sábado, 29 de outubro de 2011

Qual é a relação entre o Dia da Reforma, o Dia das Bruxas e o Dia das Eleições?


                                                             Na manhã de 31 de outubro de 1517, véspera do Dia de Todos os Santos, Martinho Lutero — sacerdote romanista, professor de teologia e filho de um minerador bem-sucedido — começou a questionar de modo mais contundente a Igreja Católica e a atacar a autoridade do papa, ao afixar na porta da Catedral de Wittenberg (pronuncia-se vitemberk) um pergaminho que continha 95 declarações. 


Estas, conhecidas como teses, eram quase todas relacionadas com a venda de indulgências (pacotes caros pagos pelo perdão, inclusive das pessoas que já haviam partido para a eternidade).

Lutero foi excomungado por uma bula — decreto do papa que continha o seu selo oficial — no mês de junho de 1520. Mas, no dia 10 de dezembro daquele ano, com ousadia, ele queimou esse documento em reunião pública, à porta de Wittenberg, diante de uma assembleia de professores, estudantes e o povo. No ano seguinte, foi intimado a comparecer ante as autoridades romanistas, em Worms. E declarou: “Irei, ainda que me cerquem tantos demônios quantas são as telhas dos telhados”.

Em 17 de abril de 1521, Lutero apresentou-se à Dieta do Concílio Supremo, presidida pelo imperador Carlos V. Para escapar da morte, teria de se retratar. Mas ele não faria isso, a menos que fosse desaprovado pelas próprias Escrituras. E asseverou perante todos: “Aqui estou. Não posso fazer outra coisa. Que Deus me ajude. Amém”.

Considerado herege, ao regressar à sua cidade Lutero foi cercado e levado por soldados ao castelo de Wartzburg, na Turíngia, onde ficaria “guardado”. Ali, ele traduziu o Novo Testamento para o alemão, obra que, por si só, o teria imortalizado. Ao regressar a Wittenberg, reassumiu a direção do movimento a favor da Igreja Reformada, e a partir daí os princípios da Reforma Protestante se espalharam por toda a Europa, com ajuda de homens de valor, como Ulrico Zuínglio, João Calvino, Jacques Lefevre, João Tyndale, Tomás Cranmer, João Knox, etc.

Assim como muitos teólogos estão fazendo hoje, os católicos romanos haviam substituído a autoridade da Bíblia pela autoridade da igreja. Eles ensinavam que a igreja era infalível e que a autoridade da Bíblia procedia da tradição. Os reformadores afirmavam que as Escrituras eram a sua regra de fé, de prática e de viver, e que não se devia aceitar nenhuma doutrina que não fosse ensinada por elas. A Reforma devolveu ao povo a Bíblia que se havia perdido, passando a considerá-la a fonte primária de autoridade.

31 de outubro também é o Dia das Bruxas, o Samhain ou Halloween (Ano Novo céltico). Isso tem alguma conexão com a Reforma? Não. Mas tem com o Dia de Todos os Santos da Igreja Católica Romana, o qual era originalmente celebrado em maio, e não no primeiro dia de novembro. No ano 608, o imperador romano Focas apaziguou o populacho dos territórios pagãos recentemente conquistados, permitindo-lhe combinar o antigo ritual de Samhain com o Dia de Todos os Santos. E, assim, o panteão de Roma, templo edificado para a adoração de uma multiplicidade de deuses, foi transformado em igreja.

Foram os imigrantes europeus, especialmente os irlandeses, que introduziram o Halloween nos Estados Unidos. Hoje, o Dia das Bruxas é muito importante para os lojistas, inclusive no Brasil. Salém, em Massachusetts (Estados Unidos), é a sede da bruxaria norte-americana. Ali celebra-se, na época do Halloween, o Festival da Assombração, para expandir a temporada turística de verão. Tudo parece uma grande brincadeira, mas — conscientemente ou não — os participantes dessa festa estão se envolvendo com o ocultismo e o satanismo.

Mas, que conexão existe entre o Dia da Reforma, o Dia das Bruxas e o Dia das Eleições? De que modo eles se relacionam? Neste dia, existe um grande risco de os bruxos vencerem as eleições. Quem lê entenda. E, por isso, a oração de todos os santos que prezam a Reforma Prostestante é: “Senhor, não permita que os bruxos sejam eleitos”.



Ciro Sanches Zibordi

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