INTRODUÇÃO
Há uma deseducação
sexual de caráter relativista imposta aos alunos, em todos os níveis, em
escolas públicas e particulares. No século passado e, principalmente, no século
atual, o mundo tem se tornado “sexo-cêntrico”. A partir da visão freudiana,
tudo, na vida, tem motivação sexual. Certamente, essa é uma visão materialista
e reducionista do que significa a sexualidade humana. O sexo foi criado por
Deus com propósitos elevados, saudáveis e benéficos para o ser humano.
No entanto, desde
a Queda, o sexo e a sexualidade têm sido deturpados de modo irresponsável. No
tempo presente, na era da pós-modernidade, há uma exacerbada valorização da
sexualidade, que ultrapassa tudo o que se poderia esperar de um ser racional.
Homens e mulheres comportam-se de maneira liberalista e, às vezes, até de
maneira animalesca, no exercício da sexualidade.
Neste estudo,
pretendemos abordar uma análise objetiva do tema, sem a pretensão de esgotá-lo,
tomando por base os princípios éticos, emanados da palavra de Deus. Esses
princípios são bem definidos, em todos os aspectos. Com relação à sexualidade,
a Bíblia tem normas, regras e ensinos, que são considerados como verdadeiros
artigos de fé, e merecem ser respeitados por todos aqueles que dão valor à
Palavra de Deus. Em termos de ética, de moral e de conduta, Deus é um Deus
de santidade. Diz a Bíblia: “mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós
também santos em toda a vossa maneira de viver” (1 Pe 1.15).
E um desafio
enorme para o cristão ser santo “em toda a maneira de viver”. Ser santo é ser
separado do pecado, do mundo que “jaz no maligno” e viver de acordo com os
princípios imutáveis ditados por Jesus Cristo. Esses princípios assumem caráter
absoluto. Jesus disse, certa vez: “Quem não é comigo é contra mim; e quem
comigo não ajunta espalha” (Mt 12.30). Jesus não admite meio termo. Ou se está
do seu lado ou contra ele. Ou se ajunta com ele, ou se espalha sem ele. Em
termos éticos, não há lugar para o relativismo no meio cristão.
O que significa
essa inversão de valores tão acentuada, que domina a mentalidade do homem
pós-moderno? Não é nenhuma novidade. O profeta Isaías, séculos antes de Cristo,
já reverberava: “Ai dos que ao mal chamam bem e ao bem, mal! Que fazem da
escuridade luz, e da luz, escuridade, e fazem do amargo doce, e do doce,
amargo!” (Is 5.20). Era a antevisão do relativismo exacerbado, que haveria de
dominar a mente dos homens sem Deus. O que é errado aos olhos de Deus é visto
como certo. O que Deus considera virtude, o mundo materialista considerada
retrocesso.
O que é sexo?
De acordo com o
dicionário, sexo é a “Conformação particular que distingue o macho da fêmea,
nos animais e nos vegetais, atribuindo-lhes um papel determinado na geração e
conferindo-lhes certas características distintivas” (grifo nosso).1 Pode ser
entendido no sentido figurado, confundindo-se com sensualidade ou sexualidade,
no sentido mais amplo; também pode significar “os órgãos genitais externos”, na
linguagem mais comum.
À luz da Bíblia,
sexo são as características internas e externas, que identificam e diferenciam
o homem da mulher, ou, do “macho e da fêmea”, como diz dicionário. Diz a
palavra de Deus: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou;
macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Deus fez “o homem” (ser humano), de modo bem
claro, com a conformação heterossexual.
O que é
sexualidade?
Numa definição do
léxico, lemos que sexualidade é: “1. Qualidade do sexual. 2. O conjunto dos
fenômenos da vida sexual”.2 A visão moderna de sexualidade insere-se no
contexto do relativismo e do hedonismo.
Num artigo, na
web, lemos: “O termo “sexualidade” nos remete a um universo onde tudo é
relativo, pessoal e muitas vezes paradoxal. Pode-se dizer que é o traço mais
íntimo do ser humano e, como tal, se manifesta diferentemente em cada indivíduo
de acordo com a realidade e as experiências vivenciadas pelo mesmo”.
LIMA. Elinaldo Renovato de. A família
cristã e os ataques do inimigo. Editora CPAD. pag. 101-103.
I. Caracterização Geral
Embora a palavra
sexo não seja mencionada na Bíblia, o tema ocupa um espaço muito amplo nessa
coleção de documentos, e tudo o que há de bom e de ruim relacionado a isso é
descrito de forma explícita. Os hebreus não eram um povo puritano. Na verdade,
eram um povo do vinho, das mulheres e da canção. Confinar o sexo dentro do
casamento exigia a instituição do concubinato, que, de modo geral, tinha regras
muito frouxas, portanto o ideal (da Criação) de um homem para uma mulher na
prática quase nunca teve efeito. Apenas as mulheres estavam limitadas a um
único homem. O ideal original de Gên. 1.26-28 era que houvesse uma união entre
um homem e uma mulher e que essa união tivesse o propósito da procriação, pois
era obrigação deles "frutificar e multiplicar". Jesus aprovou o plano
original como sendo parte do esforço contra o abuso (Mat. 19.4.8).
Os casamentos
restritos tinham por propósito produzir a "raça de Abraão"
(culminando nos hebreus e então nos judeus) como um povo distinto, que
participou dos diversos pactos (Abraârnico, Mosaico, Palestino etc.; ver o
artigo Pactos). Havia um propósito espiritual que não poderia ser cumprido se
as leis do casamento permitissem a livre mistura com outros povos, pois isso
anularia um povo especial a longo prazo. A ameaça da extinção da linhagem
biológica de um povo era o temor comum dos povos antigos do Oriente Médio e
pragas de tratados sempre traziam esse temor à tona. Ver Deu. 28.18, 32; Jos.
6.26; Sal. 109.13. Um motivo para o medo era que a continuação da linhagem,
família ou raça de uma pessoa possibilitava um tipo de imortalidade biológica
nos dias em que a doutrina da imortalidade da alma ainda não havia sido
desenvolvida. Leis de herança (ou famílias e tribos dentro de uma nação) eram
um reforço da esperança da imortalidade biológica.
O concubinato era
um auxílio ao desejo da "grande raça" e, enquanto fosse confinado a
uma tribo ou nação à qual alguém pertencia, era prática favorecida. Mas o
adultério ameaçava a pureza de linhagens específicas de famílias e tribos, e o
casamento misto com estrangeiros tendia a ser um tipo de suicídio coletivo.
A virgindade antes
do casamento era fator crucial para mulheres no Antigo Testamento, mas
aparentemente não era respeitada para homens. Isso ajudava a evitar a confusão
das linhagens familiares e, em sua essência, servia aos mesmos propósitos das
leis contra o adultério.
A procriação era
tratada como um bem sem qualificação, contanto que mantida dentro das leis
indicadas acima. O casamento era considerado o estado normal para homens e
mulheres. O celibato era absolutamente estranho à mentalidade hebraica e
judaica e, longe de deixar um homem mais qualificado espiritualmente, era
considerado um dano ao homem e à sociedade. Os líderes judeus eram quase
necessariamente homens casados, e a família era muito mais importante do que
alguma piedade artificial e pessoal que possa ter sido promovida através do
celibato.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6.
Editora Candeias. pag. 192-193.
Ortodoxia é uma
palavra que vem do grego orthóa, e reto. e dóxa, «opinião». Dai essa palavra
veio a indicar «crença correta», Os vícios de várias ortodoxias (e há muitas) é
que elas equiparam a crença certa (conforme elas a julgam) com a verdade.
Entretanto, a
história tem frequentemente demonstrado, nos campos da ciência, da filosofia e
da religião, que a ortodoxia de uma geração é contradita por alguma
heterodoxia, e que esta' última, ao obter poder, torna-se uma nova ortodoxia.'
Pode-se ver isso de geração em geração, até mesmo nas ciências, quando
novas ideias substituem antigas ideias.
Consideremos o
caso do judaísmo ortodoxo. Este foi substituído, no caso de muitos milhões de
pessoas, por uma grande heterodoxia e heresia, a fé cristã. O judaísmo
considerou Jesus e Paulo os arqui-hereges; mas não demorou para que eles fossem
considerados os campeões da nova ortodoxia.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 4.
Editora Candeias. pag. 663-664.
SALVAÇÃO ATRAVÉS DO SEXO?
Todos as rupturas
intelectuais e culturais da modernidade foram de uma
maneira ou de
outra ligadas aos desejos sexuais que seus progenitores sabiam ser ilícitos,
mas que, todavia, escolheram. Suas teorias, em última análise, eram
racionalizações das escolhas que sabiam ser erradas. E. MICHAEL JONES
O sexo é parte
vital da ordem criada por Deus, compondo a sagrada aliança do casamento; nossa
natureza sexual é um bom presente divino.
Porém, para muitos
pensadores modernos, a sexualidade tornou-se a base para uma cosmovisão
inteira, a fonte final de significado e cura, um meio de redenção. O sexo tem
sido exaltado a ponto de nos elevar a nós mesmos para o próximo nível da
evolução, criando um novo tipo de natureza humana e uma avançada civilização.
Em resumo, a sexualidade tem sido transformada em outra versão do Mito da
Escada Rolante.
Qual é a origem
dessas ideias quase místicas da sexualidade? Em grande medida, vêm de Rousseau,
que ensinou que a natureza humana era boa e que o mal era o resultado dos
constrangimentos da civilização, com sua regras morais e convenções sociais. No
século XIX, Freud atribuiu que a neurose resultava dos constrangimentos das
regras morais e da culpa que elas produzem. Então, como a ciência aprendeu mais
sobre a psicologia da sexualidade — por exemplo, as ações das glândulas — essas
mesmas ideias foram vestidas com trajes científicos.
Por exemplo, no
início do século XX, Margaret Sanger, geralmente lembrada como a primeira
campeã do controle de natalidade, ensinou uma ampla filosofia sobre a
sexualidade, reforçada pela ciência. Ela afirmava que a repressão sexual
suprimia a atividade das glândulas do sexo e assim prejudicava a saúde e
entorpecia o intelecto. Assim, a própria ciência, argumentou, ampara a
liberação sexual.
O drama da história,
no relato de Sanger, consiste das lutas para libertar nossos corpos e mentes
dos constrangimentos da moralidade, as proibições que distorcem e empobrecem a
natureza humana, Ela inflexivelmente resistiu “os ‘moralistas’ que pregam a
abstinência, a autonegação e a proibição” e descreveu a ética cristã como
“moralidade cruel de ‘pecado1 e auto-negação” , Sanger esperava substituir isso
com sua própria moralidade de liberação sexual, prometendo que liberar as
energias sexuais era “o único método” pelo qual uma pessoa poderia encontrar
“paz interior, segurança e beleza”. E também o único método para superar as
doenças sociais vindouras: “Remova os constrangimentos e proibições que agora
obstruem a liberação das energias interiores, [e] a maioria dos males
abundantes da sociedade perecerá”.
O que Sanger
ofereceu era nada menos do que uma doutrina da salvação na qual a moralidade é
a raiz de todo o mal e a livre expressão sexual o caminho para a redenção. Ela
até recorreu à linguagem religiosa, convocando a elite sexual para “remover os
tabus morais que agora amarram o corpo e o espirito humano, libertar o
indivíduo da escravidão da tradição, e, acima de tudo, responder ao seu
incessante clamor pelo conhecimento que tornaria possível a auto direção e
salvação”. Salvação?
Em outra passagem,
Sanger promete que os homens e as mulheres se tornarão literalmente em gênios
através “da remoção das inibições e constrangimentos fisiológicos e
psicológicos, o que tornará possível a libertação e canalização das energias interiores
primordiais do homem em expressão completa e divina”. Divina? Aqui está outra
alteração da promessa da serpente no Éden: não é comer do fruto da árvore do
Jardim que nos tornará deuses; é a liberação das energias sexuais.
A filosofia de
Sanger é apenas outra versão do Mito da Escada Rolante, na qual a liberdade
sexual é o meio para transformar a natureza humana e criar o Novo Homem. Está
em nosso poder “remodelar a raça [humana]” e criar “uma civilização real”, para
“transmutar e sublimar o mundo de cada dia em um reino de beleza e alegria”,
ela escreveu eufórica. Para recorrer outra vez à linguagem religiosa: “Através
do sexo, a. humanidade poderá alcançar a grande iluminação espiritual que
transformará o mundo, que iluminará o único caminho para um paraíso terreno”.
Entre os
contemporâneos de Sanger, Alfred Kinsey era igualmente influente em configurar
hábitos sexuais e teorias de educação sexual, particularmente em seus livros
Sexual Behavior in the Human Male e Sexual Behavior in the Human Female
(Comportamento Sexual no Ser Humano Masculino e Comportamento Sexual no Ser
Humano Feminino) publicados nos anos de 1940. O impacto de Kinsey foi devido em
parte à sua postura como cientista objetivo, tabulando o que os Americanos
faziam na intimidade de seus quartos. Porém, a verdade é que ele não era nem
objetivo nem cientista. Como Sanger, estava comprometido com uma ideologia que
definiu a moralidade como uma força prejudicial para ser rejeitada e que elevou
a sexualidade a um meio salvação.
Para liberar o
sexo da moralidade, Kinsey reduziu-o a um simples ato biológico de orgasmo
físico. Para então alegar que todos os orgasmos são moralmente equivalentes -
seja entre pessoas casadas ou não, entre pessoas do mesmo sexo ou do sexo
oposto, entre adultos e crianças e até entre seres humanos e animais. Seu
modelo era o mundo animal.
Kinsey era um
darwinista devoto o qual acreditava que se os seres humanos evoluíram dos
animais, não há então diferenças significativas entre eles. Ele gostava de
falar sobre “o animal humano”, e se um comportamento em particular pudesse ser
achado nos animais, considerava-o também normativo para os seres humanos. Por
exemplo, Kinsey alegou que certos mamíferos são observados tendo contatos
sexuais entre machos e até entre espécies; assim concluiu que ambos, o
homossexualismo e o bestialismo, são “parte do quadro normal dos mamíferos” e
comportamentos aceitáveis para os seres humanos.
Kinsey estava tão
ansioso em provar sua filosofia que empregou métodos de pesquisa altamente não científicos,
tal como contar com amostras não representativas que incluíam porcentagem
desproporcional de infratores sexuais e aberrações. E dificilmente considerado
cientifico usar amostras deformadas para definir a sexualidade “normal”, e
apesar disso, como o biografo James Jones documenta, Kinsey persistentemente
estudou pessoas que estavam à margem, ou até mesmo além dos limites, em seus
comportamentos sexuais: homossexuais, sadomasoquistas, voyeurs, exibicionistas,
pedófilos, travestis e fetichistas.
