O fumo provoca graves alterações da
saúde, resultante da inalação de substâncias durante o ato de fumar.
Estamos aqui falando de um vício que mantém 32 milhões de brasileiros dependentes, física e psiquicamente, de uma substância chamada Nicotina. No mundo, são 1,2 bilhão de pessoas dependentes de nicotina, quase 20% dos terráqueos.
Estamos aqui falando de um vício que mantém 32 milhões de brasileiros dependentes, física e psiquicamente, de uma substância chamada Nicotina. No mundo, são 1,2 bilhão de pessoas dependentes de nicotina, quase 20% dos terráqueos.
A entrada de novos consumidores
justificava as tão belas campanhas publicitárias...
e o tão imenso silêncio das
consciências, mesmo o da maioria das autoridades governamentais responsáveis
pela saúde da população. A maior parte da arrecadação com tabaco é
destinada aos governos, sob a forma de impostos.
O tabagismo é considerado o maior
problema de saúde pública do mundo moderno. Foi eleito pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) como prioridade para o século XXI.
A OMS afirma que o tabagismo
matou 100 milhões de pessoas no século XX. O que é aterrador é a perspectiva de
que, no século XXI, estima-se que esse número chegue a 1 bilhão de pessoas!
Vale lembrar que fumantes que entram
agora no tabagismo são diferentes dos fumantes do início do século XX. As
informações sobre os malefícios do fumo inexistiam há
cem anos. No entanto, atualmente, observamos verdadeiras legiões de
adolescentes aderindo à escravidão do tabaco, como se fossem cegos e surdos aos
sinais de alerta.
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Para não seguir um caminho que mata um
em cada dois usuários, talvez seja necessário, além da boa informação, uma
imensa dose de auto-estima e uma descomunal capacidade de sonhar. O trio
conhecer-se/querer-se bem/sonhar pode ser uma poderosa arma para a defesa das
armadilhas que estão à espreita, criadas pela ganância e por uma cruel falta de
percepção da beleza e do valor da vida.
Jorge Milagres, médico e consultor
da Associação Nacional das Vítimas do Fumo, afirma o seguinte: “Quando consigo
fazer um jovem não entrar na furada do tabaco ou um fumante abandonar o
destruidor, me sinto tão realizado e feliz como deve sentir-se um cirurgião
cardíaco, após realizar uma operação de ponte de safena com sucesso em um
fumante infartado”.
O cigarro provoca danos irreparáveis ao
organismo do fumante e aos que vivem à sua volta. Vejamos os órgãos do corpo
que são atingidos pelo fumo:
Cabeça: a nicotina é
uma droga que causa dependência, quer dizer, não se consegue viver sem ela. É
isto que torna difícil deixar o hábito de fumar.
Boca: A fumaça do
cigarro contém mais de 4700 substâncias químicas, das quais 60 são
cancerígenas. Parte da fumaça é absorvida pela mucosa oral. A nicotina é
tragada e absorvida pelo pulmão, de onde passa para a corrente sangüínea.
Olhos e Nariz: O cigarro
possui substâncias tóxicas voláteis que provocam irritações nos olhos e no
nariz do fumante ativo e passivo.
Pulmão: Parte do
alcatrão permanece no pulmão, formando uma crosta que dificulta a absorção do
oxigênio e causa tosse. 90% dos cânceres de pulmão são causados pelo tabagismo.
O cigarro também provoca bronquite, tosse, dificuldade de respiração...
Aparelho digestivo: o fumo aumenta
o risco de úlcera de estômago e de duodeno. O tabagismo prejudica a
cicatrização da úlcera e aumenta as complicações da doença, como o sangramento.
Coração: Os fumantes têm
duas vezes mais chances de morrer por doenças do coração.
Circulação
sangüínea: No sangue, a nicotina e o alcatrão espalham-se por todo o corpo
até atingir o cérebro. Cerca de 30% de todos os cânceres estão associados ao
cigarro.
Útero: Fumar durante a
gravidez aumenta o risco de aborto espontâneo, mortes fetais e dobra as chances
de o bebê nascer abaixo do peso. O bebê que respira a fumaça do cigarro tem
duas vezes mais chances de ter pneumonias e bronquites.
Não fumantes: O cigarro é
prejudicial também para os não fumantes. Já está consagrada a expressão
“fumante passivo”. Trata-se da pessoa que aspira, sem fumar, as tantas
substâncias maléficas presentes no cigarro.
