O que fazer quando um dos cônjuges não se converte ao Senhor? Essa é
uma situação que, apesar de difícil, possivelmente alguns de seus
alunos podem estar enfrentando. Sabemos que o servo de Deus deve
casar-se no Senhor, todavia, muitos se convertem a Jesus depois do
casamento. Enfatize que nesse caso é preciso que o cônjuge busque, em
Deus, sabedoria para que o lar seja um lugar de paz, amor e respeito.
Quando o cônjuge não é crente, a Palavra de Deus recomenda a submissão
(1 Pe 3.1) a fim de que ele seja alcançado por intermédio do bom
testemunho do cristão. Essa é a vontade de Deus!
Nesta aula, estudaremos os conflitos que surgem quando um cônjuge
converte-se, e o outro não, e as implicações que tal mudança ocasiona na
convivência do casal. Ressaltaremos que o plano de Deus é que a família
toda sirva a Cristo como Senhor e Salvador. Nessa perspectiva, o
cônjuge que serve ao Senhor precisa ver-se como o principal responsável
pela evangelização dos membros de sua família. Entretanto, a prática
demonstra que palavras, nesse caso específico, geralmente transformam-se
em discussões infrutíferas. Assim, a melhor atitude evangelística é
manter um bom testemunho de vida através da mudança de hábitos. Quem
serve ao Senhor deve ser sábio no falar, no agir, evitando conflitos.
1. A convivência com o cônjuge descrente.
Quando Deus criou o mundo declarou que tudo era bom (Gn 1.31). A única
coisa que o Criador disse não ser boa era o fato de o homem viver só (Gn
2.18). Por isso, fez para Adão uma adjutora, Eva, formando assim a
primeira família (Gn 2.22). Não faz parte do plano divino que o casal se
divorcie (Mt 5.31,32; 19.3-9; Mc 10.2-12). Mas em 1 Coríntios 7.15, o
apóstolo Paulo fala acerca dessa triste realidade como iniciativa do
cônjuge descrente. Todavia, o apóstolo aconselha que, se o cônjuge
descrente não se opuser à fé do que aceitou ao Senhor Jesus, então não
deve o crente, em hipótese alguma, abandoná-lo (1 Co 7.12,13).
A fim de garantir uma convivência pacífica é
imprescindível não entrar em conflitos, evitando discussões sobre
religião ou igreja. Torne o seu dia a dia agradável; mostre ao cônjuge
que servir a Cristo transforma um dia ruim em uma noite tranquila. Se
houver algum problema na igreja, ou algo que não concorde, é prudente
não dividir tal assunto em casa, pois o cônjuge não compreenderá,
podendo até mesmo desenvolver uma aversão pelas coisas de Deus. Como já
dissemos, a convivência deve ser pacífica (Rm 12.18).
Observemos, ainda, este conselho de Pedro:
“Semelhantemente, vós, mulheres, sede sujeitas ao vosso próprio marido,
para que também, se algum não obedece à palavra, pelo procedimento de
sua mulher seja ganho sem palavra, considerando a vossa vida casta, em
temor” (1 Pe 3.1,2). Esse conselho também vale para o homem.
2. Santificando o cônjuge. A Bíblia afirma
que o cônjuge que serve ao Senhor santifica o não crente (1 Co 7.14). É
muito importante ressaltar que a santidade a que se refere o apóstolo
não leva à salvação. Isto é, um incrédulo não pode ser salvo através da
experiência salvadora do outro, pois a salvação é individual e
intransferível.
1. Na criação dos filhos. O desejo do cônjuge
cristão é que toda a sua família sirva ao Senhor Jesus. Em se tratando
dos filhos o desejo é ainda maior. Mas nem sempre é possível criar os
filhos dentro dos limites do templo, principalmente se um dos
responsáveis não serve ao Senhor. O que fazer? Entrar em conflito com o
cônjuge não resolve e ainda traz discórdia para o lar. A única coisa a
ser feita é ensinar a Palavra de Deus em casa. Procure estimular a
leitura das Sagradas Escrituras e de literatura cristã adequada para a
faixa etária dos filhos. Não podemos descuidar da oração. Sigamos o
exemplo de Jó que intercedia a Deus por seus filhos (Jó 1.5). Em o Novo
Testamento, encontramos a história do jovem Timóteo, filho de uma judia
crente com um grego incrédulo (At 16.1). Mas a sua avó e mãe
ensinaram-lhe a Palavra de Deus, livrando-o assim das influências do
paganismo (2 Tm 1.5). Timóteo tornou-se, então, um discípulo de Cristo,
companheiro de Paulo e um grande servo do Senhor.
