sexta-feira, 4 de outubro de 2013

A Interação Professor-Aluno Na Classe De Adultos - 1ª Parte

PrMarcos Tuler

Introdução

 Na interação entre professores e alunos, supõe-se que os mestres ajudem inicialmente os estudantes na tarefa de aprender, visto que esse auxílio logo lhes possibilitará pensar com autonomia. Para aprender, o aluno precisa ter alguém ao seu lado que o acompanhe nos diferentes momentos de sua aprendizagem. Por meio da interação estabelecida entre o professor (parceiro mais experiente e sensível) e o aluno, constroí-se novos conhecimentos, habilidades, competências e significações. 
Cabe ao professor conhecer seus alunos profundamente, afim de familiarizar-se com os modos por meio dos quais eles raciocinam. Conhecendo bem o pensamento dos alunos, o mestre estará em condições de organizar a situação de aprendizagem e, sobretudo, interagir com eles, ajudando-os a elaborar hipóteses a respeito do conteúdo em pauta, mediante constante questionamento. Desta forma, os estudantes poderão, aos poucos e com os próprios esforços, formularem conceitos e noções da matéria de estudo.

Quem é o adulto? Quais são suas necessidades, interesses e expectativas?

 Segundo o dicionarista Aurélio, o termo “adulto” diz respeito ao “indivíduo que atingiu o completo desenvolvimento e chegou à idade vigorosa; que atingiu a maioridade.

” No âmbito psicológico diz-se do “indivíduo que atingiu plena maturidade, expressa em termos de adequada integração social e adequado controle das funções intelectuais e emocionais.” 

Além dos aspectos físicos e psicológicos, podemos também observá-lo pelo prisma social e espiritual. A maioria dos adultos está estabilizada na área financeira, familiar e social. Buscam coisas concretas e reais. Suas expectativas estão calcadas e fundamentadas em aspectos reais da vida. Época da mais completa manifestação da vida; tempo de grande produtividade, período em que se manifesta a maior capacidade de discernimento; sérias responsabilidades, amizades estáveis, grande ambição e força de vontade. Também de comodismo espiritual, no sentido de imaginar que já sabem tudo que diz respeito as coisas espirituais. Como atingi-los com o ensino bíblico? Como motivá-los ao estudo da Palavra? Como reverter o quadro de estagnação e rotina?

Para melhorarmos a qualidade do ensino ajustado aos adultos, precisamos conhecer suas necessidades, preferências, expectativas e, principalmente, de que modo se disponibilizam à aprendizagem. Vejamos: 

O adulto precisa envolver-se totalmente no processo ensino-aprendizagem

 A participação ativa dos alunos constitui fator essencial à aquisição e principalmente a retenção do conteúdo da lição. O professor deve “abrir espaço” para seus alunos contarem suas próprias experiências relacionadas aos aspectos essenciais da lição. Todo ensino tem de ser ativo, e toda aprendizagem não pode deixar de ser ativa, pois ela somente se efetiva pelo esforço pessoal do aprendiz, visto que ninguém pode aprender por alguém. O professor deve solicitar, quer no início, quer no decurso de qualquer aula, a opinião, a iniciativa, o trabalho do aluno.
 
O adulto também requer métodos flexíveis e variados 

Não devemos tornar nossos métodos tão rígidos a ponto de não admitirmos meios de comunicação mais práticos e flexíveis. Por exemplo, o método de preleção ou exposição oral, embora muito criticado, é o preferido, principalmente pelos professores de adultos. Neste método, o professor fala o tempo todo e, às vezes, responde algumas poucas perguntas. Dentre as desvantagens do uso exclusivo deste método, destacam-se duas: 1) A preleção “centraliza o ensino na figura do professor, exigindo pouco ou nenhum preparo da lição por parte dos alunos”. 2) Este método, “não permite que o professor dê atenção especial a todos os alunos, obrigando-o, em alguns casos, a nivelar a aula, por mera suposição.” (Como tornar o ensino eficaz, CPAD)

Precisamos diversificar nossos métodos e adequá-los eficientemente às novas circunstâncias. Ou seja, mudar a maneira de comunicar uma verdade sem alterá-la.

Um dos maiores problemas do ensino na ED, atualmente, independente de faixa-etária, é a inadequação dos métodos de ensino. Os métodos (quando são usados) são escolhidos sem objetivar o aluno e a transformação de sua vida. 

O professor deve ser criterioso ao escolher o método que irá usar em sua classe.Cada situação específica requer um método apropriado.


O adulto também precisa de novidades

O professor deve cultivar sempre o senso de “novidade”. Deve criar um ambiente de constante expectativa do “novo”, do atraente, da curiosidade. O adulto quer livrar-se do tédio e da monotonia. Ele deseja entrar em atividade e demonstrar que é habilidoso e criativo. 

O conteúdo da revista (informações e aplicações) por mais enriquecedor e profundo que seja não é suficiente, até mesmo em função do pouco espaço para desenvolvê-lo. Os alunos sempre esperam que o professor transmita à classe informações complementares.

O professor que simplesmente reproduz enfadonha e rotineiramente o conteúdo da revista, sem empreender o esforço da pesquisa, está irremediavelmente fadado ao fracasso.

Muitos professores por não dominarem o conteúdo, chegam até ser intransigentes, acolhendo com olhar de desagrado a mínima participação da classe, ou interrupção de sua preleção. Temem, na verdade, que o aluno faça perguntas que não estejam atreladas direta ou indiretamente às suas idéias pré-concebidas ou estruturas mentais arrumadas. Isto evidencia indubitavelmente, total despreparo e descuidado com o ministério de ensino. “O professor deve conhecer muito bem o assunto que está ensinando. Um fraco domínio do conteúdo resulta num ensino deficiente” (John Milton Gregory).

A Palavra diz que aqueles que possuem o dom de ensinar devem esmerar-se em fazê-lo: “... se é ensinar, haja dedicação ao ensino” (Rm 12.7b).

Marcos Tuler é pastor, pedagogo, escritor, conferencista e Reitor da FAECAD (Faculdade de Ciência e Tecnologia da CGADB) 


Por
Dc. Geazi Santos

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