TEXTO
ÁUREO
“Como está escrito: Não há um justo, nem um
sequer” (Rm 3.10).
VERDADE
PRÁTICA
O pecado manchou toda a raça humana e somente o sangue de Cristo é suficiente para purificá-la.
LEITURA
DIÁRIA
Segunda — Rm 3.9
Todos os homens, depois da Queda,
estão debaixo do pecado
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Quarta — Rm 3.23
Todos pecaram e foram afastados da
presença de Deus
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Sexta — Rm 6.23
O castigo ou o salário para o
pecado é a morte
|
Terça — Rm 3.10
Não há um nenhum justo sob a face
da Terra, judeu ou gentio.
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Quinta — Rm 3.20
Nenhum homem pode ser justificado
diante de Deus pelas obras da lei
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Sábado — Rm 3.24
Somos justificados somente pela
graça e redenção de Jesus Cristo
|
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 1.18-20,25-27; 2.1,17-21.
Romanos 1
18 — Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e
injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;
19 — porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta,
porque Deus lho manifestou.
20 — Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo,
tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem
pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
25 — pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram
mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!
26 — Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as
suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
27 — E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da
mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com
varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao
seu erro.
Romanos 2
1 — Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que
sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu,
que julgas, fazes o mesmo.
17 — Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e
te glorias em Deus;
18 — e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo
instruído por lei;
19 — e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
20 — instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da
ciência e da verdade na lei;
21 — tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu,
que pregas que não se deve furtar, furtas?
HINOS
SUGERIDOS
235, 291 e 294 da Harpa Cristã.
OBJETIVO
GERAL
Mostrar que o pecado manchou toda a
raça humana, por isso, todos necessitam de salvação.
OBJETIVOS
ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que
o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao
tópico I com os seus respectivos subtópicos.
· I. Apontar a necessidade
de salvação dos gentios;
· II. Mostrar a necessidade
de salvação dos judeus;
· III. Explicar a necessidade
de salvação da humanidade.
INTERAGINDO
COM O PROFESSOR
Adão e Eva pecaram ao desobedecer a
Deus. O pecado deles afetou toda a humanidade, por isso, as Escrituras afirmam
que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23). O castigo
para o pecado é a morte, porém Deus por sua infinita graça, amor e
misericórdia, enviou seu filhos Jesus Cristo ao mundo para morrer por nossos
pecados. O Filho de Deus morreu pelos judeus e gentios, pois ambos necessitam
de salvação. Somente Jesus Cristo pode salvar o homem libertando-o do pecado. A
salvação não pode ser alcançada pelo cumprimento da Lei ou por qualquer tipo de
esforço ou sacrifícios humanos. Somos libertos do poder do pecado unicamente
pela graça de Jesus Cristo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje teremos a oportunidade de
compreender que o pecado, em sua universalidade, atingiu os gentios, os judeus
e toda a raça humana. Todos ficaram debaixo do impiedoso jugo do pecado. A
necessidade de uma salvação universal, na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo é
um tema bastante claro na argumentação do apóstolo Paulo em Romanos 1.18 a
3.20.
Paulo nos mostra em Romanos que tanto os pagãos,
que estavam nas trevas do pecado, quanto os judeus, que se orgulhavam de
possuir a Lei divina entregue a Moisés no Sinai, estão sob o domínio do pecado.
Veremos nesta lição que somente a revelação da justiça de Deus em Cristo Jesus
é suficiente para salvar tanto os judeus quanto os gentios.
PONTO CENTRAL
O pecado afetou toda a raça humana, por isso, todos precisam de
salvação.
I. A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DOS GENTIOS
(Rm 1.18-32)
1. A rejeição. Ao dar início
a sua argumentação em Romanos 1.18-32, o apóstolo tem em mente a triste
situação na qual se encontra o mundo gentílico. Esse estado de insensibilidade
frente à realidade das coisas espirituais foi proporcionado pela ignorância na
qual eles viviam. O pecado os havia lançado para longe de Deus. Quanto mais
distante do Criador, mais o pecado manifesta os seus tentáculos e ganha força.
Essa atitude de rebelião contra Deus culmina na idolatria, ou seja, coloca a
criatura em lugar do Criador. O homem, com suas paixões e concupiscências, e
não Deus, se torna o centro da existência: “E mudaram a glória do Deus
incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de
quadrúpedes, e de répteis” (Rm 1.23). A ignorância espiritual conduz à
idolatria religiosa.