Não obstante,
Kinsey continuou sem sentir-se amedrontado pela crítica, pois suas visões
sexuais não eram baseadas em definitivo na ciência, mas numa crença
intensamente pessoal. Nas palavras do professor Paul Robinson, da Universidade
de Stanford, um crítico simpatizante, Kinsey via a história “como um grande
drama, em que as forças da ciência competiam com as das superstições para
conquistar as mentes e corações dos homens”. Por “superstição”, Kinsey quis
dizer religião e suas prescrições morais. Kinsey algumas vezes falou como se a
introdução da moralidade sexual baseada na Bíblia fosse a linha divisória na
historia do ser humano, um tipo de “Queda” da qual devemos ser redimidos. Para
ele, a expressão sexual era o meio de salvar a natureza humana da opressão da
religião e moralidade.
Outra grande
influencia na atitude sexual dos americanos e do mundo ocidental veio do
psicólogo austríaco Wilhetm Reich, que se tornou uma cultuada figura nos anos
de 1960. Sua contribuição foi a busca pelo “orgasmo definitivo”, que
rapidamente se tornou uma dasmanias do movimento do potencial humano. Reich
ensinou que quase todo mundo é neurótico em algum grau e que toda neurose é por
sua vez um sintoma de falha sexual. Portanto, a resposta para todas as
disfunções do ser humano seria desenvolver “a capacidade de se render ao fluxo
da energia biológica sem nenhuma inibição, a capacidade de descarregar
completamente todo o excitamento sexual acumulado através das involuntárias e
agradáveis contrações do corpo”. Reich acreditava que os seres humanos não são
nada além de criaturas biológicas e que a redenção vem através da completa
imersão no reflexo sexual.
O inimigo no Éden
de Reich é, uma vez mais, religião tradicional e moralidade, essa “filosofia
assassina” que cria culpa, distorce nossos desejos e dá vazão a desvios de
personalidade. Para ele, desde que a natureza nada sabe sobre moralidade,
qualquer restrição moral ao impulso sexual funciona como um veneno vagaroso
sobre a totalidade da personalidade.
Num livro
convenientemente intitulado Salvation through Sex (Salvação Através do Sexo), o
psiquiatra Eustace Chesser diz que para Reich o orgasmo “é a única salvação
para o homem, levando-o ao Reino dos Céus na terra”.
As ideias de Reich
foram incorporadas por Robert Rimmer em seu romance provocativo The Harrad
Experiment (O Experimento Harrad), publicado em 1966. O livro vendeu três
milhões de cópias e ajudou a alimentar a revolução sexual. Para uma geração
inteira de americanos com curso superior, tornou-se leitura recomendada nos
cursos universitários sobre casamento e família, e muitas pessoas creditam ao
livro a rápida fusão de universidades masculinas com universidades femininas e
a criação de dormitórios mistos.
O romance retrata
uma faculdade experimental onde os alunos têm que fazer várias combinações e
permutas entre casais a fim de desenvolver uma abordagem livre e desinibida da
sexualidade. A filosofia por trás dessa utopia sexual é expressada pelo
professor que fundou a faculdade: “A premissa é que o homem nasce bom e pode
elevar-se pelos seus esforços para um mundo infinitamente melhor“. Como? Pela
liberação sexual. Esse é o meio de atingir “um degrau a mais na escada
evolucionária”, para “chegar a uma nova forma de homem e mulher”.
A visão de Rimmer
sobre o sexo é francamente religiosa, e ele professa de forma aberta a
afirmação de que o intercurso “é de fato um ato de adoração”. Ou, segundo a
opinião de outra personalidade que ele utiliza (citando o filosofo Alan Watts):
“O que os amantes sentem um pelo outro nesse momento não é nada além de
adoração no completo sentido religioso... Tal adoração devida a Deus seria
realmente idolatria se não fosse o fato de o amor, nesse momento, levar à
ilusão e mostrar aos amantes o que eles em verdade são... realmente divinos”. O
sexo é retratado como um caminho para a divindade.
Em posfácio
acrescentado à edição de 1990 do romance, Rimmer sumariza concisamente sua
religião: “Poderemos levantar a nós mesmos pelos nossos esforços e criar um
novo tipo de sociedade onde a sexualidade humana e a maravilha completa do
corpo e da mente tornem-se a nova religião - uma religião humanista, sem a
necessidade de um deus, porque você e eu e todos os outros bilhões de seres
podemos interagir mostrando cuidado e afeição uns com os outros de modo que sejamos
os únicos deuses de que precisamos? Penso que podemos .
A sexualidade está
claramente sendo apresentada como mais do que uma mera gratificação ou deleite
sensual. Não é nada menos que uma forma de redenção, um meio para curar a falha
fundamental da natureza humana. Somente quando virmos essas ideologias sexuais
como cosmovisões completas, defendidas com fervor religioso, entenderemos por
que os cristãos e os conservadores morais acham tão difícil reformar os
currículos dos cursos de educação sexual nas escolas públicas. Você não
encontrará educadores sexuais contemporâneos usando palavras como salvação;
todavia, muitos têm a mesma suposição básica de que a expressão sexual livre é
o meio para uma vida completa e saudável.
Por exemplo, Mary
Calderone, a principal arquiteta da educação sexual contemporânea e ex-diretora
executiva do Conselho de Informação e Educação Sexual dos Estados Unidos,
insinuou, em artigo de 1968, que a “verdadeira questão” que os educadores
sexuais encaram é esta: “Que tipo [de pessoa] queremos produzir” para tomar o
lugar da natureza humana como conhecemos hoje? E “como desenharemos a linha de
produção» para criar essa criatura avançada ?
O problema, como
Caíderone o vê, é que a natureza humana não está evoluindo tão rápido quanto a
tecnologia; por essa razão devemos remodelar a natureza humana em si para
combinar com o mundo moderno e sempre em mudanças. Um novo estágio de evolução
está cortando o horizonte, ela escreve, e a tarefa dos educadores é preparar as
crianças para entrarem nesse novo mundo. Para alcançá-lo, os educadores devem
afastar as crianças das velhas visões e valores, especialmente das formas da
moralidade sexual bíblica e outras tradicionais — pois “leis religiosas ou
regras sobre sexo foram feitas com base na ignorância”.
Nesse novo estágio
de evolução, todos os valores atualmente defendidos cairão por terra, dando
espaço para os novos valores baseados somente na ciência. Portanto, diz
Calderone, a melhor coisa que podemos fazer por nossas crianças é prepará-las
para ver todas as noções de certo e errado como tentativas mutantes e
relativas. Assim, libertadas dos velhos valores, elas poderão sentir-se
incutidas com os valores de uma elite cientificamente treinada (consistindo de
profissionais como ela mesma, naturalmente), que saberão o que fazer para que
os seres humanos sejam realmente saudáveis. Calderone chama as escolas e as
igrejas para usarem a educação sexual para desenvolver “seres humanos de
qualidade através de processos tão conscientemente elaborados como as melhores
mentes da sociedade podem projetar” Aqui o utopismo sexual aparece com tom
quase assustador, pois liga a educação sexual a uma visão de engenharia social
de acordo com um “projeto” desenhado pela elite científica.
Quando rastreamos
a história das ideias sobre sexualidade, torna-se claro que os fundadores da
educação sexual nunca realmente buscaram simplesmente transmitir uma coleção de
fatos sobre como nossos corpos funcionam. Antes, foram os evangelistas de uma
cosmovisão utópica, uma religião, na qual o entendimento “cientifico” sobre a
sexualidade é o meio de transformar a natureza humana, libertando-a dos
constrangimentos da moralidade e introduzindo uma sociedade ideal. Essa é outra
forma do Mito da Escada Rolante.
Mesmo assim, se
examinarmos as vidas desses que se intitularam a si próprios como profetas,
encontraremos pouco fundamento para acreditar em suas promessas. Margaret
Sanger casou-se duas vezes e teve vários amantes - ou, como ela mesma define,
“parceiros voluntários”.
Era viciada no
analgésico Demerol e obcecada por numerologia, astrologia e mediunidade, numa
tentativa desesperada de achar significado para a existência. Em sua vida, a
liberação sexual não foi o grande caminho para a salvação que prometera em seus
escritos.
Kinsey,
igualmente, tinha uma vida secreta sobre a qual raramente ouvimos falar. Seu
objetivo era “criar sua própria utopia sexual”, diz o biógrafo James Jones, e
Kinsey construiu um grupo seleto de amigos e colegas que se comprometeram com
sua filosofia de total liberdade sexual.
Sabemos que Kinsey
e sua mulher tinham relações sexuais com muitos dos membros de sua equipe,
homens e mulheres, e outras pessoas. Kinsey também era masoquista, às vezes
envolvido com práticas bizarras e dolorosas.
Mas Kinsey tinha
um segredo ainda mais escuso. Em Kinsey, Sex, and Fraud(Kinsey, Sexo e Fraude),
a pesquisadora Judith Reisman argumenta convincentemente que a pesquisa de
Kinsey sobre as reações sexuais em crianças somente podem ter sido obtidas se
ele ou seus colegas de fato estiveram envolvidos com abuso sexual infantil.
Como poderiam ser feitas “observações atuais” da reação sexual em crianças dos
dois meses aos quinze anos? * E esse é o homem cujas ideias têm sido tão
influentes na formação da educação sexual americana e de outros países.
A vida de Wilhelm
Reich da mesma forma revela as falhas de sua própria filosofia. Reich exigiu
liberdade sexual completa para si e teve vários casos, mas não suportava a
ideia de que sua mulher pudesse viver sob a mesma filosofia sexual. Sua
terceira mulher escreve que Reich tinha muitos ciúmes e proibiu que vivesse
como ele vivia. Um teste para saber se uma cosmovisão é verdadeira ê se ela
corresponde à realidade: podemos viver com isso? Obviamente Reich não conseguiu.
A verdade é que a
liberação sexual não é nenhum caminho elevado para a salvação para aqueles que
a adoram em seu santuário. Ao invés, os resultados trágicos da licenciosidade
sexual espalharam-se completamente através da nossa sociedade, produzindo epidemias
de abortos, doenças sexualmente transmissíveis (afligindo uma em cada quatro
mulheres) e crianças nascidas fora do casamento, com todas as patologias
sociais decorrentes, incluindo problemas escolares, abuso de drogas e álcool e
crime. Mesmo assim, para muitos, a liberação sexual permaneceu um direito
acalentado, e as visões utópicas plantadas por Sanger, Kinsey, Reich e
Calderone continuam a prosperar. Suas ideias ainda sustentam suposições no
currículo da educação sexual usado em todo o sistema de escolas públicas dos
EUA.
Todos baseamos
NOSSAS vidas em alguma visão de realidade final que dá significado à nossa
existência individual. Se rejeitarmos a Deus, colocaremos algo em seu lugar e
absolutizaremos alguma parte da Criação. É exatamente o que tem acontecido com
aqueles que contemplam a utopia sexual como meio de satisfação e salvação. A
biologia toma o lugar de Deus como a realidade final, e o sexo se torna o
caminho para o divino.
A ironia é que
aqueles que rejeitam muito enfaticamente a religião, que insistem com muito
alarde que são “científicos”, terminam por promover o que só pode ser chamado
de religião. De fato, isto parece uma enfermidade comum entre aqueles que se
orgulham de serem científicos.
Durante a Era da
Razão, a ciência era oferecida como um substituto para a religião. Mas o que
alguns previram foi que, no processo, a ciência tomaria as funções da religião.
E hoje, como veremos, a ciência em si tornou-se uma das mais populares formas
de redenção.
COLSON. Charles.
PEARCEY. Nancy. E agora como viveremos? Editora CPAD. pag.
288-297.
I
- QUESTÕES SOBRE A SEXUALIDADE
1. Um mundo
dominado pelo erotismo.
Os Diversos Tipos
de Pornografia.
Os estudiosos do
assunto, bem como os legisladores, fazem geralmente uma distinção entre
diferentes tipos de pornografia, para fins de estudo e compreensão:
1. Softcore –
Refere-se a material pornográfico que apresenta imagens de nudez e cenas que
apenas sugerem a relação sexual.
2. Hardcore –
Contém representação explícita dos órgãos genitais em cópula e de relações
sexuais de toda a sorte.
3. Snuff – Fala-se
ainda de vídeos snuff, onde pessoas praticam atos sexuais e depois são
assassinadas. Entretanto, não se conhece nenhum exemplar destes vídeos que
tenha sido distribuído comercialmente.
4. Pornografia infantil
– É a representação, sob qualquer forma, de criança em ato sexual implícito ou
explícito, simulado ou real, ou qualquer representação dos órgãos sexuais da
criança para fins sexuais.
5. Erótica –
Algumas feministas fazem uma distinção entre pornografia, que é a sujeição e
degradação sexual da mulher através de imagens que representam o homem
dominando e humilhando a mulher sexualmente, e a erótica, que é a representação
sexual de homem e mulher em posição de igualdade e respeito mútuo.
Estas distinções
podem nos ajudar a entender melhor o assunto e a perceber como diferentes
pessoas entendem a pornografia. Entretanto, todas as diferentes formas de
pornografia têm em comum a exposição pública da nudez e das relações sexuais
humanas, com vistas ao despertamento sexual indiscriminado. Por este motivo, os
cristãos não devem se deixar iludir por estas distinções, como se alguma forma
de pornografia fosse menos errada do que outras.
LOPES. Augustus
Nicodemus. Pornografia: Realidade, Perigos e Libertação. pag. 4-5.
O Que Tem de Mais
em Ver Pornografia?
Muito embora os
evangélicos em geral sejam contra a pornografia (alguns apenas instintivamente)
nem todos estão conscientes do perigo que ela representa.
Mencionamos alguns
deles em seguida:
1) Consumir
deliberadamente material pornográfico é contribuir para uma das indústrias mais
florescentes do mundo e que, não poucas vezes, é controlada pelo crime
organizado – A indústria pornográfica é uma grande fonte de renda para o crime
organizado em todo o mundo, juntamente com o jogo e as drogas, movimentando
bilhões de dólares por ano. A indústria da pornografia apoia e promove a
indústria da prostituição e da exploração infantil. O dinheiro que pais de
família gastam com pornografia deveria ir para o sustento de suas famílias.
Alguns podem alegar que consomem apenas material soft contendo somente cenas de
nudez — esquecendo que esse material é produzido pela mesma indústria ilegal
que comercializa a pornografia infantil.
2) Consumir
deliberadamente material pornográfico deixa cicatrizes para o resto da vida –
As imagens ficam gravadas a fogo na mente e continuam lá para sempre, e vêm à
tona com a excitação sexual. É similar a fumantes, que mesmo tendo deixado o
cigarro, permanecem com manchas nos pulmões. É isto que testemunha um ex
viciado em pornografia, cujo depoimento anônimo na revista Leadership chocou o
mundo evangélico: “Trago ainda hoje as cicatrizes do meu vício, apesar de já
tê-lo vencido. Há a cicatriz da ‘inocência corrompida’. A pornografia se
alimenta de nossa fascinação pelo que é proibido, e sempre estamos querendo
mais. Minha vida de fantasia sexual extrapolava em muito a minha vida sexual
real no casamento. Eu era um ‘voyeur’, experimentando sexo na solidão e
isolamento, cada vez mais me afastando da minha esposa”.
