TEXTO
DO DIA
“Porque, se nós, sendo inimigos, fomos
reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já
reconciliados, seremos salvos pela sua vida” (Rm 5.10).
SÍNTESE
A justificação por meio da fé é acompanhada de
muitos benefícios, o que motiva o crente a manter sua fidelidade a Deus,
independente das circunstâncias.
AGENDA
DE LEITURA
SEGUNDA — Rm 5.1
A justificação e a paz com Deus
|
QUARTA — Rm 5.3,4
A justificação proporciona gozo na
alma
|
SEXTA — Rm 5.8
A justificação assegura a certeza
do amor de Deus por nós
|
TERÇA — Rm 5.2
Firmes pela graça
de Deus
|
QUINTA — Rm 5.5
A justificação
nos garante esperança
|
SÁBADO — Rm 5.11
A justificação certifica a nossa
reconciliação com Deus
|
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
·
MOSTRAR as bênçãos da paz com Deus;
·
ANALISAR a bênção do regozijo na
tribulações;
·
EXPLICAR a bênção da salvação passada e
presente.
INTERAÇÃO
Esta lição é um marco na epístola aos Romanos. A
justificação traz consigo alguns benefícios que são concedidos por Deus, dentre
estes benefícios está a bênção do regozijo nas tribulações, o que pode parecer
contraditório para alguns. Há quem diga que não é uma bênção, mas uma apologia
ao sofrimento. Por isso, a dificuldade de algumas pessoas lidarem com situações
adversas, às quais todas as pessoas inevitavelmente estão sujeitas. Jesus
afirmou que teríamos aflições (Jo 16.33). Um relato que alguns leitores da
Bíblia têm dificuldade de entender é que logo após a ascensão de Jesus, os
discípulos que foram perseguidos e maltratados pelo amor ao Evangelho se diziam
alegres e glorificavam a Deus por se acharem dignos de sofrerem por amor ao
nome de Jesus. Talvez, essa seja a maior dificuldade de aceitação para alguns,
as demais bênçãos são mais fáceis de aceitação e entendimento.
ORIENTAÇÃO
PEDAGÓGICA
Sugerimos que nesta aula você separe três grupos.
Cada grupo ficará responsável para analisar um dos tópicos e você atuará como
orientador destes grupos. Nos grupos geralmente têm alguns líderes naturais que
poderão conduzir a conversa nos respectivos grupos, você pode designar os
líderes ou deixar que escolham entre si, o que seria mais apropriado. A
primeira atividade será o estudo de cada tópico pelos grupos, você pode dar
aproximadamente uns 15 minutos para a tarefa. Na sequência, cada grupo deverá
apresentar seu assunto, abrindo para os demais para uma ponderação geral.
Sugerimos utilizar algo em torno de 30 minutos para essa atividade. Você deverá
ser o moderador da turma e fazer as considerações finais. O tempo sugerido
serve apenas como referência, você deverá adaptar de acordo com o tempo
disponibilizado pela sua superintendência de Escola Dominical.
TEXTO
BÍBLICO
Romanos 5.1-11.
1 — Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso
Senhor Jesus Cristo;
2 — pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual
estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
3 — E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações,
sabendo que a tribulação produz a paciência;
4 — e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.
5 — E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está
derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 — Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo
pelos ímpios.
7 — Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que
pelo bom alguém ouse morrer.
8 — Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por
nós, sendo nós ainda pecadores.
9 — Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue,
seremos por ele salvos da ira.
10 — Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus
pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos
pela sua vida.
11 — E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso
Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.
COMENTÁRIO
DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
A justificação se dá por meio da fé
no poder regenerador da morte de Jesus. A partir deste momento, o cristão
ressurge em novidade de vida de forma similar à ressurreição de Cristo. A
justificação elimina a culpa e reconcilia o ser humano com Deus. Esta nova
situação traz alguns benefícios, reforçados pelo correto sentimento motivador
do amor de Deus, que não envergonha o crente na sua esperança e nem nos
sofrimentos em nome dEle.