2. Nos afazeres domésticos. Tanto os homens
quanto as mulheres que servem a Deus devem agir com sabedoria em relação
às atividades domésticas. O cônjuge crente não pode descuidar de
maneira alguma de sua vida espiritual, do lar, e dos filhos. Saber
administrar o tempo é um fator que evita conflitos. A mulher não pode
deixar sua casa desorganizada, as refeições por fazer e as roupas da
família sujas sob a alegação de que o culto terminou mais tarde. O
esposo incrédulo não a compreenderá, e julgará que a igreja está
atrapalhando o bom andamento do lar.
Da mesma maneira, o homem que deixa de ajudar a
mulher na organização do lar, que não realiza os pequenos reparos na
casa, desculpando-se que não pode chegar atrasado ao culto, levará a
esposa descrente a afastar-se ainda mais do Evangelho. Portanto, os
cônjuges crentes devem agir com sabedoria, procurando os melhores dias e
horários para comparecer aos cultos. Não podemos nos esquecer que Deus
ama a família, pois Ele mesmo a criou.
3. Na vida espiritual. Há muitos casos de
maridos que proíbem as esposas de participarem das atividades da igreja
ou até mesmo de comparecerem aos cultos. Também há casos de mulheres que
dificultam a vida espiritual dos maridos. Mesmo diante de tantas
dificuldades não se pode descuidar da vida espiritual. Reservar um
lugarzinho e um horário adequados, no lar, para oração, adoração e
meditação da Palavra de Deus é uma excelente alternativa (Dn 6.10).
Esses momentos preciosos na presença do Pai fortalecem a vida espiritual
e ajudam a suportar as perseguições enquanto que, ao mesmo tempo,
evitam conflitos. Confie, Deus sabe como agir em todas as situações.
1. Com nova postura. Todo aquele que
reconhece Jesus como Salvador é transformado numa nova criatura (At
9.1-15; 2 Co 5.17). A partir daí, a natureza pecaminosa é colocada sob o
controle do Santo Espírito, havendo mudança de vida e de comportamento
(Gl 5.22). O cônjuge convertido, pois, deve demonstrar que mudou e que
Cristo o tornou um ser humano melhor. Agindo dessa maneira, o outro
perceberá que, em Jesus Cristo, há mudanças profundas no caráter. E,
dessa maneira, o descrente poderá até vir a converter-se pelo bom
exemplo que observa no crente (1 Pe 3.1).
2. Com bom testemunho. O cônjuge convertido
não pode viver envolvido em situações ilícitas. Pois, através do seu bom
testemunho, pode vir ganhar o outro para Cristo (1 Pe 3.1). Se o
cônjuge, antes de ser crente, agia com grosseria, pronunciava palavras
de baixo calão ou era dado a vícios, tais coisas devem ser abandonadas,
pois agora ele é nova criatura. Afinal, de uma mesma fonte não podem
sair águas amargas e doces (Tg 3.11). Lembremo-nos que o bom testemunho
começa no lar, nas pequenas ações. O cônjuge descrente precisa perceber a
mudança que Jesus realizou em sua casa através da conversão do outro.
A família é uma instituição divina inaugurada no
Jardim do Éden por Adão e Eva. E é desejo do Criador que os cônjuges
vençam as dificuldades e permaneçam unidos assim como Ele os criou.
Diante disso, o bom testemunho daquele que serve ao
Senhor é uma forma clara e prática de evangelismo no lar. Tal
comportamento demonstra, em ações e palavras, que Cristo o modificou e o
tornou um ser humano melhor, levando o cônjuge à conversão.
Por
Dc. Geazi Santos
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