TEXTO ÁUREO
“E não duvidou da promessa de Deus por
incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando glória a Deus” (Rm
4.20).
VERDADE PRÁTICA
A justificação dos
pecados diante de Deus ocorre somente pela fé.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Rm 4.2
Abraão foi justificado pela fé e não pelas obras
da carne
|
Quarta — Rm 4.6
Feliz é o homem a quem Deus imputa a sua justiça
|
Sexta — Rm 4.9
A Palavra de Deus afirma que a fé foi imputada como justiça a Abraão
|
Terça — Rm 4.3
Abraão creu em Deus e por isso Ele o aceitou e
justificou
|
Quinta — Rm 4.7
Felizes são aqueles a quem o Senhor perdoa as
iniquidades
|
Sábado — Rm 4.16
Salvação somente pela fé, mediante
a graça divina
|
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos
4.17-22.
17
— (como está
escrito: Por pai de muitas nações te constituí), perante aquele no qual creu, a
saber, Deus, o qual vivifica os mortos e chama as coisas que não são como se já
fossem.
18
— O qual, em
esperança, creu contra a esperança que seria feito pai de muitas nações,
conforme o que lhe fora dito: Assim será a tua descendência.
19
— E não
enfraqueceu na fé, nem atentou para o seu próprio corpo já amortecido (pois era
já de quase cem anos), nem tampouco para o amortecimento do ventre de Sara.
20
— E não
duvidou da promessa de Deus por incredulidade, mas foi fortificado na fé, dando
glória a Deus;
21
— e estando
certíssimo de que o que ele tinha prometido também era poderoso para o fazer.
22
— Pelo que
isso lhe foi também imputado como justiça.
HINOS SUGERIDOS
27,
156 e 464 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Explicar
que somos justificados diante de Deus somente pela fé e não pelas obras da
carne.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
·
I.
Abalizar que a justificação manifestada em Jesus Cristo veio
para salvar judeus e gentios;
·
II.
Mostrar que Paulo procurou responder, de forma bíblica, as
contestações que seus interlocutores faziam quanto à justificação;
·
III.
Explicar como Paulo utilizou o exemplo de Abraão para tratar
a respeito da justificação pela fé.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, a lição de hoje trata a respeito de uma
das doutrinas mais importantes apresentadas por Paulo na Epístola de Romanos —
a justificação pela fé. Ressalte, no decorrer de toda a lição, que ninguém pode
ser justificado diante de Deus pela Lei ou pelas obras da carne. O caminho da
justificação é somente pela fé na obra expiatória de Jesus Cristo. Paulo mostra
que Cristo é o único caminho para que judeus e gentios sejam absolvidos da
penalidade do pecado. O apóstolo, de maneira sábia, utiliza o exemplo do patriarca
Abraão para desfazer a ideia errada que os judeus tinham de que a aceitação de
Deus era obtida mediante as obras da Lei.
Glória a Deus, pois na Nova Aliança, tudo que
recebemos da parte do Senhor, inclusive a salvação, é decorrente única e exclusivamente
da graça de Deus.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje,
estudaremos a doutrina bíblica da justificação pela fé, conforme a Carta aos
Romanos nos capítulos 3.1- 4.25. Esses textos contêm uma das mais contundentes
defesas de Paulo em favor da justificação pela fé, independente das obras. Para
uma melhor compreensão deste tema tão relevante, a argumentação do apóstolo
será dividida em três partes: a justificação manifestada, a justificação
contestada e a justificação exemplificada. A chamada de Abraão, o grande
patriarca de Israel, será a base da argumentação de Paulo para provar a
doutrina da justificação somente pela fé. O argumento de Paulo é que todas as
bênçãos de Deus e todas as suas promessas são frutos da sua graça para conosco.
PONTO CENTRAL
A justificação diante de Deus é somente
pela fé.
I.
A JUSTIFICAÇÃO MANIFESTADA (Rm 3.21-26)
1.