I. A BÊNÇÃO DA PAZ COM DEUS (Rm 5.1,2)
1. Paz com Deus. O ímpio não
tem paz porque vive na prática do pecado (Is 57.21; Sl 73.3). Diferente da
pessoa justificada, cujos pecados não lhe são mais imputados, portanto
reconciliada com Deus (2Co 5.18,19). Esta reconciliação traz a paz com Deus,
pois o castigo ao qual estávamos condenados é imputado sobre Jesus, que nos
traz a paz (Is 53.5). O sacrifício de Jesus derruba a parede que separa o ser
humano de Deus (At 10.36; Ef 2.14), sendo “religado” (significado de religião)
com Deus. Existe uma diferença entre estar em “paz com Deus” e ter a “paz de
Deus”. A paz com Deus é somente para aqueles que conservam sua vida em
constante comunhão com Deus (Is 26.3; Jo 14.27; Fp 4.7). Diferente do
incrédulo, o salvo vive no Espírito e, assim como o Espírito é eterno, eterna
será a sua paz com Deus. Jovem, você está em paz com Deus?
2. A bênção do acesso à graça de
Deus. Somente em Jesus pode ser evidenciada a gratuidade da
justificação, pois somente Ele pode redimir o pecador de sua condição no
tribunal de Deus (Rm 3.24). A vida de pecado é uma vida que conduz à morte, uma
vida de opressão debaixo da culpa e da solidão espiritual, mas na justificação
se aplica a justiça para a vida eterna por meio de Cristo (Ef 2.5-8, Rm 5.21).
Semelhantemente à vitória de Cristo sobre a morte por meio de sua ressurreição,
as pessoas justificadas vencem a morte que traz o pecado e ressurgem
vivificadas juntamente com Cristo, tudo pela graça de Deus (Ef 2.6). Esta graça
de Deus, acessada somente pela fé (Ef 2.18; Rm 4.12; Hb 4.16), fortalece o crente
por não estar mais debaixo da lei, nem do domínio do pecado (Rm 6.14,15). Somos
o que somos pela graça de Deus (1Co 15.10), por isso devemos ser gratos a Ele
por tudo.
3. Esperança da glória de Deus. As pessoas
justificadas são bem-aventuradas, pois nelas repousa a grande esperança da
manifestação da glória de Deus (Tt 2.13). Muito diferente de uma pessoa que
leva sua vida à margem da Bíblia, alimentada de alegrias e motivações efêmeras
e passageiras. Os justificados são transformados de glória em glória (2Co
3.18), ou seja, se tornam já participantes da glória de Deus como herdeiros
juntamente com Cristo, para também com Ele serem glorificados (Rm 8.17). Esta é
a grande diferença entre ser criatura e ser filho de Deus. A primeira condição
é genérica, sendo característica natural de tudo e todos os seres criados, a
segunda é somente para as pessoas que foram justificadas. A Bíblia informa que
ainda não sabemos como haveremos de ser, mas clarifica que seremos semelhantes
ao Cristo glorificado e adverte-nos a manter esta condição, possível somente
por meio da manutenção da obediência (1Jo 3.1-3). Jovem, guarda o que tens!
Pense!
Jovem, você já pensou no valor de
estar em paz com Deus?
Ponto Importante
A velocidade da disseminação do
conhecimento, o consumismo acirrado e a valorização exacerbada do ter em
detrimento do ser, têm tirado a paz da maior parte da humanidade. Enquanto
isso, aquele(a) que é justificado(a) desfruta da paz com Deus, bênção da justificação
pela fé.
II. BÊNÇÃO DO REGOZIJO NAS TRIBULAÇÕES
(Rm 5.3-5)
1. As tribulações conduzem à
maturidade. No caminho para a glória, citado anteriormente (Rm 8.17), as
tribulações são inevitáveis. Jesus não prometeu uma vida sem conflitos, mas
afirma categoricamente que passaríamos por aflições (Jo 16.33). Ele não engana
para ganhar seguidores. Na própria história do povo de Israel podemos ver as
tribulações que serviram para a maturidade espiritual (Dt 8.15,16). Nossa
caminhada não é diferente, Paulo assevera que as tribulações nos levam à
perseverança, à experiência (caráter aprovado), e à esperança que não confunde.
