Esmirna era a principal
cidade que disputava com Éfeso e Pérgamo a
fama de ser chamada de maior cidade da Ásia. Ruas
e edifícios se estendiam através do litoral
que circundava as montanhas. Fontes emanavam com águas
do aqueduto da cidade. Um teatro ficava numa das áreas
mais altas da cidade e de lá se contemplava a parte
mais baixa da cidade. Esmirna reivindica o título
de berço do poeta Homero e construiu um relicário
em sua honra. Uma biblioteca, ginásios, termas e
um estádio contribuíam para a vida cultural
de Esmirna. A cidade atraiu oradores, como Apolônio
de Tyana no primeiro século, e outros renomados,
no segundo século.
O vasto porto ao longo
de Esmirna era o ancoradouro para navios que viajavam no
mar Egeu. No coração da cidade também
havia um grande porto ou Marina que poderia ser fechado
com uma corrente. Os navios podiam transferir suas cargas
do litoral para o Agora ou mercado, que era o centro comercial
da cidade. Esmirna era conhecida por seu vinho, roupas,
perfumes e artefatos de ouro.
Deusa
Mãe
A deusa Grande Mãe, que tinha o templo localizado no lado leste da cidade, era a divindade patrona de Esmirna. Sempre representada nas moedas de Esmirna, ela era considerada como uma deusa que era especialmente responsável por todo bem-estar da cidade. Fertilidade, saúde e proteção estavam entre os benefícios que era dito que ela provia.
M A P A
Apocalipse 2
.
8. Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu:
9. Conheço a tua tribulação
e a tua pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia
dos que dizem ser judeus, e não o são, porém
são sinagoga de Satanás.
10. Não temas o que hás de padecer.
Eis que o Diabo está para lançar alguns de
vós na prisão, para que sejais provados; e
tereis uma tribulação de dez dias. Sê
fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida.
11. Quem tem ouvidos, ouça o que o
Espírito diz às igrejas. O que vencer, de
modo algum sofrerá o dado da segunda morte.
Representa a igreja desde o ano 100 a 313. Foi o período de horrendas perseguições do Império Romano contra os cristãos que foram queimados vivos, decapitados, entregues às feras no circo romano, etc. Para esses fiéis mártires o Senhor não tem reprovação. O período termina com o edito de tolerância de Milão, assinado por Constantino no ano 313.
O Valor dos Mártires
Quando Jesus revelou a Seus discípulos a sorte
de Jerusalém e as cenas do segundo advento, predisse
também a experiência de Seu povo desde o
tempo em que deveria ser tirado dentre eles até
a Sua volta em poder e glória para o seu libertamento.
Do Monte das Oliveiras o Salvador contemplou as tempestades
prestes a desabar sobre a igreja apostólica; e
penetrando mais profundamente no futuro,
Seus olhos divisaram os terríveis e devastadores
vendavais que deveriam açoitar Seus seguidores
nos vindouros séculos de trevas e perseguição.
Em poucas e breves declarações de tremendo
significado, predisse o que os governadores deste mundo
haveriam de impor à igreja de Deus (Mat. 24:9,
21 e 22).
Os seguidores de Cristo deveriam trilhar a mesma senda
de humilhação, ignomínia e sofrimento
que seu Mestre palmilhara. A inimizade que irrompera contra
o Redentor do mundo, manifestar-se-ia contra todos os
que cressem em Seu nome. A história da igreja primitiva
testificou do cumprimento das palavras do Salvador. Os
poderes da Terra e do inferno arregimentaram-se contra
Cristo na pessoa de Seus seguidores. O paganismo previa
que se o evangelho triunfasse, seus templos e altares
desapareciam; portanto convocou suas forças para
destruir o cristianismo. Acenderam-se as fogueiras da
perseguição. Os cristãos eram despojados
de suas posses e expulsos de suas casas. Suportaram "grande
combate de aflições". Heb. 10:32. "Experimentaram
escárnios e açoites, e até cadeias
e prisões." Heb. 11:36. Grande número
deles selaram seu testemunho com o próprio sangue.
Nobres e escravos, ricos e pobres, doutos e ignorantes,
foram de igual modo mortos sem misericórdia.