Um culpado que é inocentado. Em
Romanos 3.21, lemos: “Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus,
tendo o testemunho da Lei e dos Profetas”. Paulo nos mostra como Deus se
revelou para alcançar os gentios e judeus. Os gentios estavam debaixo da ira de
Deus, porque falharam em conhecê-lo. Os judeus também estavam debaixo da ira
divina, por não conseguirem guardar a Palavra do Senhor. O vocábulo manifestou,
no grego, vem de uma raiz cujo significado é tornar manifesto ou visível ou
conhecido o que estava escondido ou era desconhecido. Deus, na pessoa de Jesus
Cristo, tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores. Encontramos
Paulo recorrendo a uma figura extraída do mundo jurídico para esclarecer o seu
pensamento. O termo justiça traduz a palavra grega dikaiosyne, muito comum no contexto de um
tribunal. A imagem é de alguém que é inocentado por um juiz, mesmo sendo
culpado pelos seus atos. Concluímos então que, mesmo culpados, Deus quis nos
justificar e perdoar.
2.
Um prisioneiro que é libertado. Em
Romanos 3.24, Paulo usa o verbo grego apolytroseo para
se referir à redenção efetuada por Jesus Cristo. Essa palavra, conforme definem
os léxicos da língua grega, tem o sentido de redenção, resgate ou libertação.
No contexto neotestamentário tem o sentido de libertar mediante o preço de um
resgate. No mundo antigo um escravo podia ser resgatado mediante o pagamento de
um preço. É exatamente isso que Deus fez. Enviou Jesus Cristo para resgatar o
homem que estava preso em seus delitos e pecados (Ef 2.1,2). Tanto judeus como
gentios deveriam se conscientizar dessa realidade. Ninguém pode se
autolibertar.
3.
Um inocente que é culpado. Se o sistema judicial foi útil para elucidar o
pensamento do apóstolo, da mesma forma a figura extraída do sistema de
sacrifícios levítico também o auxiliou. Isso pode ser visto no texto: “Ao qual
Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua
justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus”
(Rm 3.25). A palavra propiciação (gr. hülasterion), que está relacionada ao termo propiciatório é
uma terminologia muito utilizada no Antigo Testamento para se referir aos
sacrifícios pelo pecado. No sistema levítico, quando alguém pecava tornava-se
culpado de algo, e um animal inocente era sacrificado para que a culpa fosse
expiada. Paulo mostra que tanto os gentios como os judeus não podem chegar a
Deus pelos seus esforços ou obras, mas única e exclusivamente pelo sangue de
Jesus: o inocente Cordeiro de Deus que foi sacrificado por nós.
SÍNTESE
DO TÓPICO (I)
Paulo
nos mostra como Deus manifestou a sua justificação para alcançar os gentios e
judeus.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A
Doutrina da Justificação
A estudarmos a
Doutrina do Pecado descobrimos que ninguém pode ser justificado pela justiça humana.
Entretanto, é na doutrina da justificação, no texto de 3.1 a 5.21, que o
pecador encontra o caminho da justificação, através da obra expiatória de
Cristo. No primeiro estado, o pecador está perdido e sem possibilidade alguma
de se justificar diante de Deus. No segundo estado, o pecador encontra Cristo
que o justifica.
É a partir do
capítulo 3.21 que o pecador, judeu ou gentio, encontra um novo caminho através
dos méritos de Cristo Jesus. É aqui que ele pode ser perdoado e declarado livre
da pena do seu pecado, perante Deus.
Justificação
significa absolvição da culpa, cuja pena foi satisfeita. Significa ser
declarado livre de toda culpa tendo cumprido todos os requisitos da lei.
Justificação é um
termo forense que denota um ato judicial da administração da lei. Esse ato
judicial legaliza a situação do transgressor perante a lei e o torna justo,
isto é, livre de toda a condenação. Cristo assumiu a pena do pecador e foi
sentenciado no lugar do pecador. Ele sofreu a pena contra o pecador. Cumprida a
pena, o veredicto final da justiça divina é a justificação do pecador.
Entende-se então que ser justificado não significa que a justiça tenha sido
adiada, ou que ela não tenha sido cumprida” (CABRAL, Elienai. Romanos: O
Evangelho da Justiça de Deus.
5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.52).
II.