Portanto, quando você pede a Deus mais experiência e esperança, mesmo que
inconscientemente, você está pedindo por mais aflições, que o levarão à
experiência, que por sua vez lhe trará esperança. Um processo contínuo de causa
e efeito. Tiago afirma que é motivo de alegria o passar por várias provações,
pois por meio delas se obtém experiência, com vistas a alcançar a coroa da
vida, prometida aos que amam a Deus (Tg 1.2-4,12).
2. O crente, nas tribulações, tem a
certeza do amor de Deus. Um texto bem conhecido da epístola aos
Romanos é o do capítulo 8, versículos 35-39. Neste texto vemos o apóstolo
relacionar uma série de intempéries indesejáveis na vida de um ser humano, mas
conclui que mesmo estas coisas não são suficientes para separar uma pessoa salva
de Deus. Quantos exemplos existem na Bíblia de pessoas que abriram mão de
praticamente tudo de valor que tinham ou poderiam ter, inclusive da própria
vida, constrangidas pelo amor de Deus. Basta lermos Hebreus 11, na galeria dos
heróis da fé, para constatarmos isto. Quem mantém sua fidelidade à Deus,
independente das circunstâncias, pode perceber o amor de Deus, a exemplo do
grande Mestre Jesus. Ele no Getsêmani, sentindo a dor do cálice a ser tomado,
questiona este “abandono”, mas ao final se submete à vontade de Deus por saber
que tudo era por amor, inclusive sua morte.
3. O amor de Deus é provado pela
morte vicária de Cristo. O Espírito Santo nos faz perceber o amor de
Deus para conosco (v.5). Amor que pode ser evidenciado pela doação de Deus,
mesmo sabendo que não tínhamos possibilidade de retribuir esse amor por sermos
fracos (v.6). O apóstolo afirma que morrer por alguém justo não seria
considerado algo tão incomum (v.7), pois ao longo da história há vários
registros de pessoas que deram sua vida por uma pessoa amada, um líder
carismático ou uma causa maior; mas um justo morrer pelos injustos pecadores,
isso nunca havia sido visto. Por isso, a grande demonstração de amor de Deus
pela humanidade é o fato de Cristo ter morrido por nós, “sendo nós ainda
pecadores” (v.8). Devemos ter em mente este amor, principalmente nos momentos
de tribulações, sabendo que muito maior sofrimento Jesus passou para que
fôssemos justificados e participantes da glória presente e da glória que
haveremos de ter.
Pense!
“O justo tem paz em sua relação com
Deus, mas aflição em sua relação com o mundo porque vive no Espírito” (Martinho
Lutero).
Ponto Importante
A paz com Deus não significa ausência
de conflitos e tribulações, mas ter paz mesmo nas adversidades.
III. A BÊNÇÃO DA SALVAÇÃO PASSADA E
PRESENTE (Rm 5.9-11)
1. A salvação no passado. Como é grande
a satisfação de saber que um dia no passado tivemos o privilégio de
experimentar a justificação mediante a fé em Jesus Cristo pregada por Paulo. O
que seria de nós se não tivéssemos feito esta decisão? Onde nós estaríamos
hoje? Quem nós seríamos? Estaríamos vivos ou não? Certamente não seríamos
melhores do que somos e, acima de tudo, continuaríamos na condição de
pecadores, condenados ao julgamento da ira de Deus, na condição de inimigos
dEle (v.9; Rm 2.5; 3.5). O apóstolo afirma que fomos reconciliados com Deus
quando ainda éramos seus inimigos devido aos nossos pecados, mas fomos reconciliados
gratuitamente, sem nenhuma condição prévia a não ser a fé em Jesus. Algumas
pessoas se esquecem das bênçãos do passado. Seja grato a Deus e não se esqueça
de nenhum de seus benefícios do passado. Esta lição veio para lembrar você
disso, assim como os autores veterotestamentários, repetidamente fizeram com
Israel.
