
mais rica? Certamente Jesus julga por critério diferente do nosso. Ele pode ver
uma igreja pobre ou fraca como uma congregação fiel, dedicada e perseverante.
Ao invés de tentar impressionar os homens, devemos nos dedicar ao
desenvolvimento do caráter que agrada a Deus.
Dennis Allan
Por
Dc. Geazi Santos
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