A JUSTIFICAÇÃO CONTESTADA (Rm 3.27-31)
1.
A justificação se opõe à salvação meritória. Paulo
desejava que o seu ensino não fosse mal interpretado, então recorrendo ao
método da diatribe, se adiantando em responder as contestações que seus
interlocutores poderiam fazer-lhe. “Onde está, logo, a jactância? É excluída.
Por qual lei? Das obras? Não! Mas pela lei da fé” (Rm 3.27). A lei dizia faça e
o judeu devoto estava convicto de que Deus o justificaria pelo que fazia. No
entanto, a graça que Paulo ensinava dizia não faça, mas aceite o que Jesus já
fez. O que seria feito então do orgulho judaico que se vangloriava em ser o
povo eleito de Deus e das boas obras que praticavam? Não levaria Deus isso em
conta nessa nova doutrina de Paulo? Nas palavras do apóstolo, não! É bem fácil
imaginar que para um judeu devoto, guardador da lei e praticante de boas obras,
que o ensino da justificação “pela fé somente” era bem difícil de digerir. Não
é fácil abrirmos mão do nosso orgulho e deixarmos de nos vangloriarmos pelos
nossos feitos. Todavia, a doutrina da justificação pela fé diz que não há
mérito humano quando a graça de Deus se manifesta. A conclusão de Paulo é que
“o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei” (Rm 3.28).
2.
A justificação se opõe ao orgulho nacionalista. A
segunda indagação que Paulo procura responder é a seguinte: “É, porventura,
Deus somente dos judeus? E não o é também dos gentios? Também dos gentios,
certamente” (Rm 3.29). Esse é outro ponto que contrastava com a crença do
judaísmo do primeiro século — o exclusivismo. A doutrina da justificação pela
fé revela que Deus não é somente dos judeus, que se achavam privilegiados pelo
legalismo em relação à Torá, mas dos gentios também. Deus não é uma divindade
nacionalista, mas Ele é o Deus de toda a Terra. Não há dúvidas de que Paulo
tinha em mente o shema judaico quando argumentou sobre esse assunto: “Ouve,
Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR” (Dt 6.4). Se Deus é o único
Deus, como de fato afirma o monoteísmo judaico, então Ele é o Deus dos gentios
também. Não podemos cair no erro de achar que Deus é nossa propriedade
exclusiva.
3.
A justificação se opõe ao antinomismo. “Anulamos,
pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma! Antes estabelecemos a lei” (Rm 3.31).
Essa é última pergunta a ser respondida por Paulo dentro dessa seção. Os judeus
legalistas defendiam a observância dos preceitos da lei e acusavam Paulo de ser
antinomista, isto é, ensinar que a lei não tem mais nenhum sentido. Paulo
estaria ensinando que a justificação pela fé tornara a lei desprezível? A
resposta de Paulo é não! O problema não era com a Lei, que tinha a função de
servir de condutora até Cristo, mas com os homens que se mostraram incapazes de
cumpri-la. Nem judeu nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei.
Somente Jesus Cristo a cumpriu em nosso lugar. Qualquer tentativa de cumprir a
Lei hoje é nula, além de ser uma afronta àquEle que se mostrou o único
habilitado a fazê-lo — Jesus Cristo, nosso Senhor.
SÍNTESE
DO TÓPICO (II)
A
justificação anunciada por Paulo se opunha a ideia que os judeus tinham da
salvação por méritos religiosos.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Professor, o
subtópico três mostra que o antinomismo se opõe a justificação. Antes de
discorrer a respeito do assunto faça a seguinte indagação: “O que é
antinomismo?”. Ouça os alunos com atenção e explique que “literalmente
significa contra a lei. Doutrina que assevera não haver mais necessidade de se
pregar nem de se observar as leis morais do Antigo Testamento. Calibrando esta
assertiva, alegam os antimonistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já
estamos livres da tutela de Moisés.
Ignoram porém,
serem as ordenanças morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do
direito natural que o Criador incrustara na alma de Adão. Como podemos
desprezar os Dez Mandamentos? Todo crente piedoso os observa, pois o Cristo não
veio revogá-los; veio cumpri-los e sublimá-los. Além do mais, as legislações
modernas estão alicerçadas justamente no Decálogo” (ANDRADE, Claudionor Corrêa
de. Dicionário Teológico. 8ª
Edição. RJ: CPAD, 1999, p.44).