Mencionamos abaixo
outras sequelas da pornografia:
a) Insensibilidade
para com as perversões sexuais, fazendo-as parecer cotidianas e rotineiras.
b) Comparação
injusta entre o corpo do nosso cônjuge e aquele dos modelos apresentados no
material pornográfico, provocando impotência e desinteresse sexual dentro do
casamento.
c) O hábito da
masturbação que se alimenta da pornografia, sua matéria-prima.
d)
Despersonificação dos seres humanos, ao exibir seus corpos e órgãos genitais,
sem que o rosto apareça.
e) Hábito de
desnudar as pessoas com a imaginação, ou de entreter fantasias sexuais enquanto
conversa com pessoas do sexo oposto.
3) O consumo de
pornografia abate e escraviza o crente – Há muitos servos e servas de Deus que
estão vivendo um conflito: querem servir ao Senhor de todo coração, mas se veem
escravizados à pornografia. Esta derrota tira-lhes a vontade de ir à Igreja,
participar da Escola Dominical, ler a Bíblia e orar e de testemunhar de Cristo
a outros. Sobre isto, escreve o Pr. Jorge Luiz César Figueiredo em artigo na
Internet:
“Quando a prática
[da pornografia] torna-se um círculo vicioso, torna-se algo terrível.
Tenho ouvido
testemunhos de jovens que lutaram muito para vencer, alguns tiveram que ser
radicais e pediram aos pais para tirar o computador do quarto. Esse quadro
também cria uma falta de compromisso com Deus; o jovem não quer compromisso,
pois não quer pagar o preço da renúncia. Se você enquadra-se nesse perfil sabe
bem do que estamos falando. O sentimento de fracasso às vezes toma conta de
você e até pensa em desistir, em largar Jesus, mas como você pertence ao Cristo
de Nazaré, não pode mais voltar atrás”.
4) Consumir
deliberadamente material pornográfico é violar todos os princípios bíblicos
estabelecidos por Deus para proteger a família, a pureza e os valores morais. A
própria palavra “pornografia” nos aponta essa realidade. Conforme já vimos, ela
vem da palavra grega pornéia. Juntamente com mais outras três palavras (pornos,
pornê e pornéuo) ela é usada no Novo Testamento para se referir à prática de
relações sexuais ilícitas, imoralidade ou impureza sexual em geral.
Frequentemente essas palavras de raiz porn aparecem em contextos ou associadas
com outras palavras que especificam mais exatamente o tipo de impureza a que se
referem: adultério, incesto, prostituição, fornicação, homossexualismo e
lesbianismo. O Novo Testamento claramente condena a pornéia: ela é fruto da
carne, procede do coração corrupto do homem, é uma ameaça à pureza sexual e
devemos fugir dela, pois os que a praticam não herdarão o reino de Deus. A
pornografia explora exatamente essas coisas — adultério, prostituição,
homossexualismo, sado-masoquismo, masturbação, sexo oral, penetrações com
objetos e — pior de tudo — pornografia infantil.
LOPES. Augustus
Nicodemus. Pornografia: Realidade, Perigos e Libertação. pag. 11-13.
Como Evitar e
Libertar-se da Pornografia?
Não precisaremos
de argumentos sociais, médicos e psicológicos para justificar a necessidade de
evitarmos e nos libertarmos da pornografia tais como AIDS, destruição familiar,
vício, desvio financeiro para esse fim, a falta de segurança e higiene nos
locais destinados a esse fim, entre muitos outros. Acreditamos que as razões
bíblicas nos são suficientes para dizermos não, mesmo que tenhamos de lutar
contra a nossa própria vontade e nosso próprio coração. “Aquele que quer vir
após mim, a si mesmo se negue...” são as palavras de Cristo para a nossa
reflexão.
Uma vez que
entendemos que a nossa natureza pecaminosa nos impulsiona para o mal (Rm
3.10-12), temos que buscar meios pelos quais possamos não sucumbir às muitas
tentações que nos sobrevirão, cientes de que “não nos vem tentação que não seja
humana, mas Deus é fiel e não permitirá que sejamos tentados além das nossas
forças; pelo contrário, juntamente com a tentação nos proverá também o
livramento, de sorte que podemos suportar” (1 Co 10.13); e ainda: “naquilo que
ele mesmo (Cristo) sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que
são tentados” (Hb 2.18).
Tais promessas de
Deus são como lenitivo para a alma. Mesmo que o salário do pecado seja a morte,
“o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm
6.23). Confiados nessas verdades ficamos fortalecidos para lutar contra as
nossas concupiscências e fazer a vontade de Deus, pois “Ele é poderoso para nos
guardar de tropeços e para nos apresentar com exultação, imaculados, diante da
Sua glória” (Jd 24).
Gostaríamos,
portanto, de oferecer aos nossos leitores algumas sugestões de como podemos
evitar o mal que chamamos de pornografia:
1. Ter cuidado com
o legalismo. Paulo escrevendo aos Colossenses diz que as doutrinas dos homens
como: “não manuseies isso ou não toques naquilo... não terão valor nenhum
contra a sensualidade” (Cl 2.21-23). A mera letra não nos fará fugir da
tentação, se não for acompanhada de uma disposição muito forte do nosso coração
de abandonarmos o prazer que a pornografia porventura nos proporcione.
2. Evitar lugares
que inspirem sensualidade. Uma vez livres do legalismo, cada homem ou mulher
deve conhecer suas limitações e jamais provar seus limites. Temos que deixar
morrer a nossa natureza terrena (Cl 3.5-8). Aqui cabem as palavras do Salmo 1:
“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se
detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”.
Baseados nestas
palavras sugerimos as seguintes atitudes:
a) Escolher bem as
amizades. Evitar aqueles amigos que tentam nos desviar, não fazendo caso da
Palavra de Deus.
b) Aconselhar-se
com pessoas crentes e sábias, e não com os ímpios.
c) Elevar os
nossos pensamentos a Deus. Meditar dia a dia na Sua Palavra (Salmo 1:2).
d) Fazer nosso
culto particular a Deus e encher nossos pensamentos com coisas edificantes. Em
Filipenses 4.8, Paulo nos ensina em que pensar: “tudo o que é verdadeiro, tudo
o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor
existe, seja isso que ocupe o vosso pensamento”.
3. Uma mudança de
hábitos. É necessário fugirmos da tentação, antes que ela bata à nossa porta.
Adquirir os seguintes hábitos pode ser muito proveitoso na hora de evitar e
libertar-se da pornografia:
a) Dormir cedo,
evitando assim os programas televisivos noturnos, que, via de regra, possuem
conteúdo sexual.
b) Ficar na
Internet apenas o tempo necessário. Não ficar muito tempo sozinho diante do
computador.
c) Ocupar o tempo
livre (isso não inclui nossa devocional) com atividades esportivas e
edificantes.
d) Evitar
envolver-se em qualquer tipo de conversação torpe (Ef 5.3-7).
4. Muito
importante é evitar radicalmente o acesso a revistas, vídeos, programas televisivos
e sites pornográficos.
5. Estimular o
culto doméstico. É sempre bom a família estar unida em torno da Palavra de
Deus. Este hábito fortalece o cristão.
Poderíamos colocar
aqui muitas outras formas para ajudar cada um a fugir da pornografia, mas o mais
importante de tudo, muito além de se colocar regras e estabelecer limites, é
deixar muito claro que a raiz do problema não é nenhum desses fatores externos,
mas o próprio coração do homem que é depravado e descomprometido com Deus, o
Criador de todas as coisas. O antídoto é a fé confiante no poder do evangelho
de Cristo que pode e muda o nosso caráter, imprimindo em nós uma nova natureza,
regenerada e capaz, pela graça de Deus, de dizer não ao pecado.
Ouçamos a voz de
Deus, através das Sagradas Escrituras, e busquemos a santidade oferecida no
sangue de seu Filho Jesus Cristo: “tendo, pois, ó amados, tais promessas,
purifiquemo-nos de toda impureza, tanto da carne como do espírito,
aperfeiçoando a nossa santidade no temor de Deus” (1Co 7.1).
LOPES. Augustus
Nicodemus. Pornografia: Realidade, Perigos e Libertação. pag. 14-16.
Há boas razões
para acreditarmos que o número de evangélicos no Brasil viciados em pornografia
é preocupante. Pesquisadores estimam que nos Estados Unidos cerca de 40% dos
evangélicos estão afetados. Há quem ache que este número é bem maior.
Considerando que
no Brasil a facilidade de se obter material pornográfico é a mesma ou até maior
que nos Estados Unidos, considerando que a igreja evangélica brasileira não tem
a mesma formação protestante histórica da sua irmã americana, considerando a
falta de posição aberta e ativa das igrejas evangélicas brasileiras contra a
pornografia como acontece nos Estados Unidos, não é exagerado dizer que
provavelmente cerca de 50% dos homens evangélicos no Brasil são consumidores de
pornografia. Talvez esse número seja ainda conservador diante do fato conhecido
que os evangélicos no Brasil assistem mais horas de televisão por dia que
muitos países de primeiro mundo, enchendo suas mentes com programas que
promovem a violência e o erotismo, e assim abrindo brechas por onde a pornografia
penetra e se enraíza.
Mais preocupante
ainda é a probabilidade de que grande parte desse percentual é de jovens
adolescentes evangélicos. Uma pesquisa feita por Josh McDowell em 22 mil
igrejas americanas revelou que 10% dos adolescentes haviam aprendido o que
sabiam sobre sexo em revistas pornográficas. 42% deles disseram que nunca
aprenderam qualquer coisa sobre o assunto através de seus pais. E outros 10%
confessaram ter assistido a um filme de sexo explícito nos últimos 6 meses. Uma
extrapolação, ainda que conservadora, para a realidade das igrejas brasileiras
é de deixar pastores e pais em estado de alerta!
Aqui no Brasil,
segundo pesquisa da revista Eclésia em setembro de 2002, feita entre jovens
evangélicos de 22 denominações, 52% deles já praticaram sexo pré-marital.
Destes, cerca da
metade mantêm uma vida sexual ativa com um ou mais parceiros. A idade média em
que perderam a virgindade é de 14 anos para os rapazes e de 16 anos para as
moças, o que coloca as igrejas evangélicas cada vez mais próximas dos padrões
mundanos. Um detalhe: estes jovens foram todos criados nas igrejas! Infere se
que em comunidades evangélicas onde as noções de moralidade são tão mundanas
quanto as dos incrédulos, não é para duvidar que o consumo de pornografia seja
corrente, aceitável e tolerado.
É preciso ainda
notar que não são somente os homens que consomem pornografia.
Mulheres cristãs
também incorrem neste hábito, embora certamente numa proporção menor. Uma
evangélica que se identifica como “Solitária” dá o seguinte depoimento num site
evangélico: “Tenho 30 anos de idade e nunca consegui casar. Pensei que tinha
direito de ser sexualmente feliz, mesmo que o Senhor não tenha me dado um
marido. Isto me levou a uma longa e profunda batalha com a masturbação e a
pornografia na Internet. No ano passado, quebrantei-me após ouvir um sermão
sobre pureza sexual em minha igreja. Após isto, comecei um curso de 60 dias
baseado em leituras da Bíblia e acompanhamento de um mentor. Finalmente me vi
livre. Também coloquei um filtro contra a pornografia em meu computador.”
Escândalos
envolvendo líderes evangélicos revelam abertamente uma outra face do problema.
Há pastores evangélicos que também são viciados em pornografia. Por causa do
receio de serem apanhados e de estragarem seus ministérios, muitos pastores
preferem optam por consumir pornografia como voyeurs do que praticar o
adultério de fato, embora alguns acabem eventualmente caindo na infidelidade
prática.
Uma mulher escreve
num site evangélico: “Sou divorciada, mãe de três adolescentes.
Fui casada por dez
anos, até que meu marido, pastor, teve um caso extra-marital. Ele era viciado
em pornografia desde os doze anos de idade e lutou contra isto por muitos
anos.”
Há diversos
artigos sobre pornografia publicados em revistas americanas e europeias de
aconselhamento pastoral abertamente dirigidos a pastores viciados em
pornografia, visando ajudá-los. Uma destas revistas, Leadership, realizou uma
pesquisa entre pastores de diversas denominações evangélicas e chegou a
conclusões terríveis: a cada dez pastores, quatro já haviam visitado um site
pornográfico.
LOPES. Augustus
Nicodemus. Pornografia: Realidade, Perigos e Libertação. pag. 8-9.
A PEDOFILIA
A palavra é
enganosamente perigosa em si mesma. Etimologicamente, vem do grego, de. paidos
(criança) ephilos (amigo), o que deveria significar “amizade a crianças”. O
pedófilo seria um “amigo de crianças”.
Mas, na prática, a
pedofilia é um dos mais terríveis crimes que alguém pode cometer contra um ser
humano. A Organização de Saúde define pedofilia como sendo “a ocorrência de
práticas sexuais entre um indivíduo maior de 16 anos com uma criança na
pré-puberdade. A psicanálise encara a pedofilia como uma perversão sexual”.
O pedófilo é uma
pessoa de personalidade fraca. Um derrotado em sua psique, que tem medo da
resistência de um parceiro de sua idade ou de seu porte físico. Se ele ataca
meninos, é porque têm medo procurar homens adultos; se ataca meninas, é porque
têm medo de se relacionar
com mulheres
jovens ou adultas, temendo o poder delas sobre sua condição de indivíduo que
desmoraliza a si mesmo. Trata-se de parafilia, ou um distúrbio psíquico, que
leva o indivíduo a práticas sexuais perversas contra crianças indefesas ou
vulneráveis.
Pedofilia é a
prática de sexo com crianças. E uma demonstração de fraqueza moral de pessoas
que têm medo de se relacionar com pessoas adultas, e passam a buscar satisfação
sexual com crianças, numa atitude criminosa, prevista como crime na maioria das
legislações no mundo.
São pessoas
portadoras de distúrbios psicológicos, que têm prazer criminoso de divulgar
fotos de crianças, com as quais chegam a praticar sexo, ou simplesmente fotos
de crianças despidas, para alimentar o desejo mórbido de sua fraqueza moral e
mental. Infelizmente, a Internet tem sido grandemente aproveitada para essas
atitudes criminosas. Esse é um fenômeno acentuado pela pós-modernidade.
Em países dos
chamados primeiro mundo, há propostas vergonhosas para a legalização da
pedofilia. Em 2006, foi proposta a criação do “Partido dos Pedófilos”.
“Pedófilos holandeses estão lançando um partido político para pressionar por
uma diminuição na idade legal para se manter relações sexuais no país, de
dezesseis anos para doze anos. Eles também querem a legalização da pornografia
infantil e do sexo com animais. O partido Caridade, Liberdade e Diversidade
(NVD, na sigla em holandês) disse, em sua página na Internet, que seria
oficialmente registrado na quarta-feira, prometendo: “Vamos sacudir Haia!”. A
legenda quer diminuir a idade legal para relações sexuais para os doze anos e,
eventualmente, derrubar completamente o limite”.
Percebe-se que, no
Brasil, o projeto do Novo Código Penal preconiza, de igual modo, a diminuição
da idade legal para se manter relações sexuais, de dezesseis para doze anos.
Imagine-se uma criança de 12 anos, muitas das quais não têm a idade mental
correspondente à idade cronológica, fazendo sexo com adultos. Certamente,
é um incentivo à pedofilia no País. São homens assim, que usam seus
conhecimentos ditos científicos, que se colocam, consciente ou
inconscientemente como verdadeiros agentes a serviço do diabo.