2. A revelação. Se o mundo
está em trevas, Deus não pode ser responsabilizado por isso. Esta é a
argumentação de Paulo aos romanos. Deus sempre se revelou aos homens ao longo
da história. Aqui fica evidente que o Senhor se deu a conhecer através das
coisas criadas (Rm 1.20). Essa revelação natural, também denominada na teologia
bíblica de “revelação geral”, é uma testemunha contra a falta de sensibilidade
da criatura diante do seu Criador. Embora o homem não possa conhecer a Deus perfeitamente
através da revelação natural ou geral, conhecimento que só se torna possível
através da revelação especial de Deus, Jesus Cristo, todavia ele deveria se
sentir despertado para a realidade espiritual através das coisas criadas (Rm
1.21).
3. A punição. Os versículos
22 até o 32 do capítulo primeiro de Romanos revelam as consequências do pecado
na vida dos homens. Eles tiveram a oportunidade de glorificar a Deus, mas não o
fizeram (Rm 1.21), e agora colhem os maus frutos dessa obstinação. A expressão
“Deus os entregou” não tem o sentido de causalidade, o que demonstra que Deus
não é o responsável por essa obstinação humana. Ele apenas permitiu que os
homens, como consequência de suas próprias ações e escolhas, andem nos seus
próprios caminhos. Todavia, precisam saber que serão responsabilizados por
isso. E de fato o foram. Paulo destaca que essa atitude reprovada cegou os
homens, lançando-os na insensatez da idolatria, pois trocaram o Criador pela
criatura (Rm 1.23). Depois os levou ao desvio da sexualidade (Rm 1.26,27) e,
por último, fez com que eles adotassem uma diversidade de vícios morais e
sociais (Rm 1.28-32).
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Os gentios necessitam de salvação, pois
também foram afetados pela Queda.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“Paulo retratou claramente a inevitável decadência
em direção ao pecado. Primeiro, as pessoas rejeitaram a Deus; em seguida,
elaboraram seu conceito de como Ele deveria ser; depois cedem a toda espécie de
iniquidades: ganância, ódio, inveja, crimes, lutas, engano, malícia;
finalmente, chegam a odiar a Deus e a encorajar os outros a fazerem o mesmo.
Mas Ele não é o agente dessa progressão em direção ao mal. Quando as pessoas o
rejeitam, Deus permite que elas vivam como desejam. Permite que experimentem as
consequências naturais dos pecados que praticam. Uma vez preso nesse movimento
descendente rumo ao pecado, ninguém poderá libertar-se por suas próprias
forças. Os pecadores devem confiar somente em Cristo para libertá-los da
destruição” (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, p.1553).
II. A NECESSIDADE DE SALVAÇÃO DOS JUDEUS
(Rm 2.1 — 3.8)
1. Os judeus em relação aos gentios. Paulo
valeu-se do método de diatribe na carta aos Romanos, pois tal
recurso permitia que ele dialogasse com os leitores. É de imaginar que um
judeu, quando lesse o que Paulo dissera anteriormente sobre o mundo gentílico,
ficasse eufórico pelo tom duro adotado no discurso de Paulo. Os gentios, de
fato, encontravam-se numa situação deplorável diante de Deus. Entretanto, os
judeus moralistas não estavam em melhor situação (2.1-16). Eles também eram
igualmente condenáveis diante de Deus (Rm 2.1-3). Eles condenavam os gentios,
mas praticavam pecados semelhantes. Por isso, eram carentes da graça de Deus da
mesma forma.
2. Os judeus em relação à Lei. Outro aspecto
da argumentação do apóstolo em relação aos judeus encontra-se nos versículos
17-29 do capítulo 2 de Romanos. Paulo sabia que todo judeu se orgulhava da Lei
que lhes fora outorgada no Sinai (Rm 2.17,18). Ao contrário dos gentios que
possuíam apenas a revelação natural, a eles fora dado também a Lei. Contudo,
havia uma incongruência entre o conhecer a Lei e o praticá-la. Apenas o
conhecimento da letra da Lei, sem a devida interiorização das suas normas e
preceitos, conduziu o judaísmo a um moralismo estéril e farisaico. Nesse
aspecto, de nada adiantava conhecer a Lei e não vivê-la (Rm 2.28,29). O judeu
se tornara tão culpável quanto o gentio. Infelizmente, é ainda exatamente assim
que muitos cristãos agem.