2. A salvação no presente. Nos escritos
do apóstolo Paulo fica evidenciada a gratidão pela mudança que o encontro com
Cristo provocou em sua vida. A mudança deu a ele uma convicção que o ajudou a
superar as dificuldades do dia a dia. Antes de conhecer a Cristo ele tinha uma
posição privilegiada no ambiente judaico, uma posição almejada por muitas
pessoas. Quando escreveu a Epístola aos Romanos, ele já não tinha mais aquele
status, mas a experiência da justificação o libertou do domínio do pecado e
deu-lhe a segurança que nunca havia conquistado com sua vida religiosa
pregressa. A garantia da salvação presente e da comunhão com Deus
proporcionavam ao apóstolo a convicção, pouco antes de sua morte, de ter
combatido um bom combate e guardado a fé (1Tm 4.6,7). Segurança garantida
somente às pessoas, que por meio de uma vida devotada e de santidade, mantêm
seu ideal de obediência e gratidão a Cristo.
Pense!
O que leva as pessoas que já
conheceram o Evangelho a abrir mão das bênçãos decorrentes da justificação?
Ponto Importante
A justificação pela fé não garante a
salvação de uma vez por todas, mas traz benefícios que nos auxiliam a nos
mantermos firmes nas promessas de Deus, gratos pela salvação, desfrutando e
aguardando a glorificação definitiva com Deus.
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que a justificação, além de
ser gratuita, traz consigo muitas outras bênçãos como a paz com Deus.
ESTANTE
DO PROFESSOR
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por Capítulo.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2012.
HORA
DA REVISÃO
1. O que derruba a parede que separa o ser humano de Deus?
O
sacrifício de Jesus derruba a parede que separa o ser humano de Deus (At 10.36;
Ef 2.14), sendo “religado” (significado de religião) com Deus.
2. Qual o conselho dado por Tiago em Tiago 1.2-4,12?
Tiago
nos aconselha a nos alegrarmos quando passarmos por várias provações, pois por
meio delas obtém experiência, com vistas alcançar a coroa da vida, prometida
aos que amam a Deus.
3. Segundo a Epístola aos Romanos, como Deus demonstrou seu amor pela
humanidade?
A
grande demonstração do amor de Deus pela humanidade é o fato de Cristo ter
morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5.8).
4. Segundo a lição, quando um crente pede por mais experiência e
esperança, o que na realidade ele está pedindo?
Quando
o crente pede a Deus mais experiência e esperança, mesmo que inconscientemente,
ele está pedindo por mais aflições, que conduzirão à experiência, que por sua
vez lhe trará esperança. Um processo contínuo de causa e efeito.
5. Segundo a lição, o que proporcionava ao apóstolo a convicção de
ter combatido um bom combate, pouco antes de sua morte?
A
garantia da salvação presente e da comunhão com Deus proporcionava ao apóstolo
a convicção, pouco antes de sua morte, de ter combatido um bom combate e
guardado a fé (1Tm 4.6-7).
SUBSÍDIO
Romanos 5
“Resumo do capítulo. O crente agora se posiciona
num relacionamento único com Deus que promove uma nova perspectiva sobre toda a
vida (5.1-5). Essa perspectiva tem a sua origem na convicção de que um Deus que
estava disposto a abrir mão de seu Filho para enviá-lo a nós, sem dúvida,
trabalhará em nós, agora que somos seus (vv.6-11).
Destaques
‘Pois’ (5.1). Como cristãos, todos nós nos
deleitamos com o que Paulo está prestes a explicar, a dependência do sacrifício
de Cristo por nós e nossa fé nele.
Uma litania de bênçãos (5.1-5). Observar em
especial: 1) a paz com Deus; 2) o acesso a Deus e à graça; 3) a alegria em
nossas perspectivas futuras; 4) uma nova perspectiva sobre o sofrimento e, 5)
uma esperança segura em Deus que paga dividendos presentes numa sensação
contínua do seu amor por nós. Jamais despreze o verdadeiro cristianismo. O
relacionamento com Jesus é como a mesa farta de um banquete, de uma festa que
podemos usufruir aqui e agora” (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da
Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse Capítulo por Capítulo.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.741).
Por
Dc. Geazi Santos
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