Segundo a
Wikipédia, o famigerado partido foi oficialmente criado em 31 de maio de 2006.6
“O Partido Caridade, Liberdade e Diversidade (NVD, na sigla em holandês) não
teve dificuldade para se instalar. Um tribunal de Haia assim se pronunciou:
“não pode ser proibido, já que tem o mesmo direito de existir que qualquer
outro grupo”. Quando a Lei é usada como instrumento da maldade humana, não se
pode esperar que haja ética ou respeito a qualquer princípio.
O ensaio da
perversa ideia chegou a ser muito bem entendido pelos ilustres juristas
holandeses: “Um tribunal de Haia chumbou, ontem, um requerimento que pretendia
que a Justiça holandesa proibisse um grupo criado por três pedófilos de
fundarem um partido político. “A liberdade de expressão, incluindo a liberdade
de se criar um partido político, é visto como a base de uma sociedade
democrática”, afirmou o juiz HFM Hofhuis num acórdão citado pela Associated
Press e onde diz que o PNVD, iniciais que traduzem Amor Fraternal, Liberdade e
Diversidade, “não cometeu nenhum crime”.
Essa vergonhosa
ideia, de origem diabólica, foi derrotada, visto que o parlamento holandês não
aprovou sua implantação. E, após sua aprovação, a agremiação não teve os votos
necessários para participar das eleições. Foi dissolvido em 2010. Mas os
interessados nessa monstruosidade não se dão por vencidos. Eles continuam
lutando por vê-la vigar, naquele país liberalista da Europa.
No início de 2010,
o mundo foi mais uma vez abalado com as notícias constrangedoras de que altos
líderes católicos, na Europa, e no Brasil, envolveram-se com pedofilia. Nos
Estados Unidos, segundo notícias, houve mais de 14.000 casos de abuso sexual de
crianças por parte de padres e bispos católicos. Também há muitos casos de
pastores, que são acusados de práticas de pedofilia. Os cristãos devem
denunciar às autoridades esse tipo de site. Diz a palavra de Deus que devemos
levar as crianças a Cristo, e não ao crime. “Mas Jesus, chamando-as para
si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é
o Reino de Deus” (Lc 18.16).
Segundo pesquisas,
“Em aproximadamente 25% dos casos, o pedófilo foi uma criança molestada. O
erotismo infantil está ligado à trajetória da humanidade. Em aproximadamente
450 culturas tradicionais, a idade perfeita para contrair matrimônio está entre
12 e 15 anos. Fisiologicamente, quanto mais jovem for à mulher, maiores são as
chances de ocorrer uma fecundação bem sucedida.
De acordo com
psicólogos, especialistas em agressão infantil, de Michigan, nos Estados
Unidos, cerca de 80% dos casos de abuso sexual de crianças acontecem na
intimidade do lar: pais, padrastos e tios são os principais agressores”.9 Esses
dados são comuns à maioria dos países. No Brasil, as vítimas da pedofilia são
abusadas por pais, padrastos, parentes, ou vizinhos. Isso é uma das piores
facetas da perversão do homem caído, longe de Deus e dominado pelo pecado. As
crianças são consideradas, na Bíblia, em alto grau de respeito, afeto e
proteção. Nosso Senhor Jesus Cristo ensinou que as crianças devem ter o
respeito e a consideração de seus discípulos. Quando alguns pais levaram suas
crianças para perto de Jesus, os discípulos aborreceram-se com seu barulho o
algazarra e sugeriram que eles deveriam ser mandados embora.
A atitude de Jesus
diz tudo o que ele pensa sobre as crianças: “Jesus, porém, vendo isso,
indignou-se e disse-lhes: Deixai vir os pequeninos a mim e não os impeçais,
porque dos tais é o Reino de Deus. Em verdade vos digo que qualquer que não
receber o Reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele. E
tomando-as nos seus braços e impondo-lhes as mãos, as abençoou” (Mc 10.14-16).
E terrível quando se sabe que sacerdotes, pastores ou líderes religiosos abusam
da boa fé dos pais, e, principalmente da vulnerabilidade de crianças, para
delas abusarem, em função de suas perversões. A condenação desses será maior no
juízo de Deus.
Os pais cristãos
devem educar seus filhos, prevenindo-os contra os assédios de criminosos, em
escolas, na vizinhança, no próprio lar, fora ou dentro das igrejas. Devem ser
presentes em todos os momentos da vida dos filhos. Procurando saber o que se
passa na escola e em outros lugares.
Quem são seus
amigos. Observar-se um filho apresenta comportamento estranho, sem querer ir
para a escola; se apresenta medo ou desconforto, diante de algum adulto;
jamais deixar seus filhos a sós, em casa para que não sejam vítimas de parentes
ou vizinhos pedófilos. Os filhos são “herança do Senhor, e o fruto do ventre o
seu galardão” (SI 127.3).
Recentemente, uma
criança de quatro anos desapareceu, em meio a uma reunião, em uma grande igreja
evangélica. Os pais ficaram aflitos, e a criança só apareceu, por misericórdia
de Deus, viva e sã, dias depois. Foram dias de angústia e desespero. A mãe deixou
a filha à vontade durante o culto. Isso é atitude perigosa. As crianças
pequeninas devem estar junto aos pais, no culto, ou em atividade apropriada, na
igreja local, sob a responsabilidade de pessoas adultas, credenciadas para essa
missão.
LIMA. Elinaldo
Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora
CPAD. pag. 106-110.
2. Fornicação é
pecado.
FORNICAÇÃO
Ver o artigo geral
sobre os vícios, que inclui várias palavras que dizem respeito aos pecados de
natureza sexual.
1. Definição dos
Dicionários. Relações sexuais ilícitas entre pessoas solteiras. Nesse sentido,
os fornicârios (no grego, pornoi) devem ser distinguidos dos adúlteros
(moichoi).
2. Quando a
porneia e a moicheia são sinônimos? Relações sexuais entre uma pessoa solteira
(de qualquer sexo) e uma pessoa casada, podem ser consideradas fornicação ou
adultério. Porneia pode indicar qualquer tipo de imoralidade, razão pela qual
envolve o adultério imoicheia}, mais limitado. O trecho de Mateus 5:32 envolve
esse uso mais amplo. Ver também Mat. 19:9.
3. Em 1 Coríntios
5:1, a palavra porneia é usada com o sentido geral de imoralidade, quando então
indica todas as formas de desvio sexual.
4. O trecho de I
Coríntios 7:2 diz, no grego, diá tas porneias, que pode ser entendido como
tentações tl imoralidade, de qualquer tipo. Os crentes sio exortados a
fugirem desse tipo de pecado (I Cor. 6: 18), visto que a intima relação entre
Deus e o seu povo assemelha-se ao vínculo matrimonial (Efé. 5:23-27). De fato,
o termo «adultério» é frequentemente usado na Bíblia, em sentido metafórico,
para indicar a infidelidade do povo de Deus, um pecado particularmente
abominado pelo Senhor (Ose, 6:10; Jer. 3:2,9; Apo. 2:12; 19:2). Todavia, a
graça divina é capaz de encobrir todos esses pecados. Assim, até mesmo a prostituta
Raabe veio a tornar-se ascendente de Jesus Cristo (Mat. 1:5; Heb, 11:31).
5. Paulo preparou
sete listas de vícios; e, em cinco delas, a fornicação é incluída. Ver I Cor.
5:11; 6:9; Gâl. 5:19; Efé. 5:3; Col. 3:15. E em cada uma dessas cinco listas é
o pecado que figura em primeiro lugar. Os gregos e os romanos não consideravam
muito grave o vicio da fornicação, embora falassem severamente contra o
adultério.
6. Jesus atribula
tanto a fornicação quanto o adultério à concupiscência dos olhos e à ideia da
mente, fazendo dos mesmos pecados universais. Pois, quem não tem concupiscência
pelo sexo oposto? Ver Mat. 5:28. Uma das preocupações de Jesus, em seus
ensinos, era encarar o pecado em seu intuito, e não meramente em sua
realização.
7. Paulo referiu-se
a esse pecado como uma iniquidade que impede o individuo de participar do reino
de Deus (I Cor. 5:11).
8. Paulo dizia que
esse é um pecado cometido contra o próprio corpo e, portanto, contra o Espirito
Santo, o qual faz do corpo do crente um templo seu (I Cor. 6:18-20). Nas
relações sexuais parece haver a mistura de energias espirituais vitais, de tal
modo que os dois tomam-se um só. Como isso sucede é algo misterioso,
indefinido. Por essa razão é que Paulo encarava com grande seriedade a relação
sexual com uma prostituta. Pois ela, por assim dizer, substituía o Espírito
Santo, corrompendo àquele que é membro do corpo de Cristo (I Cor. 6:15 ss),
Aquele que está unido ao Senhor forma um só espírito com ele, o que fala a
respeito de uma intima comunhão mística com ele. Os místicos têm comentado
acerca da qualidade espiritual do sexo, dando a entender que está envolvido
algo de espiritual, e não meramente a união física de dois corpos.
9. A poligamia,
naturalmente, não era classificada como fornicação ou como adultério. Era uma
prática generalizada nos tempos bíblicos. Jesus, entretanto, referiu-se
favoravelmente ao ideal de um homem e uma mulher (Mat. 19:4 ss).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2.
Editora Candeias. pag. 808-809.
Os Vícios como
Obras da Carne: Gál. 5:18-21.
Esses vícios mui
naturalmente se dividem em quatro categorias: 1. pecados sensuais, vs. 19.2.
Pecados de superstição ou religião falsa, vs. 20. 3. Pecados de mau
temperamento vss 20,21. 4. Pecados de várias formas de excessos, vs. 21.
1. Prostituição. A
tradução imoralidade ficaria muito melhor aqui, como tradução do termo grego
porneia, visto que o termo "prostituição" dá a entender o tráfico
comercial do sexo. O sentido original desse vocábulo podia realmente ser
traduzido por "prostituição", visto que ela se deriva da raiz grega
"porne", que significa "prostituta".
No entanto, o
substantivo "prostituição" gradualmente foi assumindo um significado
mais lato. O termo básico, no grego, é paralelo a "permeni", que
significava "vender", o que alude ao comércio que as mulheres faziam
e fazem do sexo. Porém, a tradução imoralidade indica todas as formas de pecado
de natureza sexual.
Algumas versões
dizem aqui fornicação; mas essa tradução também é inadequada, porquanto
atribuímos a esse termo a ideia de pecados sexuais anteriores ao casamento.
Todavia, a
fornicação e a prostituição são tipos de imoralidade. Na realidade, a palavra
grega aqui usada pode indicar até mesmo o "adultério", isto é, o
pecado sexual entre pessoas casadas com outras. Os chamados "cultos de
fertilidade", que havia nos dias de Paulo, glorificavam todas as
modalidades de imoralidade, transformando-as em atos de devoção religiosa. O
dinheiro que as prostitutas religiosas profissionais recebiam de suas nefandas
atividades nos templos pagãos, era empregado para o sustento e a expansão de
formas de adoração idólatra; por isso mesmo era natural que os judeus sempre
tivessem associado a idolatria e pecados sexuais de muitas variedades. A
idolatria, pois, era encarada como a raiz da imoralidade sexual. Somente na
cidade de Corinto, mais de mil prostitutas religiosas infestavam os seus vários
templos pagãos. (Ver o trecho de Rom. I: 18-27, onde Paulo denuncia abertamente
os pagãos, por sua imoralidade).
Entre as
muitíssimas razões pelas quais não deveríamos participar de tal forma de
pecado, destacamos aquela que aparece em 1Cor. 6:13-20 ela: 1- 13, a saber,
tais pecados são uma violação de nossa relação e de nossa comunhão com Cristo.
2. Impureza. No
original grego, é akatharsia, que significa, literalmente,
"impureza", imundícia, "refugo", ainda que, figuradamente,
indicasse imoralidade, vício, "impureza nas questões sexuais". Tal
vocábulo era empregado para indicar uma ferida suja, na carne, ou a depravação
moral do espírito, a iniquidade, embora não necessariamente de ordem sexual.
Porém, neste contexto, certamente Paulo tinha em mente as impurezas sexuais
praticadas com tantas variedades indefinidas. Os vícios sexuais estão em foco,
como a homossexualidade, o abuso das funções sexuais que corrompem o indivíduo
a ponto de torná-lo espiritualmente imundo. Essa mesma palavra era utilizada
para indicar a "impureza cerimonial", na versão da Septuaginta, do
A.T., adquirida mediante o toque em um cadáver, em um leproso, em um animal
proibido, etc. As impurezas sexuais nos tomam imundos; e isso é o que Paulo
enfatiza aqui, sem especificar nenhuma forma particular de vício.
3. Lascívia. No
grego, aselgeia, que significa "licenciosidade", sensualidade
exagerada. Está em pauta a conduta assinalada por indulgência sexual
irrestrita, por violência e voluntariedade pervertida. No grego clássico tal
palavra não tinha, necessariamente, uma conotação sexual; porém, visto que ela
é agrupada com outros vocábulos que têm tal sentido, e por ter tal sentido
comum, nos escritos de outros autores, é altamente provável que Paulo tenha
continuado a frisar pecados sexuais, embora agora o faça sob a luz daqueles que
são exageradamente sensuais, violentos, que abusam da moralidade pública e
privada. No texto de Efé. 4: 19, vemos que aqueles que destroem completamente a
consciência, tendo-a "cauterizada", entregando-se ao
"deboche", aos pecados sexuais exagerados (a mesma palavra é usada
naquele texto), entregavam-se à "lascívia".
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6.
Editora Candeias. pag. 636.
Propósito do Livro
Muitos expositores
têm sentido grandes dificuldades para justificar a inclusão do livro de
Cantares de Salomão no cânon das Escrituras Sagradas. Parte dessa dificuldade
se deve ao seu flagrante erotismo. Por outro lado, o livro é um longo mashal ou
provérbio, ilustrando a riqueza e a beleza do amor físico humano; e, como tal,
faz parte firme da tradição gnômica da Literatura de sabedoria dos hebreus.
Devemo-nos lembrar
de que esse material originou-se no Oriente Próximo, onde imperavam diferentes
atitudes quanto a certos pontos de moral. Deve-se observar que somente pessoas
de classes abastadas poderiam dar-se ao luxo de empregar as substâncias
exóticas e caríssimas, mencionadas nesses poemas. Tais pessoas, em contradição
com as classes populares, estavam acostumadas a considerar o sexo em termos não
tanto ascéticos, como uma questão não embaraçosa. Todavia, talvez essas pessoas
e esses poemas se excedam um tanto, em relação com aquilo que nós estamos
acostumados. Porém, o livro escolhe um curso que é um meio-termo entre a
perversão, ou, pelo menos, o excesso sexual, por um lado, e a negação rígida e
emocional das necessidades físicas, por outro lado, descendo até momentos da
maior intimidade física entre um homem e uma mulher que se amam. No dizer de E.
J. Young, talvez tudo isso reflita um amor mais puro que o nosso; ou, então,
comentamos nós, uma atitude não tão vitoriana quanto a nossa.