III.
A JUSTIFICAÇÃO EXEMPLIFICADA (Rm 4.1-25)
1.
Abraão, circuncisão e justificação (Rm 4.1-8). Na
seção de Romanos 4.1-8, o apóstolo Paulo toma o exemplo do patriarca Abraão
para fazer um contraste entre a justificação pela fé e pelas obras. A antiga
tradição judaica afirmava que Abraão já guardava a Torá, mesmo tendo vivido
séculos antes dela. Ele a teria guardado por “antecipação”, pois segundo o
judaísmo, apoiando-se em Gênesis 17.23, Abraão é circuncidado como sinal da
aliança entre ele e Deus. Da mesma forma o sacrifício de Isaque confirmaria tal
crença (Gn 22). Em outras palavras, as obras justificaram Abraão. Contra essa
argumentação, Paulo mostra que Abraão não poderia ter sido aceito por Deus em
virtude da circuncisão, pois ele creu em Deus, tendo sido isso imputado como
justiça, antes dele ser circuncidado e pelo menos quatro séculos antes do
advento da Lei. O que justificou Abraão não foi o que ele fez, mas o que Deus
fez por ele. Esse é o princípio do Evangelho — somos aceitos não pelo que
fizemos, mas pelo que Cristo fez por nós.
2.
Abraão, promessa e justificação (Rm 4.9-17). Na
Aliança Abraâmica, Deus prometeu fazer dos descendentes de Abraão uma grande
nação. Ele também prometeu ao patriarca que lhe daria como herança a terra e
faria do seu servo uma bênção para todos os povos (Gn 12.1-3). Fazendo
referência a essa promessa divina, Paulo argumenta que a justificação não
poderia decorrer da obediência à lei pelo fato de que quando Deus fez a
promessa a Abraão, este nem mesmo era circuncidado (Rm 4.10-15). A própria
crença judaica dizia que a fé obediente de Abraão nas promessas de Deus lhe foi
imputada como justiça (Gn 15.5,6). Para Paulo, se as bênçãos divinas prometidas
a Abraão dependessem da obediência ao código mosaico, então as promessas de
Deus teriam falhado, visto que ninguém fora capaz de cumprir ou guardar a lei.
3.
Abraão, ressurreição e justificação (Rm 4.18-25). Na
teologia de Paulo em Romanos 4.18-25 há um paralelismo entre a fé de Abraão e a
fé do cristão — ambos creram em um Deus que torna possível as coisas
impossíveis. Paulo mostra que Deus tornou possível a concretização das
promessas a Abraão, mesmo sendo seu corpo já “amortecido” pelo fato de sua
idade avançada, e dessa forma recompensou a sua fé. A sua fé, mesmo contra as
evidências externas, garantiu-lhe a concretização das promessas (Rm 4.16-22).
Da mesma forma, a fé do cristão na morte e ressureição de Jesus, o Filho de
Deus, é a garantia de que as promessas de Deus em sua vida também serão
cumpridas (Rm 4.23,25).
SÍNTESE
DO TÓPICO (III)
Paulo
se utiliza do exemplo do patriarca Abraão para mostrar que a justificação é
somente pela fé.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Paulo diz que, se
Abraão, o pai dos judeus segundo a carne, tivesse sido julgado por obras ou
justiça própria, teria que gloriar-se diante de Deus. Porém o que aprendemos é
que Abraão foi como qualquer outro homem, pecador e sem justiça nenhuma. Ele
foi declarado justo por meio da fé (Rm 4.3). Os judeus vangloriavam-se em
Abraão e criam que isto lhes garantiria a justificação, apenas por serem
‘filhos de Abraão segundo a carne’. Os versículos 4 e 5, apresentam dois modos
de justificação: por méritos e por graça.
A justificação por
méritos se baseia nas obras do homem para obter a sua salvação. A justificação
por graça baseia-se sobre o princípio da fé. Deus justifica o pecador pela fé.