Não há dúvidas de que a saúde e a vida
estão do lado oposto ao fumo. Mas parar de fumar é um sacrifício tão grande que
a maioria dos fumantes não consegue fazê-lo.
A saúde, o bolso, o amor ao próximo são
alguns dos motivos para não fumar.
Mauri Heerdt
PARA REFLETIR
1 - Você conhece
ou conheceu alguma pessoa que ficou ou está doente por causa do fumo?
2 - Por que o
vício do fumo está merecendo tanto destaque?
Larguei de fumar há 20 anos. Hoje a fumaça me incomoda. Odeio comer no meio da fumaça. Se o lugar está cheio de fumantes, os olhos me ardem e, quando volto para casa, ponho a camisa para lavar e penduro a calça no banheiro para não impregnar o armário.
Minha inimizade com a nicotina, droga
covarde, acontece no plano social e no pessoal.
Em 30 anos de
cancerologia, perdi a conta de quantos vi morrer só porque fumavam. No ano
passado, morreram 200 mil pessoas por causa do cigarro no Brasil. É uma
epidemia. Matou mais gente do que a Aids somada a todas as outras doenças
infecciosas e às mortes por acidentes e violência urbana!
No plano puramente pessoal, a inimizade
é até maior. Maltratei meu corpo com cancerígenos de ação lenta durante 19
anos. Mais grave ainda, o cigarro matou meu pai, um irmão alto e bonito aos 45
anos e um sogro querido.
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Apesar de toda a motivação pessoal, se
quiser ser honesto, devo confessar que ainda sonho com o cigarro. Sonho que
estou fumando e sinto uma decepção horrível. “Que idiota, voltei a fumar!”.
Então, acordo.
Depois de 20 anos, o idiota ainda baba
quando é pego desarmado diante da droga. Na mesma noite, voltou o sonho. Fazia
seis meses que ele não vinha.
Parece que meu caso não é único. Muitos
ex-fumantes relatam sonho idêntico. A aparição é tão constante que deve
representar um dos sintomas crônicos da abstinência.
A nicotina age no cérebro e
altera o metabolismo dos neurônios. É a droga mais difícil de largar. Proíbo um
adolescente com tuberculose de jogar fumaça nos pulmões. Ele entende, abandona
a maconha, o crack, mas o cigarro não: “Pô, é mais difícil do que o crack,
doutor”.
Qualquer um, sem exceção,
largaria imediatamente se isso não lhe trouxesse sofrimento. Que ser humano
encontra prazer na escravidão? Quem gosta de andar com hálito de cinzeiro, com
a pele sem vitalidade; com o fôlego curto e de correr o risco de ficar
impotente ou de ter um ataque cardíaco no almoço de domingo?
Não vamos nos iludir, o fumante só não
larga o cigarro por uma razão: não consegue. Não encontra forças para vencer a
dependência. A síndrome de abstinência da droga desnorteia o coitado. Quando
ela vem, a vida veste seu manto cinzento, e o corpo entra numa agitação
crescente, implacável. Só quem já passou por isso sabe o que é.
Então basta a primeira tragada, e a
felicidade torna-se possível outra vez. Mas por pouco tempo. Menos de uma hora
depois, a abstinência cruza os braços à soleira da porta: “Vai fumar já ou quer
que espere?”. O dia inteiro nesse tormento. A nicotina é vil, persistente,
derrota pelo cansaço.
Apesar de necessária, a consciência dos
malefícios de uma droga não é condição suficiente para acabar com a dependência
dela. Para tanto, você fumante, precisa de determinação. Se não confia na força
de vontade para parar de uma vez, pelo menos tente diminuir a dose. É lógico
que dá! Não venha com aquela conversa de que agora não é possível porque anda
meio nervoso. Ninguém perde o juízo se não fumar 20 ou 30 cigarros por dia. Dez
não está bom para começar? Dez fazem menos mal e é mais do que suficiente para
aplacar as crises mais torturantes.
Diminuir o vício
sempre é possível. Mesmo que numa noite desvairada você enfie o pé na jaca e fume dois
maços, a ressaca do dia seguinte vai ajudá-lo a segurar outra vez.
Depois de ter feito isso, experimente
parar um dia inteiro, só para ver como é. Calma, é um dia só, no outro você
volta aos dez ou, talvez um pouco menos; quem sabe. Custa experimentar? Afinal,
um mínimo de brio ainda lhe resta. Vai morrer sem tentar?
Drauzio Varella -
Médico
Por
Dc. Geazi Santos
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