3. Os judeus em relação à aliança. A pergunta
que todo judeu faria Paulo fez para logo depois dar a resposta: “Qual é, logo,
a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a
maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm
3.1,2). Mesmo tendo afirmado anteriormente que o que vale mesmo é a circuncisão
do coração, o apóstolo não nega os privilégios de pertencer ao povo de Deus
(Israel). Isso é mostrado no privilégio que eles tiveram de serem os
despenseiros dos mistérios de Deus. A palavra grega logion, traduzida aqui
como “palavras de Deus”, significa oráculo. A expressão refere-se é
a revelação da Lei que Deus deu a Israel no Sinai. Era uma alta honra ter sido
escolhido dentre todas as nações para ser despenseiro dos mistérios de Deus.
Todavia, como bem observou F. F. Bruce, essa alta honra levava consigo uma
grande responsabilidade. Se se mostrassem infiéis à confiança depositada neles,
seu caso seria pior do que o das nações as quais Deus não se tinha revelado.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Os judeus, embora fosse o povo escolhido
de Deus, também necessitam de salvação.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“‘Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a
verdade’ (Rm 2.2). Que podemos entender nessa declaração? O julgamento de Deus
é instituído aqui em razão dos pecados do paganismo e do falho moralismo dos
judeus em condenar os gentios. A questão da condenação do pecado é uma só para
todos. Uma vez que tenha pecado, qualquer um incorre na condenação de Deus.
Paulo declara que os gentios pecaram (1.18-32) e os judeus também pecaram (2.17
— 3.8). Portanto, uma vez que, tanto judeus como gentios pecaram, todos carecem
da justiça de Deus (3.9-20).
O judeu cria que possuía privilégio especial, e por
isso poderia escapar do juízo já conhecido para os gentios, mas a realidade era
que o juízo seria ‘segundo a verdade’. Esta expressão ‘segundo a verdade’
significa que o julgamento divino seria conforme a culpa de cada um, baseada
nos pecados cometidos por cada um. O judeu interpretava erradamente a
misericórdia, pois imaginava como um ato de tolerância divina com o pecado.
[...] Deus demonstrou aos judeus sua ‘bondade, tolerância
e longanimidade’, a fim de que eles deixassem o pecado e se arrependessem. Mas
não fizeram caso dessa ‘riqueza’ (2.4) e, por isso, por sua ‘dureza e
impenitência’ (falta de arrependimento), e por julgarem negativamente o
propósito divino, entesouraram para si ‘ira para o dia da ira’ (2.5). Qual é o
dia da ira? É o dia do ajuste de contas. É o dia quando a balança julgadora de
Deus vai pesar nossos atos e, mediante seu peso, serão julgados. É o dia da
retribuição ao pecado e da sua inevitável punição” (CABRAL, Elienai. Romanos: O
Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição.ed. RJ: CPAD, 2005, pp.39-40).
III. A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE
(Rm 3.9-20)
1. A universalidade e o jugo do
pecado. A argumentação de Paulo em Romanos 3.9-20 é que tanto os gentios
como os judeus sem Cristo estão debaixo da condenação do pecado (Rm 3.9). A
raça humana sem Cristo está sob o domínio do pecado. A expressão grega hüpo hamartían, traduzida como
“debaixo do pecado”, tem o seguinte sentido: no poder de, debaixo
da autoridade de. Essa mesma construção gramatical ocorre em Mateus 8.9.
Nessa passagem encontramos o centurião dizendo: tenho soldados hüpo emautón (por debaixo
de mim), que em português tem o sentido de às minhas ordens. A
ideia de Paulo é mostrar que a humanidade em seu estado natural, separada de
Cristo, portanto, sob o domínio do pecado, é incapaz de libertar-se por si
mesma.
2. Valores e comportamentos. Outras duas
verdades que podemos perceber na argumentação de Paulo em Romanos 3.10 a 18,
estão relacionadas com o caráter e a conduta. O pecado distorceu valores e
comportamentos na sociedade. Valores invertidos são marcas de uma humanidade
caída. Somente em Cristo eles podem ser reorientados.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
Todos, judeus e gentios, pecaram e
necessitam da salvação que só pode ser encontrada em Jesus Cristo.
SUBSÍDIO
BIBLIOLÓGICO
“Não há um justo, nem um sequer (3.9-18). Paulo
havia argumentado que tanto os judeus quanto os gentios haviam pecado, e não
alcançaram a glória de Deus. Agora ele prova essa observação citando vários
Salmos. Seus leitores judeus poderiam rejeitar seu argumento, mas dificilmente
rejeitariam o veredicto das palavras que eles sabem que são palavras de Deus.