Ele imputa justiça ao que crê, isto é pela graça de Deus” (CABRAL, Elienai.Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.59).
CONCLUSÃO
Chegamos ao final
de uma importante lição sobre a doutrina da justificação pela fé. Nesta lição
aprendemos que Paulo recorreu a experiência do patriarca Abraão para argumentar
contra a crença judaica que associava a aceitação das obras como garantia de
justificação diante de Deus. Para Paulo isso não poderia ser verdade já que o
velho patriarca não possuía mérito algum quando recebeu as promessas de Deus.
As bênçãos recebidas por ele, assim como as da Nova Aliança, decorrem
exclusivamente da graça de Deus em resposta a fé.
PARA REFLETIR
A
respeito da Carta aos Romanos, responda:
Segundo
a lição, por que os gentios estavam debaixo da ira de Deus?
Os gentios estavam debaixo da ira de
Deus, porque falharam em conhecê-lo.
Na
pessoa de quem Deus tornou conhecido o seu grande amor para com os pecadores?
Na pessoa de Jesus Cristo.
Existem
méritos humanos quando a graça de Deus se manifesta?
A doutrina da justificação pela fé diz
que não há mérito humano quando a graça de Deus se manifesta.
A
justificação pela fé torna a lei desprezível?
A resposta de Paulo é não! Porém, judeu
nem tampouco gentio algum foi capaz de cumprir a Lei.
Qual
era a função da lei?
A Lei tinha a função de servir de
condutora até Cristo.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Justificação,
somente pela fé em Jesus Cristo
Para explicar a
doutrina da Justificação pela Fé, o apóstolo Paulo usa dois tipos de linguagem
na carta: a do judiciário e a do sistema de sacrifício levítico. Como o
apóstolo pretende convencer o seu público leitor, os judeus, bem como os
gentios, de que mais do que observar o sistema de Lei como requisito para a
salvação, Deus havia manifestado a sua graça justificadora lá no tempo da
Antiga Aliança por intermédio do pai da fé, Abraão, o apóstolo afirma com todas
as letras: “Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a
promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas
também à que é da fé de Abraão, o qual é pai de todos nós. [...] Pelo que isso
lhe foi também imputado como justiça” (Rm 4.16,22). Dessa forma, o apóstolo argumentava
ao judeu de que, mesmo o gentio não tendo a Lei, a condição do gentio em
relação a Deus em nada é inferior ao do judeu. Em Jesus, pela fé mediante a
Graça de Deus, o gentio é filho de Abraão por intermédio da fé, que é pai tanto
do judeu quanto do gentio achado por Deus (Rm 4.9-13).
A
linguagem judiciária da Justificação
Ser justificado por
Deus é ser inocentado por Ele mesmo da condição de culpado pelos atos. Ou seja,
o indivíduo não tem quaisquer condições de se auto- declarar inocente ou de
aliviar a sua consciência, pois sabe que nada poderá apagar a sua culpa. Por isso,
Deus, em Cristo, na cruz do Calvário, nos reconciliou para sempre (2Co 5.19).
De modo que o apóstolo Paulo ratifica esse milagre: “Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8).
A
linguagem sacrifical da Justificação
Trocar o culpado
pelo inocente. O sangue de Jesus Cristo foi derramado no lugar do sangue da
humanidade. Foi a substituição vicária de Cristo Jesus por nós. Éramos
culpados, mas Cristo se tornou culpado por nós; éramos malditos, Cristo se
tornou maldito por nós; éramos dignos de morte, Cristo morreu em nosso lugar e
por nós (Rm 3.25).
A linguagem
judiciária e sacrifical da justificação nos mostra um Deus amoroso e
misericordioso, que não faz acepção de pessoas e que deixa clara a real
condição do ser humano, seja ele judeu ou gentio: somos todos carentes da graça
e da misericórdia do Pai.
Caro professor,
esse trecho bíblico [3.1 — 4.25] é importante para o desenvolvimento do
argumento do apóstolo em sua epístola. Estude-o com rigor.
Por
Dc. Geazi Santos
Por
Dc. Geazi Santos
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