Em menos de duas semanas, o cristão
Yousef Nadarkhani enfrentará novo julgamento no Irã. Marcado para o dia 8
de setembro, a corte deve recebê-lo após mais de 1.060 dias em que ele
esteve na prisão por nenhuma outra razão se não sua fé em Jesus Cristo –
uma prisão que viola a própria Constituição iraniana...
A referência evasiva à acusação de
apostasia de Nadarkhani, questionada internacionalmente, é recebida com
“nenhuma surpresa” por Jordan Sekulow, conselheiro executivo do American Center for Law and Justice, ACLJ, que acompanha o caso desde o início.
“O Irã tem tentado repetidamente
confundir a comunidade internacional, alegando que o pastor Yousef não é
nada mais do que um criminoso comum. O que acontece é que se o Irã
tiver sucesso mascarando o caso de Yousef, o mundo vai parar de gritar
por sua libertação”, disse Sekulow ao The Christian Post via e-mail, no
dia 16 de agosto.
“Depois que conseguimos
tornar público o veredito de tribunais tradicionalmente secretos, no
qual o pastor Yousef foi julgado e condenado apenas por ter se
convertido ao cristianismo, o Irã teve de voltar atrás em suas
mentiras”, acrescentou.
Na intimação judicial, Nadarkhani é convocado a comparecer à audiência de 8 de setembro, às 9h, horário local.
O pastor que, inicialmente recebeu uma
sentença de execução sob a acusação de apostasia, permaneceu na prisão
por 1.060 dias, situação que, de acordo com o ACLJ, viola a própria
Constituição iraniana.
“A detenção indefinida e arbitrária do
pastor Yousef, por quase três anos, viola o artigo 9º do Pacto
Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, do qual o Irã é obrigado
a seguir”, disse Sekulow ao CP.
“As próprias leis do Irã exigem que o
Judiciário emita sua decisão por escrito no prazo de dez dias após a
audiência, realizada em setembro de 2011. Sua incapacidade de fazê-lo
significa o seu total desrespeito ao Estado de Direito”, continuou
Sekulow. ”O Irã também parece ignorar que o caso de Yousef tenha causado
grande dano à reputação do Islã e às relações entre as nações e pessoas
de fé em todo o mundo”, concluiu.
Como tudo aconteceu
Yousef Nadarkhani foi preso em outubro de 2009, acusado de apostasia e propagação do evangelho a muçulmanos.
Em setembro de 2011, a agência iraniana
de notícias semi-oficial, Fars News, informou que Nadarkhani foi a
julgamento por acusações de estupro, extorsão e sionismo.
Países, incluindo Grã-Bretanha, Estados Unidos e Brasil, têm se pronunciado a favor da libertação de Nadarkhani.
Embora a intimação judicial mais recente
implique na possibilidade de a acusação contra Nadarkhani sobre
apostasia ser descartada, Sekulow disse ao CP que não conta com isso.
“Nós não temos nenhuma informação de que
o governo absolveu o pastor Yousef da acusação de apostasia, para a
qual ele foi condenado à morte. O regime iraniano tem sido repetidamente
desonesto no passado. Até vermos Yousef andando livremente, não podemos
confiar em nada do que dizem”, ressaltou.
Nadarkhani continua na prisão, aguardando a data decidida pela corte; enquanto sua esposa, Fatema Pasindedih, e seus dois filhos, esperam por melhores notícias.
Após passar por prisões em 2006 e 2009, o
pastor Yousef foi preso em junho de 2010 sob a acusação de apostasia,
liderar igrejas domésticas e proselitismo a muçulmanos. Em setembro do
mesmo ano foi condenado por um tribunal regional à morte por
enforcamento. Por causa da pressão internacional, a sentença ainda não
foi colocada em prática. O Jornal Nacional chegou a repercutir o caso.
Fonte: Portas Abertas
Por
Dc Geazi I. Santos
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