Conteúdo e Esboço
Não é fácil
apresentar uma análise do livro de Cantares à maneira convencional, por causa
do fato de que todos os diálogos são muito entretecidos e difíceis de
deslindar. Há ali diálogos (por exemplo, Cano 1:9 ss.) e solilóquios (por
exemplo, 2.8-3.5), e as palavras passam de uma personagem para outra com tanta
freqüência que é impossível identificar precisamente essas personagens. As
«filhas de Jerusalém» são mencionadas durante a exposição (Can, 1.5; 2.7; 3.5
etc.), e a elas são atribuídas certas respostas, no diálogo (por exemplo, Cano
1.8, 5.9; 6.1 etc.). Uma situação similar ocorre no caso dos habitantes de
Sulém (Can. 8.5) e os de Jerusalém (Can. 3.6-11). Entretanto, em termos gerais,
poderíamos esboçar o conteúdo do livro de Cantares como segue:
1. A noiva exprime
seu anelo pelo noivo, e canta seus louvores (1.1-2.7).
2. Aprofundando-se
a afeição mútua entre eles, a noiva continua a elogiar seu amado, usando
sim bolos da natureza (2.8 - 3.5).
3. Louvores ao rei
Salomão, à noiva e aos desposóríos (3.6-5.1 ).
4. O noivo
ausenta-se por algum tempo, durante o qual a noiva anela pela volta do noivo e
continua a elogiá-lo (5.2 - 6.9).
5. Uma série de
passagens descritivas sobre a beleza física da noiva (6.10-8.4).
6. Conclusão, que
aborda a permanência do verdadeiro amor (8.5-14).
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora
Candeias. pag. 41-42.
EXPLICAÇÃO
0 sexo é um
presente de Deus para a humanidade, mas o Criador restringiu a prática sexual
àqueles que estão comprometidos através do
casamento.
Conforme o
relacionamento se consolidou, a beleza do romance entre Salomào e sua noiva
aflorou. O poder intenso do amor afetou o coração.
a mente e o corpo
dos dois amantes.
O amor exige muito
mais do que um discurso coerente com o sentimento; exige uma linguagem
corporal. O sexo é vital para o ser humano, mas é necessário o casamento para
proteger o amor. O casamento é a celebração do compromisso mútuo diário.
Os dois amantes de
Cantares elogiaram a beleza que viam um no outro. A linguagem que usaram mostra
a espontaneidade e o mistério do amor. C) elogio não deve ser limitado à beleza
tísica; uma bela personalidade e a pureza moral também devem ser louvadas.
Com o passar do
tempo, os sentimentos de solidão. indiferença e isolamento surgiram entre
Salomão e sua esposa. Durante este período, o amor esfriou c barreiras foram
levantadas.
IMPORTÂNCIA
Deus quer que o
sexo seja motivado pelo amor e pelo compromisso, não pela luxúria. O sexo é
para o prazer mútuo, não para uma satisfação egoísta.
Por ser uma
expressão tão poderosa de sentimento e compromisso entre duas pessoas, o amor
não deve ser considerado uma banalidade. Não devemos manipular as pessoas para
que nos amem, e o amor não deve ser prematuramente encorajado em um
relacionamento.
Enquanto o romance
mantém o casamento interessante, o compromisso mantém o romance vivo.
A decisão de
comprometer-se apenas com seu cônjuge começa no altar do casamento, mas deve
ser mantida no dia-a-dia.
Nosso amor por
alguém faz esta pessoa parecer bonita para nós. Quando você se dispuser a
casar, não olhe somente para a atratividade física de uma pessoa; tente ver
outras qualidades que não murcham com o tempo, como a espiritualidade e o
compromisso com Deus, a integridade, a sensibilidade e a sinceridade.
Através da
comunicação, os cônjuges podem reconciliar-se o compromisso pode ser renovado,
e o romance, restaurado. Não deixe que muros cresçam entre você c seu cônjuge.
Cuide dos problemas enquanto ainda forem pequenos!
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia
de estudo. Editora CPAD pag. 888.
4.1-7 - Como
espectadores, ê possível que fiquemos embaraçados ao ler esta passagem em que
os amantes expõem sua intimidade. No êxtase de seu amor. eles se elogiam
mutuamente, usando belas imagens. Suas palavras podem ser estranhas para os
leitores de uma cultura diferente, porém o intenso sentimento de amor e de
admiração são universais. Comunicá-los através de palavras e ações fortalecem
qualquer relacionamento.
4.12 - Ao comparar
sua esposa com um jardim fechado. Salomão exaltou a virgindade dela. Apesar de.
em muitas culturas, a virgindade ser considerada ultrapassada, sempre foi o
plano de Deus para os solteiros. Há uma boa razão para isso. O sexo antes
do casamento ó prejudicial: torna-se algo sem valor para quem o pratica sem o
comprometimento necessário. Não e comparável ao prazer da completa entrega que
experimenta a pessoa que se compromete totalmente com a outra pelos laços do
casamento.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia
de estudo. Editora CPAD pag. 890-891.
4.1 — Salomão
elogia fartamente a impressionante beleza de sua noiva, empregando símbolos de
suavidade para ilustrar a pureza, inocência e beleza da Sulamita. Os teus olhos
são como os das pombas (Ct 2.14). São um símbolo de pureza, inocência e beleza
(como em Cantares 1.15). As tranças da noiva podem ter coberto parte de seu
rosto, deixando apenas os olhos à mostra (Ct 2.14; 5.7). O rei comparou o
balanço de seu cabeio ao movimento gracioso de um rebanho de cabras a descer o
monte de Gileade.
4.2-5 — O rei faz
uma rapsódia da perfeição dos dentes, lábios, traços faciais, pescoço e, por
fim, peitos de sua noiva.
Escarlata (v.3)
refere-se ao luxo e à beleza; a romã faz analogia à doçura; doce é a mesma
palavra rara empregada pela primeira vez em Cantares 1.5. A torre de Davi (v.4)
fala de força e graça; os filhos gémeos da gazela (v.5) são incrivelmente
adoráveis.
4.6 — Antes
que-^refresque. A primeira noite em que o casal passaria junto era um momento
precioso (Ct 8.14).
Monte da mirra e
outeiro do incenso. Esses nomes nos dão o vislumbre do amor ardente que um tem
pelo outro (Ct 1.13,14; 2.6).
4.7 — Formosa.
Anteriormente, o rei já empregou este termo para falar de beleza (v. 1). Aqui,
porém, há uma diferença com a palavra toda. Agora, ele faz a rapsódia da
perfeição de sua noiva; todas as partes do corpo dela são atraentes.
4.8 — Essas
palavras demonstram a sensibilidade de Salomão, neste momento, com relação às
emoções de sua noiva. Ele clama por sua atenção, que devaneia em pensamentos
distantes. Ele diz: Vem comigo. Utiliza o termo esposa pela primeira vez, o que
é apropriado aqui em seu leito nupcial (v.9,10,11,12; Ct 5.1).
4.9 — Minha irmã,
minha esposa. Essa estranha dupla de palavras baseou-se na ideia de que, ao
unir-se em matrimónio, o casal passava a ser uma família. A mulher tornava-se
venerável como membro da família real.
4.10 — Os teus
amores...os teus amores. Tratasse do amor erótico.
4.11 — Lábios...
mel e leite. A doçura dos beijos de sua noiva é como um alimento para ele (Ct
5.1; compare com Ct 1.2).
4.12 —
Manancial... fonte selada. Salomão evoca imagens de refrigério e deleite. O
fato de ter o rei empregado os termos fechado e selada indica, de forma
poética, a virgindade de sua esposa na noite de seu casamento. Foi este o
tesouro que ela lhe trouxe, o qual ela incentivou as outras moças da corte a
também conservarem para a noite de núpcias de cada uma delas (Ct 2.7).
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O
Novo Comentário Bíblico AntigoTestamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1014-1015.
Ef 5.22-24 - Assim
como Cristo não é inferior ao Pai, mas submete-se a Ele, as mulheres, embora
sejam iguais ao seu marido enquanto pessoas, têm papéis diferentes na relação
conjugal. A expressão ao Senhor revela que a submissão voluntária da mulher
provém de sua submissão primava a Cristo,
Ef 5.25 - Maridos,
amai. Paulo não enfatiza a autoridade do marido; pelo contrário, ele exorta os
maridos a amar a esposa sacrificando a si mesmos por ela. Eles devem imitar o
amor de Cristo, o tipo de amor que está disposto a entregar a vida pela outra
pessoa e servir-lhe, ainda que isso signifique sofrimento.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O
Novo Comentário Bíblico Novo Testamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 513.
3. Prazer no
casamento.
Pv 5.18-20 — As
palavras alegra-te com a mulher da tua mocidade compreendem uma ordem e um
estímulo para se achar alegria na felicidade mútua do casamento. De fato, ter
prazer no leito conjugal é bendito por Deus (Cantares; Hb 13.4).
5.21-23 — Na
expressão os olhos do Senhor reside um ponto decisivo: o que se faz em secreto
não passa despercebido aos olhos de Deus, que tudo vê. Nisto, incluem-se também
as práticas de adultério, que só leva à ruína. Uma vida insensata termina em
morte amarga. O caminho secreto do perverso é um escândalo às claras no céu;
termina com a solidão de um inferno particular.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O
Novo Comentário Bíblico AntigoTestamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 954.
Pv 5.18-20 - Deus
nunca pretendeu que o casamento se tornasse enfadonho, monótono, sem prazer ou
propósito. O sexo é uma dádiva de Deus às pessoas casadas, para seu prazer
mútuo. A verdadeira felicidade vem quando decidimos encontrar prazer no cônjuge
que Deus nos deu e quando nos comprometemos a satisfazer suas necessidades. Há
um perigo real em duvidar que Deus nos conhece e cuida de nós. Aqueles que o
fazem ressentem-se do tempo escolhido por Deus e procuram negligentemente o
prazer sexual sem a sua bênção.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia
de estudo. Editora CPAD pag. 840.
9.9. Goza a vida
com a mulher que amas. O sexo também é uma coisa boa, numa vida casada normal;
mas a prostituição e o adultério são truques dos hedonistas: portanto, evita
esses excessos, a menos, naturalmente, que Deus te tenha predestinado para esse
tipo de vida! Se o filósofo fosse coerente, ele não negaria que a vida de uma
prostituta foi aquilo que Deus predeterminou para ela. Ele foi coerente (ver
Eclesiastes 3.16), mas não quis confundir o quadro aqui. Pode-se viver uma vida
jubilosa com uma boa esposa a quem se ama, mas a totalidade da vida é pura
vaidade, e isso faz parte da vida. Não obstante, uma boa esposa é uma dádiva de
Deus, para ajudar resistir a todas as outras coisas vãs. A questão resume-se a
dizer: toda a tua porção te foi predestinada, pelo que deves suportar tudo da
melhor maneira, desfrutando os pequenos prazeres da vida. Se estiveres
trabalhando muito, para ocasionalmente para usufruir algum prazer na vida.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 2732.
7.1-4 — Salomão
faz uma homenagem à beleza de sua noiva. Ao olhar com amor, o ser amado pela
pessoa possui uma beleza que transcende o que os outros possam enxergar. Filha
do príncipe. Embora tenha nascido em berço comum (Ct 1.2), a Sulamita tem uma
beleza digna da realeza. As voltas de tuas coxas. O termo hebraico sugere não
apenas a sua forma, como também o movimento fluido de sua dança (Ct 6.13).
7.5 — A tua cabeça
sobre ti é como o monte Carmelo. A leitura não literal carmim, do hebraico
karmil, preserva melhor o paralelismo com a próxima oração. Suas madeixas
fluidas e seu belo rosto são fonte de maior deleite para Salomão, que está,
literalmente, cativado por eles.
7.6 — Este
versículo resume a alegria do rei pela beleza da noiva. Formosa. Este termo
(aqui, em forma verbal) de beleza é empregado muitas vezes no livro (Ct
1.8,15). Amor. Nesta passagem, como em Cantares 2.4, ele emprega o termo comum
para amor.
7.7,8 — Palmeira.
Trata-se de uma imagem sexual com base na polinização das palmeiras. Para
fertilizar uma palmeira fêmea, o jardineiro sobe na palmeira macho e tira
algumas flores dela. Depois, sobe na palmeira fêmea e amarra as flores
portadoras de pólen entre seus ramos.
7.9,10 — Afeição.
Esta palavra é usada apenas três vezes na Bíblia. Aqui, ela significa
claramente desejo sexual.
Quem foi a
Sulamita?
Apenas em uma
ocasião, Cantares identifica a noiva do poema como Sulamita (Ct 6.13), e
nenhuma outra referência revela diretamente sua identidade. Quem, então, foi esta
moça que se tornou objeto tão intenso das afeições de Salomão? Há diversas
sugestões.
• Ela pode ter
sido uma mulher de Suném, cidade no território de Issacar, próximo a Jezreel
(Js 19.18). Neste caso, ela teria sido conhecida como a Sulamita, mas, ao cambiar
as letras lamed (/) e nun (n), o que era feito comumente, ela também poderia
ter sido chamada de Sulamita.
• Ela pode ter
sido Abisague, a virgem Sulamita que acompanhou Davi em sua velhice (1 Rs
1.1-4,15). Após a morte de Davi, um de seus filhos, Adonias, solicitou
Abisague. Mas isso era algo indevido, já que Salomão, o sucessor nomeado por
Davi, teria direito a dispor dela bem como das demais esposas e concubinas do
pai (1 Rs 2.17-22).
• Talvez Sulamita
também possa ser transcrito como selomite, o que tornaria o nome um título
feminino relacionado ao nome Salomão: a Salomona.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O
Novo Comentário Bíblico AntigoTestamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 1016-1017.
Ec 7.1 Melhor é a
boa fama do que o unguento precioso. Um homem sábio valoriza a boa reputação,
evitando coisas que o derrubem no conceito de outras pessoas. Se o triste
filósofo disse isso, então, quando muito, ele estava recomendando um valor
relativo, visto que seu determinismo absoluto não lhe permitiria confessar que
existe um valor real, do ponto de vista humano. Portanto, é possível, conforme
insistem alguns eruditos, que este capítulo seja formado por uma coletânea de
declarações de sabedoria, injetadas por algum editor no livro de nosso
filósofo. Ver a introdução ao presente capítulo, com especulações que seguem
essa linha, e também quanto à tentativa de situar esta seção dentro da
discussão geral do livro. Cf. a primeira linha deste versículo; ver Pro. 15.30
e 22.1, onde há declarações similares; isso mostra que se trata de declarações
comuns de sabedoria, repetidas pelo filósofo, e não criadas por ele. Se o
filósofo escreveu realmente esta seção, então sua série de coisas melhores por
certo é composta de coisas relativas. Ele não estava defendendo valores
verdadeiros, pois sua filosofia niilista não promovia tal coisa. Seja como for,
um bom nome é melhor que unguentos preciosos, usados pelos homens nos
banquetes, para se saudarem uns aos outros.