Estas perseguições, iniciadas sob o governo de Nero, aproximadamente ao tempo do martírio de Paulo, continuaram com maior ou menor fúria durante séculos. Os cristãos eram falsamente acusados dos mais hediondos crimes e tidos como a causa das grandes calamidades - fomes, pestes e terremotos. Tornando-se eles objeto do ódio e suspeita popular, prontificaram-se denunciantes, por amor ao ganho, a trair os inocentes. Eram condenados como rebeldes ao império, como inimigos da religião e peste da sociedade.
Grande número deles eram lançados às feras ou queimados vivos nos anfiteatros. Alguns eram crucificados, outros cobertos com peles de animais bravios e lançados à arena para serem despedaçados pelos cães. De seu sofrimento muitas vezes se fazia a principal diversão nas festas públicas. Vastas multidões reuniam-se para gozar do espetáculo e saudavam os transes de sua agonia com riso e aplauso.
Onde quer que procurassem refúgio, os seguidores de Cristo eram caçados como animais. Eram forçados a procurar esconderijo nos lugares desolados e solitários. "Desamparados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes, pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra." Heb. 11:37 e 38. As catacumbas proporcionavam abrigo a milhares. Por sob as colinas, fora da cidade de Roma, longas galerias tinham sido feitas através da terra e da rocha; o escuro e complicado trama das comunicações estendia-se quilômetros além dos muros da cidade. Nestes retiros subterrâneos, os seguidores de Cristo sepultavam os seus mortos; e ali também, quando suspeitos e proscritos, encontravam lar. Quando o Doador da vida despertar os que pelejaram o bom combate, muitos que foram mártires por amor de Cristo sairão dessas sombrias cavernas.
Sob a mais atroz perseguição, estas testemunhas de Jesus conservaram incontaminada a sua fé. Posto que privados de todo conforto, excluídos da luz do Sol, tendo o lar no seio da terra, obscuro mas amigo, não proferiam queixa alguma. Com palavras de fé, paciência e esperança, animavam-se uns aos outros a suportar a privação e angústia. A perda de toda a bênção terrestre não os poderia forçar a renunciar sua crença em Cristo. Provações e perseguição não eram senão passos que os levavam para mais perto de seu descanso e recompensa.
Como aconteceu aos servos de Deus de outrora, muitos "foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição". Heb. 11:35. Estes se recordavam das palavras do Mestre, de que, quando perseguidos por amor de Cristo, ficassem muito alegres, pois que grande seria seu galardão no Céu, porque assim tinham sido perseguidos os profetas antes deles. Regozijavam-se de que fossem considerados dignos de sofrer pela verdade, e cânticos de triunfo ascendiam dentre as chamas crepitantes. Pela fé, olhando para cima, viam Cristo e os anjos apoiados sobre as ameias do Céu, contemplando-os com o mais profundo interesse, com aprovação considerando a sua firmeza. Uma voz lhes vinha do trono de Deus: "Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida." Apoc. 2:10.
Nulos foram os esforços de Satanás para destruir pela violência a igreja de Cristo. O grande conflito em que os discípulos de Jesus rendiam a vida, não cessava quando estes fiéis porta-estandartes tombavam em seus postos. Com a derrota, venciam. Os obreiros de Deus eram mortos, mas a Sua obra ia avante com firmeza. O evangelho continuava a espalhar-se, e o número de seus aderentes a aumentar. Penetrou em regiões que eram inacessíveis, mesmo às águias romanas. Disse um cristão, contendendo com os governadores pagãos que estavam a impulsionar a perseguição: Podeis "matar-nos, torturar-nos condenar-nos. ... Vossa injustiça é prova de que somos inocentes. ... Tampouco vossa crueldade... vos aproveitará". Não era senão um convite mais forte para se levarem outros à mesma persuasão. "Quanto mais somos ceifados por vós, tanto mais crescemos em número; o sangue dos cristãos é semente." - Apologia, de Tertuliano, parágrafo 50.
Milhares eram aprisionados e mortos, mas outros surgiam para ocupar as vagas. E os que eram martirizados por sua fé tornavam-se aquisição de Cristo, por Ele tidos na conta de vencedores. Haviam pelejado o bom combate, e deveriam receber a coroa de glória quando Cristo viesse. Os sofrimentos que suportavam, levavam os cristãos mais perto uns dos outros e de seu Redentor. Seu exemplo em vida, e seu testemunho ao morrerem, eram constante atestado à verdade; e, onde menos se esperava, os súditos de Satanás estavam deixando o seu serviço e alistando-se sob a bandeira de Cristo.
Por
Dc. Geazi Santos
Matéria excelente que todos possam usufruir desde material rico...
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