A violência é um fenômeno desencadeador de sofrimentos e
perdas na vida de qualquer pessoa, cristã ou não. Ela faz chorar,
sofrer, irar-se e, até mesmo, revoltar-se. Tudo isso é humano e
legítimo. Não há nada de demoníaco ou patológico nessas reações.
Naturalmente, como qualquer revolta em relação a injustiça, a violência
nos desafia a viver uma radicalidade do Evangelho até as últimas
consequências. Pois é um processo doloroso saber que, mesmo servindo um
Deus soberano e bondoso, podemos perder nosso ente querido vítima das
maiores barbáries praticadas por aqueles que não têm o amor de Cristo no
coração. É possível perdoar atos violentos? O que as Escrituras nos
mostram? Qual a origem da violência? Essas sãos questões da vida que
precisam ser respondidas!
Ocupando grande parte dos noticiários, a violência aflige a todos,
inclusive o crente. Sua origem é de ordem espiritual e deve ser tratada a
partir daí. Por isso, na lição de hoje, veremos o que a Palavra de Deus
ensina a seu respeito e como devemos agir, a fim de minorar os seus
efeitos. Não podemos ficar indiferentes aos seus males, porque enquanto
permanecermos neste mundo, estaremos sujeitos às suas consequências.
Todavia, não devemos esquecer-nos de que a nossa vida está escondida em
Deus e nele estaremos sempre seguros.
1. A origem da violência. As Escrituras Sagradas mostram que a violência é o resultado direto da rebelião de Adão e Eva contra Deus (Gn 3.4-24; 6.5). Neles, toda a humanidade fez-se pecadora (Rm 3.23). Logo após a queda, seus filhos apresentaram ofertas ao Senhor: as de Abel foram aceitas, mas as de Caim, rejeitadas (Gn 4.3-5). Isso levou Caim a matar Abel, protagonizando o primeiro homicídio da história. Estava inaugurada a violência sobre a face da terra.
2. A multiplicação da violência. O ato de Caim revela a natureza
da humanidade que, agora arruinada pelo pecado, comete violência sobre
violência (Sl 14.1-3; Rm 3.10-18). Sua disposição para o mal é
evidenciada em Lameque que, além de matar dois homens, louva os próprios
crimes (Gn 4.23). A violência generalizou-se de tal forma, que
constrangeu a Deus a destruir o mundo antigo pelas águas do dilúvio (Gn
cap. 6). Apenas Noé e sua família são poupados. Foi com pesar que o
Senhor decretou o fim da primeira civilização humana: “Destruirei, de
sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal,
até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver
feito” (Gn 6.7).
3. A violência na sociedade atual. Apesar das políticas públicas
contra a violência, as estatísticas envolvendo assassinatos, lesões
corporais, estupros, roubos, etc, aumentam anualmente de forma
assustadora. Vivemos dias semelhantes aos de Noé. Por isso, a Igreja de
Cristo, como sal da terra e luz do mundo, deve postar-se como a voz
profética de Deus contra todos os tipos de violência. Não podemos nos
conformar com o presente século (Rm 12.1,2).
1. Quando o crente é perseguido. Há formas de
violência que, embora não agridam fisicamente, são mental e
emocionalmente destrutivas. Entre as mais comuns, encontram-se a tortura
psicológica e o assédio moral, ambos extremamente danosos, podendo
levar a vítima a danos irreversíveis (Sl 73.21). O que dizer, portanto,
das perseguições que muitos crentes piedosos sofrem no trabalho e na
escola em virtude de sua postura moral e espiritual?
Quando isso acontecer, lembre-se das palavras de
Jesus: “Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque
deles é o reino dos céus. Bem-aventurados sois quando, por minha causa,
vos injuriarem, e vos perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra
vós. Regozijai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos
céus; pois assim perseguiram aos profetas que viveram antes de vós” (Mt
5.10-12). O Senhor é poderoso para transformar esse quadro e mostrar a
todos que Ele zela por seus filhos (Sl 42.5,11; 62.5).
2. A ação do bom samaritano. O Senhor Jesus contou, certa vez,
uma parábola cujos personagens centrais são um samaritano e um israelita
que fora espancado por salteadores (Lc 10.25-37). A vítima foi ignorada
até mesmo por um levita e por um sacerdote (10.31,32). Todavia, o
samaritano, alguém abominado pela nação judaica (Jo 4.9), compadeceu-se
do israelita, socorreu-o e responsabilizou-se por seu tratamento. Nessa
parábola, há uma importante mensagem para a Igreja de Cristo. Devemos
cuidar e amparar as vítimas da violência.
3. A Igreja deve denunciar a violência através de ações. Todas as
pessoas, crentes ou ímpias, estão sujeitas à violência. Por isso, a
Igreja do Senhor deve empreender ações para auxiliar as vítimas a
superarem os traumas provenientes de atos violentos. Em primeiro lugar,
clamemos a Deus para que a nossa cidade tenha paz e que os homens
públicos cumpram o seu dever com ações preventivas contra a violência (1
Tm 2.1,2,8). Em segundo lugar, preparemo-nos para acolher devidamente
os que sofreram algum tipo de violência, oferecendo-lhes conforto
espiritual, moral e emocional (Lc 10.36,37).
Você já foi vítima de alguma forma de violência? Saiba que Deus se
importa com você. Ele o ajudará a superar os traumas e dará novo rumo
para a sua vida. Não se desespere, nem se deixe vencer pela tristeza.
Afinal, temos conosco, e em nós, o divino Consolador. Somente Ele pode
transformar nosso pranto em riso. Amém.
Port
Dc. Geazi Inácio
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