Unguento. No
hebraico, shemem. Mas o original hebraico diz aqui shem (“nome”). Portanto, o
autor produziu um bom jogo de palavras, usando letras e sons semelhantes. Nos
banquetes, a pessoa adquiria um bocado de shemem, “unguento", ao mesmo
tempo que perdia seu shem, “nome”.
O dia da morte
melhor que o dia do nascimento. Antítese. Em contraste com alguma coisa melhor
na vida, temos a ideia de que o dia da morte é melhor que o do nascimento de
uma pessoa. Essa declaração realmente parece uma afirmação do triste filósofo.
Por ocasião da morte, quando a pessoa passa para o nada, ela terá terminado seu
curso de “terror” e descansará para sempre. Não há aqui nenhuma ideia sobre um
pós vida que dê recompensa e felicidade aos homens, noção que alguns
intérpretes injetam no texto, a fim de suavizar o seu pessimismo. Eclesiastes
3.18-20 mostra que o filósofo não acreditava na alma ou na vida após a morte.
Estamos informados de que o povo que habitava na Trácia, na região dos montes
Cáucasos, onde os nascimentos eram lamentados e as mortes eram celebradas,
acreditava que a vida humana se caracterizava pelo sofrimento, e que escapar da
vida era melhor que entrar nela (Heródoto, Terpsichore, 1.5, cap. 4).
7.2 Melhor é ir à
casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete. Este versículo reforça a
segunda linha do vs. 1 do capítulo. Visto que o fim de tudo é a morte, e nela
está o descanso dos sofrimentos e das excentricidades da vida, é melhor ir a um
lugar onde as pessoas estejam lamentando a morte de um amigo ou parente, do que
ir a um salão de banquete, onde há excessos e folguedos insensatos. Na casa da
lamentação, um homem é mais autêntico, porquanto ele vê em que realmente a vida
consiste: nada. Dessa maneira, ele obtém uma espécie de sabedoria que não há na
ingestão de bebidas e alimentos e em meio aos cânticos; tal homem obtém maior
clareza sobre a vaidade da vida. Tendo conseguido sabedoria superior, ele se
contentará com alguns prazeres simples que acompanharão sua triste viagem
através da mortalidade (ver Eclesiastes 2.24-25); no entanto, se fosse indagado
acerca desses prazeres, ele não os defenderia como valores reais. O autor
sagrado criticava o hedonismo e recomendava, por implicação, o epicurismo. Ver
as notas do vs. 4.
7.3 Melhor é a
mágoa do que o riso. A tristeza é melhor do que o riso, porquanto é mais
autêntica, refletindo com maior realismo o que a vida realmente é ao passo que
o riso põe uma máscara na vida. Um sábio deve refletir só ore a vida de modo
realista, não se deixando envolver por excessos. Ele pode voltar aos prazeres
simples, como algo dotado de valor relativo, e escapar de toda a conduta sem
sentido dos estultos. Cf. Sal. 90.12, que também nos convida a uma atitude
séria em relação à vida. Uma sociedade hedonista esquece essa atitude e continua
sua maneira frívola e distorcida de viver.
Quando uma atitude
séria penetra o coração do indivíduo, ele abandona seus excessos, o que lhe
garante a atitude apropriada. Isso pode ser chamado de alegria, mas não levemos
muito a sério essa palavra. Os prazeres simples da vida podem dar ao homem uma
espécie de alegria, mas finalmente mostram ser totalmente vãos, já que, na
total extinção, que importarão algumas alegrias simples que ele tenha
desfrutado enquanto viveu? Mas, pelo menos, enquanto estiver a caminho do nada,
ele terá sido menos estulto que aqueles que costumam frequentar os banquetes e
seu falso riso. Ao longo da vida. pois. tal homem se elevou um pouco acima dos
outros homens, mas, por ocasião da morte, ele é nivelado na mesma futilidade.
7.4 O coração dos
sábios está na casa do luto. Um homem sábio tem o coração preso na casa da
lamentação pelos mortos. Os insensatos, entretanto, sempre podem ser
encontrados em alguma festa. Este versículo diz a mesma coisa que o vs. 3,
embora de maneira levemente diferente. Devemos recuar ao vs. 2, às duas casas,
uma de lamentação pelos mortos e a outra, a casa da festividade. O autor sacro
criticava o hedonismo, o qual ele tinha experimentado longamente e rejeitado;
ver Eclesiastes 3.1-11. Ele recomendou a moderação e o contentamento com os
pequenos prazeres (Eclesiastes 2.24-25). por implicação. Ele contrastou o
epicurismo com o hedonismo (ver esses termos na Enciclopédia de Bíblia,
Teologia e Filosofia) e recomendou o epicurismo. não como um verdadeiro valor,
mas como o menor dos males que um homem encontra nesta vida.
7.5 Melhor é ouvir
a repreensão do sábio. A primeira linha deste versículo, que fala em tirar
proveito da repreensão de um sábio, era uma declaração comum das escolas de
sabedoria. Ver Sal. 141.5; Pro. 13.18; 15.31,32. Por certo, é melhor que ficar
ouvindo as canções insensatas dos bêbados que se reúnem nas festas.
“As reprimendas
piedosas ofendem à carne, mas beneficiam o espírito: os cânticos dos
insensatos, na casa da alegria, agradam a carne, mas injuriam o espírito"
(Fausset, in loc.).
7.6 Pois qual o
crepitar dos espinhos debaixo duma panela, tal é a risada do insensato. O riso
dos estultos é qual o crepitar de espinhos que queimam sob uma panela. Há um
esperto jogo de palavras, aqui, onde a palavra hebraica smm (espinhos) é
paralela à palavra hebraica sir (panela). Os tradutores alemães tentam
equiparar esse jogo de palavras usando as palavras nettle (um tipo de espinho)
e kettie (uma panela). Plumbtre dá ao versículo um ritmo de stubbie com bubble:
“o crepitar do stubbie (restolho) que faz a panela bubble (borbulhar). Seja
como for, os espinhos não são bons para ninguém (embora tenham por finalidade
proteger a planta que os produz), nem produzem um fogo bom. Isso posto, o riso
dos insensatos não é somente inútil, mas também irritante, tal como são todos
os espinhos. Todo aquele falso regozijo não passa de vaidade, ao passo que a
repreensão de um homem sábio (vs. 5) pode produzir algum bem. embora
"aquecido”. Estrume seco de vacas era um combustível comum, desagradável,
mas de longa duração. O fogo de espinhos queimava rapidamente e era fácil de
ser usado, mas bastante ineficaz. "As chamas de espinhos fazem grande
ruído, são altas, mas se extinguem dentro de poucos momentos. Assim, também as
alegrias da vida são ruidosas, refulgentes e transitórias'’ (Adam Clarke. in
loc.).
7.7
Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio. Se um homem sábio for
oprimido o bastante, pode ficar irado (King James Version) e passar a agir como
um insensato. Isso também pode deixá-lo enlouquecido (Atualizada) e, então, ele
começará a fazer coisas não características que mancharão sua reputação. Por
igual modo, um suborno corrompe a mente daquele que o recebe, e ele terminará
por fazer coisas que normalmente não faria. Ver Éxo. 23.8: Deu. 16 19 e Pro.
15.27. Ver também, no Dicionário, o artigo intitulado Suborno. Duas ou três testemunhas
podiam condenar um homem inocente ou libertar um culpado, e esse era o número
mínimo de testemunhas requeridas pela lei mosaica (ver Deu. 17.6). Por
conseguinte, era fácil influenciar o resultado de um caso. ou mesmo criar um
caso falso mediante um suborno bem colocado, Além disso, havia juízes
corruptos, disponíveis para fornecer decisões perversas. Por certo, esses
juízes danam boas-vindas a um suborno para se enriquecerem.
7.8 Melhor é o fim
das cousas do que o seu princípio. O autor sacro já nos havia dito que o aia da
morte é melhor que o do nascimento (vs. 1). Agora, esse conceito ‘oi expandido
para ser aplicado a todos os começos e fins. Zélia Gattai, a esposa de Jorge
Amado, afirmou que a coisa que mais a deixava descansada no mundo era entregar
um livro terminado ao editor, O produto final de qualquer processo é a fruição
de labor. enquanto o começo de um grande projeto nos espanta. Além disso, há
aquela ansiedade: "Posso fazer isso? Terei tempo para fazer tal coisa7
Minhas energias serão suficientes para o projeto?".
Começa teu
trabalho com mente paciente, E verifica se foi inspirado p or Deus. Ele não faz
coisa alguma. nem tolera Que qualquer coisa seja feita, exceto que Ele vè Desde
o começo o seu bendito fim. (Russell Champlin)
A segunda linha
contem um provérbio comum que louva a humildade e a paciência, e condena o
espírito impaciente e orgulhoso. Ver esse contraste em Pro. 11.2: 13.10; 14.3:
15.25; 15.5.18; 18.12; 21.4 e 30.12,32. Ver sobre os olhos altivos em Pro. 6
17. Em seguida, ver no Dicionário os artigos intitulados Orgulho e Humildade.
Se essa segunda linha tem por propósito responder à primeira (sem ser um
pensamento distinto e não-relacionado ao primeiro), então aprendemos que um
homem deve começar seu projeto com espírito paciente e mente humilde, Se um
projeto for iniciado com orgulho e impaciência, acabará prejudicado e
provavelmente nunca será concluído. Ademais, a segunda linha pode estar
convocando para a submissão humilde a vontade de Deus. Deveríamos ter o cuidado
em não criticar o Ser divino por projetos mal planejados ou por resultados
desfavoráveis, como se isso fosse falha de Deus. Alguns vinculam a segunda
linha ao vs. 5: é sábio sofrer, com paciência e humildade, a repreensão do
sábio, e não com impaciência e espírito altivo, o que anularia o provável
beneficio a ser recebido. Outro tanto pode ser dito sobre o modo como devemos
aceitar ou não a providência divina em nossa vida, de cuja decisão resuita
qualquer empreendimento.
7.9 Não te
apresses em irar-te. Esta recomendação contra a ira procede do teor comum as
declarações de sabedoria. O homem que facilmente perde o próprio controle
mostra a atitude própria de um insensato cheio de má vontade e pouca paciência.
Cf. Pro. 14.17; 15.32 e Tia. 1.19. Ver no Dicionário o artigo chamado Ira.
quanto a detalhes. A ira é um fogo no peito que o sábio já aprendeu a apagar;
mas os insensatos com frequência nela são consumidos, com a boca flamejando
vitupérios. Muitas são as vítimas queimadas pela ira, uma das quais será o
próprio iracundo. A ira do louco o destrói, e o zelo do tolo o mata. (Jó 5.2)
"O peito ou
seio são comumente representados como a sede da ira, por outros escritores
(Ciaudiano. oe 4 Consui Honor, Panegiy. vs. 241)’ (John Gill, in loc.).
Irai-vos. e não pequeis: não se ponha o sol sobre a vossa ira.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 2723-2724.
II
- O VALOR DA PUREZA SEXUAL ANTES DO CASAMENTO
1. No Antigo
Testamento.
O VALOR DA PUREZA
SEXUAL
No mundo
relativista, a moral é elástica. Não há limites para as práticas pecaminosas.
Em primeiro lugar, porque esse mundo é materialista. Jesus disse que “o mundo
jaz no maligno”. A maioria das pessoas não crê em Deus, Criador e Legislador do
Universo. Em segundo lugar, porque, não crendo nEle, não consideram sua palavra
como regra de fé ou de conduta. Nesse contexto, a moral está sujeita às
mudanças de valores que ocorrem ao sabor dos acontecimentos, das políticas, dos
usos e dos costumes sociais. Na cultura relativista, não há lugar para retidão,
pureza ou castidade em matéria de sexo. Tudo vale, desde que alguém entenda que
é certo. Na Palavra de Deus, no entanto, os valores morais são muito
diferentes.
1. O
valor da virgindade no Antigo Testamento
O texto de Salmos
119.9-11 é fundamental para a vida do jovem, servo de Deus, em todos os tempos.
No Antigo Testamento, a moral era tão rígida, em termos de pureza sexual que,
se uma jovem praticasse sexo antes do casamento seria morta. Sua sentença era a
pena capital.
Fornicação era o
mesmo que prostituição (Dt 22.20, 21). Na cultura patriarcal, o homem tinha
privilégios que não eram desfrutados pela mulher. A moça que fornicava era
morta. O homem que fornicasse tinha que casar com a moça (Dt 22.28,29).
Até os lençóis,
manchados de sangue, na primeira relação sexual, na “lua de mel”, eram
valorizados. Se algum homem acusasse uma moça, em Israel, difamando-a, com
acusação de não ter sido encontrada virgem, e isso fosse apurado, o difamador
seria condenado a pagar pesada multa e ainda ter que continuar casado com a
moça (Dt 22.13-19). Um sacerdote não podia casar com mulher repudiada ou prostituta.
Tinha que casar com uma moça virgem (Lv 21.14).
LIMA. Elinaldo
Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora
CPAD. pag. 104-105.
Observações do
Antigo Testamento.
1. Ao criar o
homem e a mulher, Deus foi a origem da sexualidade humana (Gên. 1.27),
sexualidade que alguns sedutores perverteram para servir como desculpa para
seus excessos, mas que outros corretamente empregam para demonstrar que nada há
de errado com o sexo per se.
2. A criação do
homem e da mulher implica uma diferença de estado e ordem que é declarada
abertamente em Gên. 3.16 e reiterada em termos claros por Paulo em I Cor. 11.3
e por Pedro em I Ped. 3.1.
3. No casamento,
os dois parceiros têm obrigação de prover satisfação sexual um ao outro, ato
que pode estar subordinado à procriação (Gên. 1.22, 28; 8.17), ou meramente dar
prazer, que é um fator necessário à saúde e à manutenção de um ego respeitável
(I Cor. 7.5).
4. A família é o
objeto do sexo (Esd. 8.1-14), algo ilustrado pela quase obsessão demonstrada
pelos hebreus e judeus em relação às genealogias.
5. O homem é o
líder da família não meramente por motivos tribais, mas também para liderança e
desenvolvimento espiritual (Oên. 3.16; Exo. 12.1-6; 20.12; Deu. 6.20-25).
6. O pai era o
sacerdote da unidade da família até que foi desenvolvido um sacerdócio formal.
Quando isso aconteceu, apenas homens eram sacerdotes aceitáveis e isso foi
limitado ainda mais aos descendentes de Levi, através de Arão (Êxo. 19.22; Lev.
1.11).
7. Lideres
espirituais especiais, os profetas, eram de modo geral, homens, mas havia
exceções a essa regra (Exo. 15.20; Juí. 4.4; II Reis 22.14; II Crô. 34.22; Nee.
6.14; Isa, 8.3).
8. A distinção
entre homens e mulheres era mantida de diversas formas, incluindo a regra de
que a mulher não podia usar roupas masculinas e de que os homens não poderiam
usar roupas tipicamente femininas (Deu. 22.5).
Em um momento
posterior, os estilos de cabelo também foram objeto de regras (I Cor. 11.14),
mas a história nos mostra que na maioria dos povos os homens usavam cabelos
longos, exceto entre os egípcios, que não gostavam de cabelos. Os homens não
podiam cortar os cabelos laterais, pois esse era o estilo de cabelos pagão
(Lev. 21.5).