‘Tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei
o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante
de Deus’ (3.19,20). A palavra bupodikos foi usada no
sentido legal de ‘passível de punição’. A lei moral, na qual esperam o judeu e
o gentio de boa moral, provou não ser uma fonte de esperança, e sim o padrão
pelo qual foi estabelecido o insucesso deles. Assim, a lei não é marco de
estrada nos direcionando à recompensa divina, mas espelho que, quando usado
corretamente, nos revela nossos pecados” (RICHARDS, Lawrence. Comentário
Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7ª Edição. RJ: CPAD, 2012,
p.292).
CONCLUSÃO
A universalidade do pecado, isto é, que todos os
homens estão debaixo da condenação eterna, é uma doutrina claramente
demonstrada na Epístola aos Romanos. Por outro lado, o universalismo, doutrina
herética que afirma que todos os homens, independentemente se acreditam em
Cristo ou não, no fim de tudo, serão salvos, é claramente rejeitada nessa mesma
carta.
Cabe a nós, portanto, conhecedores desses fatos,
viver essa bendita salvação e compartilhá-la com quem ainda não a possui.
PARA
REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
Segundo a lição em que culmina a atitude de
rebelião contra Deus?
Essa atitude de rebelião contra Deus culmina com a
adoração idólatra que põe a criatura em lugar do Criador.
A ignorância espiritual conduz a quê?
A ignorância espiritual conduz à idolatria
religiosa.
Os judeus moralistas estavam em melhor situação
espiritual que os gentios?
Não. A argumentação de Paulo é que tanto os gentios
como os judeus sem Cristo estão debaixo da condenação do pecado (Rm 3.9).
O que produziu o conhecimento da Lei, sem a devida
interiorização das normas e preceitos?
Apenas o conhecimento da letra da Lei, sem a devida
interiorização das suas normas e preceitos, conduziu o judaísmo a um moralismo
estéril e farisaico.
Segundo Paulo, qual a vantagem de ser judeu?
“Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente,
as palavras de Deus lhe foram confiadas” (Rm 3.1,2).
SUBSÍDIOS
ENSINADOR CRISTÃO
A necessidade universal da Salvação em
Cristo
Caro professor, abordaremos a seção da Epístola aos
Romanos que se inicia em Romanos 1.18 e se encerra em 3.9. Observando a
estrutura da lição ora estudada: I. A necessidade da salvação dos gentios; II.
A necessidade da salvação dos judeus; III. A necessidade da salvação da
humanidade percebemos que o comentário segue a estrutura que o apóstolo Paulo
estabeleceu nesta seção de Romanos, 1.18-3.9. E fundamental que a organização
da estrutura da epístola esteja bem clara em sua mente.
Sobre os gentios
Na seção de Romanos 1.18-32, é demonstrada com
muita clareza a situação dos gentios diante de Deus. Eles não reconheceram a
Deus, que se manifestou por intermédio da criação, fazendo que o Pai Celestial
os entregasse “aos desejos dos seus corações, à impureza”. Esta expressão é uma
das mais importantes no desenvolvimento da explicação de Paulo em relação à
situação dos gentios. Os principais estudiosos dessa epístola concordam que a
expressão “Deus os entregou” não tem o sentido de uma condição “decretada” por
Deus para que os gentios jamais se arrependessem, mas, pelo contrário, seria
uma deliberação divina permitindo que o gentio seguisse o seu próprio caminho
de futilidade de vida, aprofundando mais no pecado e na imundícia, pois na
verdade esta seria uma consequência natural de escravidão do pecado. Como frisa
C. E. B Cranfield, esta condição não seria um “privilégio” só dos gentios, mas
de toda a humanidade, mostrando assim que a sessão 1.18-32 também engloba a
realidade dos judeus, que, de maneira oculta, repetia o caminho dos gentios
(2.1). Ou seja, ainda assim Deus não perderia de vista a possibilidade do mais
vil pecador se arrepender, pois Ele quer que todos os homens sejam salvos (1Tm
2.4).
Sobre os judeus
Ora, a eleição dos judeus como povo de Deus deveria
lhes trazer humildade, gratidão e quebrantamento. Mas aconteceu o contrário. A
soberba, a ingratidão e a dura cerviz fizeram com que esse povo vivesse de
maneira hipócrita perante Deus. Enquanto criticava os gentios, ele ocultamente
vivia os caminhos do ser humano escravo do pecado. Por isso, o homem judeu não
tinha a desculpa de ser filho de Abraão, pois na prática era filho do pecado:
“Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Porque,
como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de
vós” (Rm 2.23,24 cf. vv.17-22).
Por
Dc. Geazi Santos
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