um Deus que é fiel e que tem cuidado de nós. Muitas vezes somos
provados pela escassez, como a viúva que foi até o profeta Eliseu, mas
nesses momentos podemos também ver o agir do Pai Celeste. Ele nos
surpreende com o milagre da provisão. Ninguém deseja sofrer privações,
todavia as intempéries da vida são sempre uma boa oportunidade para o
nosso crescimento espiritual. É o que nos ensina a Palavra de Deus: “E
sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto” (Rm 8.28).
Basta-nos confiar na suficiente graça de Deus. Ela, e somente ela, nos
basta!
Na lição de hoje, estudaremos acerca do cuidado do Senhor para conosco e
a disposição que devemos ter em cuidar e socorrer os necessitados. Ele
multiplica nossos recursos, fazendo com que haja o bastante para todas
as nossas carências básicas. Sim, Deus utiliza o que temos para
alimentar os famintos (2 Rs 4.42-44). Em o Novo Testamento, o apóstolo
João exorta-nos à prática do amor verdadeiro; um sentimento que nos
constrange a ser solícitos uns com os outros e a buscar o bem dos
necessitados (1 Jo 3.17,18).
1. A viuvez. Sem dinheiro e uma grande
dívida. Eis a “herança” de uma pobre mulher, que fora surpreendida pela
repentina morte do esposo, cuja atividade era servir aos profetas do
Deus Altíssimo (2 Rs 4.1). Apesar de fiel, o homem deixou a família em
uma situação calamitosa, pois não havia comida em casa nem meios de
subsistência para a viúva e os dois filhos. A forma como a mulher
dirige-se ao homem de Deus demonstra a sua situação desesperadora, pois
provavelmente ela não tinha nenhum familiar para auxiliá-la.
Não obstante, ela não poderia, passivamente, ver os
filhos padecerem de fome e, ainda, correndo o risco de serem levados
como escravos como pagamento da dívida do pai. Por isso, for buscar
ajuda, recorrendo ao profeta Eliseu, pois sabia que, como homem de Deus,
poderia interceder por toda a família. E você, o que faz quando o
imprevisto bate à sua porta? Desespera-se ou vai ao Senhor? Ir a Deus
significa conversar com Ele e crer em sua provisão (Sl 147.7-9; At
17.25).
2. A dívida. A Bíblia não revela o valor da
dívida deixada pelo falecido, mas o certo é que era uma alta soma, pois
seria necessário dar os dois filhos do casal como escravos para quitar o
débito (2 Rs 4.1). De acordo com a lei, o devedor que não pudesse pagar
o seu débito era obrigado a servir ao credor até ao ano do Jubileu (Lv
25.39,40).
O credor estava amparado pela lei; ninguém podia
repreendê-lo. Não era incomum um israelita vender-se como escravo ou dar
algum membro de sua família para saldar dívidas (Êx 21.7; Ne 5.5). Tal
situação ensina-nos que é preciso pensar no futuro de nossa família bem
como sermos zelosos com as nossas finanças, pois caso sobrevenha-nos um
imprevisto, os nossos não sofrerão determinados constrangimentos.
3. A solução. A mulher foi ao encontro de
Eliseu, ciente de que, através dele, o Todo-Poderoso interviria. A viúva
fez algo incomum, pois raramente as mulheres conversavam com os homens
sem serem convidadas. Contudo, aquela pobre viúva não poderia
intimidar-se com as convenções humanas. A família dependia dela para
sobreviver e ela, igualmente, precisava de ajuda. Foi então que a pobre
mulher decidiu aproximar-se de Eliseu e relatou a sua triste história,
levando o profeta a encher-se de compaixão. Eliseu realiza o milagre da
multiplicação do azeite e, com a venda deste, a viúva liquida o débito
do esposo e tem para si uma reserva financeira (2 Rs 4.1-7). Ainda que
não consigamos enxergar, Deus sempre tem uma solução nos momentos de
angústia (Sl 50.15).
1. A botija de azeite. Quando Eliseu
perguntou à viúva sobre o que ela tinha em casa, a resposta imediata da
mulher foi que não havia nada além de uma botija de azeite (2 Rs 4.2).