Apenas na Diáspora
(dispersão) foi que os homens judeus imitaram os estilos romanos para os
cabelos, incluindo o corte, mas as mulheres continuaram mantendo cabelos
longos. As tribos gregas mantinham práticas de cabelos longos e curtos para
homens. A declaração de Paulo em 1 Cor. 11.14 reflete-se a costumes
posteriores, não aos do Antigo Testamento.
9. A criação da
mulher a partir da costela (Gên. 2.21, 22) ilustra o papel dominante do varão e
também que a mulher deveria ser uma "ajudante" do homem (2.20). A
mulher existia para propósitos utilitários e encontrava sua plenitude nesse
serviço. O principal serviço da mulher era ter filhos e educá-los (Gên,
3.14-16).
10. As mulheres
podiam e deveriam ter ocupações diferentes, mas sempre centradas na família
(Pro. 31.1031). Elas poderiam ganhar dinheiro, mas trabalhando em casa.
11. A Bíblia culpa
as mulheres pela entrada do pecado no mundo (Gên. 3.1-6) e isso levou à
degradação da mulher na psique hebraica e judaica, a ponto de alguns rabinos
chegarem a duvidar de que as mulheres tivessem alma. Até mesmo a dor do parto
era atribuída ao pecado (3.1516), não a uma característica inadequada da
anatomia feminina para o parto.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6.
Editora Candeias. pag. 193.
Sl 119.9 De que
maneira poderá o jovem guardar puro o seu caminho? Temos aqui a segunda
estrofe, com outras oito linhas que glorificam a lei. Ver na introdução a este
salmo a seção chamada Salmos Acrósticos, quanto a explicações sobre o estilo
literário deste salmo.
O jovem. Como
podem os jovens, cheios das chamas da juventude e sempre tentados a
experimentar coisas novas, com frequência pecaminosas, manter- se puros? Até o
piedoso e inocente Jó, que não possuía pecado que causasse seus horrendos
sofrimentos, cometera pecados em sua juventude (ver Jó 13.26). “O interesse
pelo bem-estar dos jovens é uma das grandes características do escritores da
Literatura de Sabedoria. Ver Pro. 1.4,8,10,15; 2.1; 3.1; Ecl. 11.9 e 12.1”
(William R. Taylor, in ioc.). Ver no Dicionário o artigo chamado Sabedoria,
seção III, quanto a esse tipo de literatura na composição hebraica. Os salmos,
aqui e acolá, e certas porções deste salmo, participam desse fenômeno. Cerca de
treze salmos são essencialmente dessa natureza. Ver as classes dos salmos exibidas
no gráfico no início do comentário, o qual atua como uma espécie de
frontispício do saltério. Dou ali dezessete classes e listo os salmos
pertencentes a cada uma delas. Entre essas classes, estão os salmos de
sabedoria.
O salmista
encontrou a resposta para o seu problema na lei, chamada aqui de dabar, a
segunda dentre as dez palavras usadas para indicar a lei, conforme notas no vs.
1. Compreende-se que um jovem que estude a lei não somente saiba o que é
melhor, mas também receba o poder de Yahweh, Autor da lei, possivelmente
através do poder do Espírito Santo. Muitos jovens não são pecadores
endurecidos, mas tradicionalmente enfrentam problemas de pureza da vida,
porquanto se inclinam a fazer experiências, em parte movidos pela curiosidade,
em parte por suas corrupções interiores, que já possuem bem desenvolvidas e que
são facilmente despertadas. Contudo, não é suficiente a um jovem ser
pessoalmente puro. Um homem deve fazer o bem em favor do próximo, através de
obras de amor.
Ninguém despreze a
tua mocidade; pelo contrário, torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no
procedimento, no amor, na fé, na pureza.
(I Timóteo 4.12)
“As
concupiscências dos jovens são naturalmente fortes e inclinam por contaminar a
alma (Pro. 1.4; 20.11)” (Fausset, in Ioc.).
Dá o teu melhor ao
Mestre,
Dá da força de tua
mocidade;
Lança o ardor
intenso e fresco de tua alma,
Na batalha pela
verdade.
(Sra. Charles
Barnard)
Sl 119.10 De todo
o coração te busquei. Encontramos aqui uma excelente espiritualidade, que não
depende exclusivamente da guarda da lei. Existem corações dedicados a Yahweh,
que temem desviar-se da vereda reta e pedem proteção divina contra esse desvio.
Uma espiritualidade verdadeira deve ser generosa, pronta a servir o próximo,
vivendo a lei do amor.
Dá-me teu coração,
diz o Pai, lá no alto,
Nenhum presente é
tão precioso quanto o dom do teu amor.
Deste mundo
tenebroso ele nos quer desviar,
Falando com tanta
ternura:
Dá-me o teu
coração.
(Eliza E. Hewitt)
O poeta sagrado
havia internalizado a lei de Deus, e o produto disso foi o amor. Ver Rom. 13.9
ss., onde o amor aparece como o cumprimento da lei toda. Cf. Deu. 6.5, quanto
ao amor de todo o coração, mente e alma. A primeira cláusula do versículo é
provada como genuína pela segunda, que exibe a desconfiança consigo mesmo. O
alvo é muito elevado, e o homem duvidava de si mesmo, conforme se vê em certa
passagem do Novo Testamento: “Eu creio, ajuda- me na minha falta de fé” (Mar.
9.24). Para que houvesse busca ao Senhor, de todo o coração, o autor sagrado
não podia desviar seu coração dos mandamentos de Deus; doutra sorte haveria um
novo objetivo em seu amor. Ver o vs. 176, quanto a uma declaração similar. Ver
também I Crô. 15.12,15 e Isa. 63.17.
Sl 119.11 Guardo
no coração as tuas palavras. Qualquer criança que frequente a escola dominical
conhece este versículo e qualquer crente adulto também o conhece, mas
porventura nós o observamos? Este versículo é largamente usado para falar sobre
a sabedoria da memorização da Bíblia e, embora provavelmente não seja esse o
sentido pretendido, é uma boa aplicação. Não precisamos ser como os fanáticos
que decoram todo o saltério e o citam diariamente. Eu mesmo memorizei as
epístolas paulinas (além da epístola aos Hebreus, que não é paulina) em minha
juventude, pelo que agi como um fanático. É possível que as pessoas que colocam
em prática esses prodígios mentais se ocupem da Bibliolatria (ver a respeito no
Dicionário). Além disso, talvez eles façam viagens pelo próprio “eu”, gabando-
se de quantas Escrituras conseguem memorizar. Por outra parte, os abusos não
anulam o bem, e a memorização é um modo digno de estudar a Bíblia.
Naturalmente, este
versículo fala sobre a lei, empregando a terceira das dez palavras listadas no
vs. 1.
Guardo. Isto é,
“escondo” (conforme diz a Revised Standard Version), aludindo à metáfora de um
tesouro escondido. O homem que tem o tesouro escondido em seu coração tem menor
inclinação a ceder à tentação. “A palavra de Cristo deve habitar nele ricamente.
Caso contrário, em breve ele pode ser surpreendido por algum pecado teimoso”
(Adam Clarke, in Ioc.).
Habite ricamente
em vós a palavra de Cristo, instrui-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a
sabedoria, louvando a Deus, com salmos e hinos e cânticos espirituais, com
gratidão em vossos corações.
(Colossenses 3.16)
“Escondei... como
os orientais escondem seus tesouros. Cf. Mat. 13.44” (Ellicott, in Ioc.).Ver
II Cor. 7.1 e Tito 2.11,12, que contêm passagens neotestamentárias similares.
Ver o vs. 14, quanto a ideias sobre riquezas.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 2433-2434.
22.13-30 - Por que
Deus incluiu todas essas leis sobre os pecados sexuais? A instrução sobre o
comportamento sexual era vital para tres milhões de pessoas que viajaram por 40
anos. Mas era igualmente importante quando Israel se estabelecesse como nação
na Terra Prometida.
Em Colossenses
3.5-8, Paulo reconheceu a importância da pureza sexual, pois o pecado tem o
poder de destruir as pessoas. Os pecados que envolvem o sexo não são inocentes
temperos em prazeres proibidos, como a indústria pornográfica costuma
apresentar, mas poderosos instrumentos de destruição de relacionamentos. Eles
confundem e destroem o respeito, a confiança e a credibilidade, que são
essenciais para casamentos felizes e filhos saudáveis emocionalmente.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia
de estudo. Editora CPAD pag. 259.
Lv 21. 13-15 — O
padrão a ser considerado para escolher uma esposa para o sumo sacerdote era
mais elevado do que o exigido para um sacerdote comum. O sumo sacerdote só
poderia desposar uma virgem dos seus povos, provavelmente a filha de outro
sacerdote ou uma mulher israelita. Sua semente tinha de ser pura.
Ao casar-se com
uma mulher sem nenhuma experiência sexual, o sumo sacerdote garantia que sua
prole era realmente fruto de seu casamento.
Outra
interpretação plausível talvez seja que o sumo sacerdote não macularia sua
semente ao deitar-se com qualquer mulher. E possível que esses dois conceitos
se complementem.
EarI D. Radmacher:
Ronald B. Allen: H. Wayne House. O Novo Comentário Bíblico AntigoTestamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 246.
2. Em o Novo
Testamento.
A importância da
virgindade no Novo Testamento
Alguém poderia
dizer, sem pensar bem, ou por desconhecimento da Bíblia, que a moral, no Novo
Testamento, é menos rígida que na antiga aliança. Seria ledo engano. Jesus
Cristo não só cumpriu tudo o que estava previsto na Lei, como trouxe uma forma
mais profunda e abrangente, em termos de cumprimento dos preceitos legais. Ele
deixou de lado o formalismo e o legalismo, que valorizavam apenas os atos
exteriores do comportamento, e se fixou na origem dos pecados, que nascem do
interior do ser, do coração, ou da mente corrompida do homem (Mt 15.19). Para
Jesus, a pureza tem que ser interior, tem que partir de dentro do coração e
aparecer no exterior, como “luz do mundo” (Mt 5.14). Daí, porque ele considera
adultério, não só o ato sexual entre pessoas não casadas, mas até mesmo o
pensamento lascivo (Mt 5.28).
Na parábola das
Dez Virgens, vemos o Senhor Jesus alertando para a vigilância, quanto à sua
vinda, e tomando como exemplo uma cerimônia de casamento de seu tempo, no
Oriente. As testemunhas dos noivos teriam que ser virgens. Em Mateus 25, vemos
que ele se refere a “dez virgens”, das quais cinco eram prudentes e cinco eram
loucas, insensatas ou imprudentes. O noivo haveria de chegar para o momento
especial, com sua noiva, e as damas de honra só poderiam entrar para as bodas
se estivessem devidamente preparadas. Se as testemunhas tinham que ser virgens,
a noiva também teria de sê-lo. Os costumes do AT estavam em pleno vigor, na
época de Jesus.
Doutrinando aos
coríntios, sobre a fidelidade que os cristãos devem ter a Cristo, Paulo faz
alusão ao valor da virgindade no casamento, ao dizer: “Porque estou zeloso de
vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma
virgem pura a um marido, a saber, a Cristo” (2 Co 11.2 — grifo nosso). Assim se
expressava o apóstolo, pois essa era a visão que ele tinha, no seu dia a dia.
Um homem deveria casar-se com uma virgem.
LIMA. Elinaldo
Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora
CPAD. pag. 105.
Observações do
Novo Testamento.
O Novo Testamento
preservou as atitudes judaicas do Antigo Testamento relativamente ao sexo. Mas
também podem ser observadas as radicalizações das ideias de Filo e dos
essênios. Jesus condenou as atitudes por trás dos atos, incluindo os pecados
sexuais, e assim apresentou um código ético mais profundo (Mat. 5.27-32;
15.1920).
Embora seu código
tivesse mais percepção, também apresentava mais misericórdia, o que é ilustrado
por seu desejo de perdoar em vez de participar na matança da mulher adúltera
(João 8.1-11).
Paulo foi um
pioneiro nos direitos da mulher, ignorando as antigas atitudes judaicas de
"homens apenas para a maioria das coisas". Ver Gál. 3.28: "Não
há judeu, nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque
todos vós sois um em Cristo Jesus".
Paulo injetou um
significado místico na união do casamento, sugerindo haver uma combinação de
energias vitais que transformava duas pessoas numa só, de uma forma indefinida
mas real, mística (Efé, 5.31, 32). Ainda assim, o homem continua sendo o líder
da mulher, bem como Cristo é o líder do homem (Efé. 5.23).
Como há um tipo de
união mística e compartilhamento de energia no ato sexual, o cristão deve tomar
cuidado com tal união com uma mulher lasciva (I Cor. 6.15). O corpo de um homem
tomou-se um templo para o Espírito, assim ele deve evitar infrações externas (I
Cor. 6.14-16).
Não pode haver
dúvida sobre o fato de que Paulo pensava que a vida de celibato era superior à
vida de casado para aquele que busca espiritual idade intensamente (I Cor. 7.1,
7-9), e tais visões também eram atribuídas a Jesus (Mal. 19.10-12). Essas
atitudes provavelmente refletem as de Filo e a dos essênios, que tiveram grande
influência no pensamento judaico-cristão do primeiro século. Ver Mal. 8.21-22;
10.34-37; 19.1012; Luc. 8.19-21. Os primeiros cristãos, como os essênios,
supunham viver às vésperas do esforço final entre a escuridão e a luz. portanto
os apelos feitos a uma vida celibatária eram convincentes para alguns, como
foram os chamados "sentimentos anti-familiares", Condições para
continuar a vida como sempre deixaram de existir para uma igreja que era
continuamente perseguida. Novos caminhos espirituais eram buscados para o
seguidor ávido. Um desses caminhos era esquecer o casamento e o sexo e
devotar-se às questões espirituais sem os empecilhos das coisas comuns. Levando
coisas aos extremos, alguns fundaram monastérios e ordens monásticas como
sistemas de apoio para os "seguidores superiores".
Por outro lado,
para poucos seletos, a vida monástica pode ser o melhor caminho. A filosofia
ensina que todas as generalizações são falsas. Desse ponto de vista, podemos
presumir que generalizar a prática do celibato e forçar isso em um sacerdócio
geral também é prática precária.
CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de
Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Candeias. pag. 194
III
- O SEXO QUE A BÍBLIA CONDENA
1. A pratica do
homossexualismo.
Existem igrejas e
pastores gays que procuram negar a condenação bíblica de suas práticas, usando
para isso recursos que consistem em modificar o sentido das palavras na língua
original da Bíblia. Um deles, numa entrevista à revista Época (n° 254 de 31/03/2003),
afirma que a Bíblia não condena a prática homossexual e reinterpreta duas
passagens bíblicas que falam sobre o assunto (Lv 18.22; 1 Co 6.9). Assegura que
a palavra hebraica, usada para "abominação", em hebraico, toevah,
"indica na verdade uma impureza ritual, não algo intrinsecamente mau"
(p. 17), e que as palavras gregas usadas para "efeminados" e
"sodomitas" não têm a mesma equivalência dos atuais homossexuais,
sendo nossas versões um disparate. O presente capítulo pretende mostrar o
pensamento bíblico sobre essa prática e a situação da Igreja diante de uma
sociedade cada vez mais permissiva.