Essa pequena quantidade de azeite era insignificante, mas nas mãos do
Senhor tornou-se muito. Note, o profeta usou o que a mulher tinha em
casa.
Eliseu orientou-a a pedir vasos emprestados aos
vizinhos, todos quantos pudesse pegar. E depois que estivesse com as
vasilhas em casa, ela deveria fechar a porta e despejar o azeite nelas. O
azeite cessou de jorrar da pequena botija quando não havia mais
vasilhas. O Deus que servimos é um Deus de milagres. Ele multiplica o
pouco que temos (1 Rs 17.14).
2. A farinha na panela. Após dizer que
haveria seca em Israel (1 Rs 17.1), o profeta Elias recebeu a ordem
divina de ir à Sarepta, porque ali residia uma viúva que o sustentaria
(1 Rs 17.8,9). É paradoxal imaginar Elias sendo sustentado por uma
mulher viúva. Entretanto, o Senhor não se esquece dos seus filhos e
desejava usar essa situação para amparar aquela mulher necessitada, pois
Ele trabalha com o pouco que temos. Mesmo sem condições, a viúva
preparou uma refeição para o profeta e este disse que o Senhor Deus não
deixaria faltar farinha na panela e nem azeite na botija (1 Rs 17.16).
3. Cinco pães e dois peixes. Cinco pães de
cevada e dois peixinhos (Jo 6.9) foram suficientes para Jesus alimentar
uma grande multidão (Jo 6.10). Para o Senhor Jesus o lanche oferecido
pelo rapaz era o suficiente, pois ainda sobraram doze cestos cheios de
pedaços de pães (Jo 6.13). Mais uma vez vemos Deus multiplicando o pouco
que temos. Ele jamais despede os seus filhos de mãos vazias.
1. No Antigo Testamento. Encontramos a
provisão divina para alimentar Israel (Êx 16.15). Assim, vemos Deus
agindo na natureza e em sua criação (Êx 16.13-21; 1 Rs 17.4-6), operando
grandes milagres de multiplicação (2 Rs 4.1-7). A ocorrência desses
sinais ensina-nos a depender do Senhor dia após dia.
2. Em o Novo Testamento. Além dos milagres
para a provisão de alimentos, o Novo Testamento apresenta também a
disposição de homens e mulheres em ajudar uns aos outros, repartindo
tudo o quanto possuíam (At 4.32-37). Esses irmãos desfrutavam de um
sentimento de unidade, que os levava a vender seus bens trazendo-os para
a igreja, a fim de que o valor fosse dividido conforme as necessidades
dos santos (At 4.36,37). O que os movia era o amor fraternal que Cristo
tanto ensinou (Jo 15.9-17). Aprendamos, pois, com a Igreja do século I e
pratiquemos a generosidade e a verdadeira comunhão.
3. Na atualidade. Deus pode prover alimento
para os seus filhos da maneira que Ele quiser, porém, convida-nos a
fazer parte dessa gloriosa missão que é socorrer àqueles que passam por
privações (Rm 12.9-21). O apóstolo Paulo exorta-nos a trabalhar para
repartir com aqueles que passam por dificuldades (2 Co 8.14; Ef 4.28),
Tiago fala da fé sem obras (Tg 2.14-17), e João do amor “só de palavras”
(1 Jo 3.16-18). Através da nossa vida, Deus deseja sustentar os
necessitados. Não sejamos negligentes com a nossa nobre missão.
A história do povo de Deus é marcada por milagres e provisões, pois o
Senhor tem cuidado do seu povo e o seu zelo é notório. Todavia, não
podemos nos esquecer de praticar o amor que o Senhor Jesus nos ensinou
(Mc 12.31). O apóstolo Paulo deixou um rico ensinamento: “Então,
enquanto temos tempo, façamos o bem a todos” (Gl 6.10). Deus pode e quer
usar a nossa vida no alívio ao sofrimento dos que nos rodeiam.
Assistamos ao nosso próximo como gostaríamos de ser assistidos (1 Jo
3.16-18).
Por
Dc. Geazi Santos
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