CONSIDERAÇÕES
BÍBLICAS
Há sete passagens
bíblicas que fazem menção dessa prática, todas condenando ou mostrando-a como
algo negativo:
4 E, antes que se
deitassem, cercaram a casa os varões daquela cidade, os varões de Sodoma, desde
o moço até ao velho; todo o povo de todos os bairros. 5 E chamaram Ló e
disseram-lhe: Onde estão os varões que a ti vieram nesta noite? Traze-os fora a
nós, para que os conheçamos (Gn 19.4, 5). => 4 Mas, antes que eles fossem
dormir, todos os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, cercaram a
casa. 5 Eles chamaram Ló e perguntaram: — Onde estão os homens que entraram na
sua casa esta noite? Traga-os aqui fora para nós, pois queremos ter relações
com eles (Gn 19.4,5 [NTLH)].
Com varão te não
deitarás, como se fosse mulher: abominação é [...] Quando também um homem se
deitar com outro homem como com mulher, ambos fizeram abominação; certamente
morrerão; o seu sangue é sobre eles (Lv 18.22; 20.13).
Estando eles
alegrando o seu coração, eis que os homens daquela cidade (homens que eram
filhos de Belial) cercaram a casa, batendo à porta; e falaram ao velho, senhor
da casa, dizendo: Tira para fora o homem que entrou em tua casa, para que o
conheçamos (Jz 19.22). => Enquanto eles conversavam alegremente, alguns
homens imorais daquela cidade cercaram a casa e começaram a bater na porta. E
disseram ao velho: — Traga para fora o homem que está na sua casa! Nós queremos
ter relações com ele (Jz 19.22, NTLH).
24 Pelo que também
Deus os entregou às concupiscências do seu coração, à imundícia, para
desonrarem o seu corpo entre si; 25 pois mudaram a verdade de Deus em mentira e
honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente.
Amém
26 Pelo que
Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso
natural, no contrário à natureza. 27 E, semelhantemente, também os varões,
deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para
com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a
recompensa que convinha ao seu erro. 28 E, como eles se não importaram de ter
conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um sentimento perverso, para
fazerem coisas que não convém (Rm 1.24-28).
Não erreis: nem os
devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os
sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os
maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus (ICo 6.10).
9 Sabendo isto:
que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os
ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e
matricidas, para os homicidas,
10 para os
fornicadores, para os sodomitas, para os roubadores de homens, para os
mentirosos, para os perjuros e para o que for contrário à sã doutrina (1 Tm
1.9,10).
Como Sodoma, e
Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se entregado à prostituição
como aqueles, seguindo após outra carne, são postas para exemplo do fogo
eterno, sofrendo punição (Jd 7, ARA).
Líderes das
igrejas gays alegam que a Bíblia não condena tais práticas e procuram
reinterpretar essas passagens. Dizem que o verbo "conhecer", como
aparece no relato da destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, em Gênesis 18
e 19, não significa necessariamente "fazer sexo". Dessa forma, querem
dizer que a tradição judaico-cristã errou ao longo dos séculos ao associar o
pecado de Sodoma à prática homossexual. Quando essa linha de pensamento é
cotejada com o contexto bíblico, vem à tona a falácia de tal interpretação. A
repulsa bíblica às práticas homossexuais não se restringe apenas à destruição
de Sodoma e Gomorra. É verdade que o verbo hebraico nessa passagem éyada', que
significa "conhecer, saber" (DITAT, p. 597), traduzido por
"conhecer" (Gn 19.5; Jz 19.22), na ARC, mas também é verdade o seu
emprego como eufemismo no Antigo Testamento para designar a relação sexual:
"E conheceu
Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim [...] E tornou Adão a
conhecer a sua mulher; e ela teve um filho e chamou o seu nome Sete" (Gn
4.1,25); "E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu e teve a
Enoque" (Gn 4.17). Quando Ló apresentou as suas duas filhas aos varões de
Sodoma, disse: "Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram
varão" (Gn 19.8). No Novo Testamento não é diferente. Quando o anjo
Gabriel anunciou a Maria o nascimento de Jesus, ela perguntou: "Como se
fará isso, visto que não conheço varão?" (Lc 1.34).
O sentido de uma
palavra bíblica e em qualquer texto literário deve ser entendido à luz do seu
contexto. Note que Ló pediu para os varões de Sodoma não fazerem mal aos seus
hóspedes: "Rogo-vos que não façais mal" (Gn 19.7) e acrescentou:
"Eis aqui, duas filhas tenho, que ainda não conheceram varão; fora
vo-las trarei, e fareis delas como bom for nos vossos olhos; somente nada
façais a estes varões, porque por isso vieram à sombra do meu telhado" (Gn
19.8). Qual o sentido de Ló oferecer suas duas filhas aos varões de Sodoma
afirmando serem elas virgens e que eles poderiam praticar com elas o que
quisessem?
Ló esclareceu
ainda que seus hóspedes procuraram sua casa para se livrarem do assédio dos
moradores da cidade.
Representantes da
literatura rabínica a partir do século II a.C. tais como Filo de Alexandria e
Flávio Josefo, chocados, identificaram o pecado de Sodoma com as práticas
homossexuais da sociedade grega.
Esse é também o
pensamento do Novo Testamento, que para os cristãos é a palavra final:
"Como Sodoma, e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se
entregado à prostituição como aqueles, seguindo após outra carne, são postas
para exemplo do fogo eterno, sofrendo punição" (Jd 7, ARA). A verdade é
que o pecado de Sodoma não foi apenas esse, mas um deles. Afirmar não haver
nesse relato vínculo com a prática homossexual é uma "camisa de
força", uma interpretação inconsistente que não se sustenta.
O livro de
Levítico afirma ainda que tal prática deveria ser punida com pena capital.
"Quando também um homem se deitar com outro homem como com mulher, ambos
fizeram abominação; certamente morrerão; o seu sangue é sobre eles"
(20.13). Mas Jesus morreu por todos os pecadores (ICo 15.2; 1 Jo 2.2), na fé
cristã a exclusão do rol de membros substitui a pena de morte. O incesto, por
exemplo, era punido com a morte na antiga aliança (Lv20.11,12,14). No entanto,
o apóstolo Paulo simplesmente ordenou que o praticante de tal pecado fosse
excluído do rol de membros da Igreja (ICo 5.1-5), mas depois que o pecador se
arrependeu voltou à comunhão (2Co 2.5-10). Da mesma forma a prática homossexual
não pode ser aceita nem reconhecida pela Igreja (ICo 6.10).
Deus criou o homem,
"macho e fêmea os criou" (Gn 1.27), para a sua glória, portanto
ninguém vive para si, mas para fazer a vontade divina. A verdadeira
felicidade humana está em cumprir a vontade do Criador. O ser humano, contudo,
se afastou de Deus, e isso o levou à idolatria e depois à imoralidade. A
consequência dessa apostasia é a imoralidade, incluindo o homossexualismo,
tanto masculino como feminino. Isso está claro em Romanos 1.19-28. O texto
sagrado diz que "Deus os abandonou às paixões infames" (Rm 1.26),
porque não o reconheceram. O apóstolo considera, ainda, tais práticas como
"torpeza" (Rm 1.27), uso não natural, "contrário à
natureza" (Rm 1.26); e escreve em outro lugar que os tais "não hão de
herdar o Reino de Deus" (ICo 6.9). O apóstolo Paulo afirma que alguns
sodomitas e efeminados de Corinto foram libertados e serviam a Deus na igreja:
"E é o que alguns têm sido; mas haveis sido lavados, mas haveis sido
santificados, mas haveis sido justificados em nome do Senhor Jesus e pelo
Espírito do nosso Deus" (ICo 6.11).
DEFININDO OS
TERMOS
O ensino bíblico
é: "Não haverá rameira dentre as filhas de Israel; nem haverá sodomita
dentre os filhos de Israel" (Dt 23.17). O termo hebraico para
"rameira" é qedêshah, e para "sodomita", qadesh, masculino,
que significa "pessoa consagrada, prostituta (o) cultual" (HOLLADAY,
2010, p. 446); "prostituta cultual, prostituto cultual" (DITAT, pp.
1.652, 1.323). A LXX traduziu qedêshah por pomê, "prostituta", aqui e
em outras passagens bíblicas (Gn 38.21,22). A palavra kadesh é também traduzida
por "rapazes escandalosos" (lRs 14.24; 15.12) ou "prostitutos
cultuais" na NVI. A ideia do termo é "prostituição sagrada",
pois essa prática era muito comum nos cultos cananeus em que as mulheres
serviam nos santuários pagãos.
A Bíblia afirma que
tal prática é abominável aos olhos de Deus: "Com varão te não deitarás,
como se fosse mulher: abominação é" (Lv 18.22).
A palavra hebraica
para "abominação" é toevah, alguma coisa "abomi nável,
detestável [...] ofensiva, uma ofensa" (HOLLADAY, 2010, 552);
"costume abominável, coisa abominável, abominação [...] pode ser de
natureza física, ritual ou ética e pode causar a repulsa em Deus ou no
homem" (DITAT, pp. 1.652,1.653). Esse termo é aplicado para condenar a
idolatria (Dt 7.25), os sacrifícios de crianças (Dt 12.31), o envolvimento com
o ocultismo (Dt 18.9-14), as transações desonestas (Dt 25.13-16), a
prostituição cúltica (lRs 14.24) e para aqueles que desrespeitarem as leis
dietéticas (Dt 14.8). Os antigos rabinos chamavam o homossexualismo de "pecado
dos gregos". O relato da História mostra por que as autoridades religiosas
no antigo Israel assim identificavam esse tipo de pecado: "Na antiga
Grécia, e precisamente nos momentos em que suas principais cidades alcançavam
seu máximo poderio militar e intelectual, onde as práticas homossexuais
alcançavam o seu máximo predicamento [...]" (WALKER, 1997, p. 448, os
grifos não são nossos).
O apóstolo Paulo
classifica os homossexuais em duas categorias: ativos, os
"sodomitas", e passivos, os "efeminados". A palavra grega
para "sodomita" é arsenokoités, "que mantém relações sexuais com
homem" (DGP, vol. 1, p. 131); "sodomita, homossexual" (ADRADOS,
vol. III, 1991, p. 527). O termo vem de duas palavras: arsên ou arsen,
"homem, sexo masculino, macho" (Mt 19.4) "masculino, varão,
animal macho" (BALZ & SCHNEIDER, vol. I, 2001, p. 475), ou arrên,
"varão; macho; masculino; viril" (DGP, vol. l,p. 131), e dekoitê,
"cama, relações sexuais" (BALZ & SCHNEIDER, vol. I, 2001, p.
2.368); "leito, cama, leito nupcial, [...] relação sexual" (DGP, vol.
3, p. 82). O termo arsenokoités só aparece duas vezes no Novo Testamento (ICo
6.9, lTm 1.10). A palavra grega para "efeminado" é malakos, que
significa "agradável de tocar; macio; suave; delicado; [...] efeminado"
(DGP, vol. 3, p. 82); "Dos quatro testemunhos no NT, três referem-se a
pessoas elegantes e às vezes 'vestidas com roupas delicadas' Mt 11.8; [...] Lc
7.25; [...] No catálogo de vícios, em ICo 6.9, menciona os malakoi/ efeminados
como exemplo reprovável de homossexualidade passiva" (BALZ &
SCHNEIDER, vol. II, 2002, p. 143); "efeminados ou malakoi, que abusam de
si mesmo como se fossem mulheres com homens ou homossexuais, como em 1 Tm
1.10" (ROBERTSON, vol. 4, 1989, p. 172).
SOARES. Esequias. CASAMENTO, DIVÓRCIO E
SEXO A LUZ DA BÍBLIA. Editora CPAD. pag. 26-32.
A Homossexualidade
é Aceitável Para Deus?
A aceitação da
homossexualidade como estilo de vida igualitariamente válido está crescendo
rapidamente na cultura ocidental.
No entanto, Deus
nos diz que o sexo foi planejado apenas para um tipo de relacionamento— dentro
do casamento, exclusivamente entre um homem e uma mulher. Como a atividade
homossexual, o sexo antes do casamento, e o adultério estão todos fora do
casamento, então todos são violações das instruções de Deus. Todas essas coisas
são pecados, e aqueles que cometem esses pecados devem arrepender-se deles.
A Bíblia condena
as práticas homossexuais em vários lugares, tais como Gênesis 19:1-25, Levítico
18:22 e 20:13 e Juizes 19:1-25. Essas escrituras se referem a atos homossexuais
como algo que não deve ser praticado e que é malvisto aos olhos de Deus.
No Novo
Testamento, Romanos 1:24-27, 1 Coríntios 6:9-11 e 1 Timóteo 1:9-10 referem-se a
homossexualidade da mesma maneira. A passagem de Romanos inclui uma proibição
específica do envolvimento homossexual tanto masculino como feminino. Em nenhum
lugar a Bíblia apoia ou aprova a homossexualidade. As duas únicas opções
reconhecidas para os cristãos adultos são o casamento heterossexual e a
abstinência.
A grande maioria
dos estudiosos acadêmicos e bíblicos concorda que a Bíblia proíbe as atividades
homossexuais. Quase todas as traduções atuais da Bíblia corroboram a proibição
de Deus quanto à prática homossexual. Ao contestar as instruções de Deus,
alguns homossexuais argumentam que Ele os criou do jeito que são e que,
portanto, deve aprovar a homossexualidade. Tal raciocínio é inerentemente falho
por várias razões. Em primeiro lugar, Deus criou a todos com livre arbítrio, então
nós é que escolhemos o que vamos pensar, acreditar e fazer. Nós não somos robôs
incapazes de tomar nossas próprias decisões ou controlar o nosso próprio
comportamento. Em segundo lugar, tem sido comprovado que o ambiente no qual uma
pessoa vive tem um grande impacto no desenvolvimento de sua sexualidade.
Além disso,
estudos com gêmeos idênticos, onde um deles é homossexual e o outro não, prova
que a homossexualidade não é regida pela composição genética. Esses fatores
mostram que os homossexuais são formados, e não nascidos assim.
Em terceiro lugar,
independentemente de quaisquer condições que possam predispor uma pessoa à
homossexualidade, todos nós devemos tomar decisões morais, independente das
nossas circunstâncias. Quando tomamos a decisão de seguir as instruções de
Deus, devemos viver de acordo com todos os Seus princípios. Deus não nos
permite reescrever Suas regras simplesmente porque somos naturalmente
inclinados ao sexo antes do casamento, ao adultério, à homossexualidade ou
qualquer outro pecado.
E, ao falar da
maneira como os seres humanos foram criados, a Bíblia revela que todos nós
(independentemente da nossa orientação sexual) temos uma predisposição para o
pecado. Temos mentes que desde a infância são orientadas contra Deus e Seus
caminhos (Jeremias 17:9). Como resultado, todos nós pecamos (Romanos 3:23). O
desafio de cada um de nós para correspondermos a Deus é o de nos arrepender de
nossos pecados— mudar nossas vidas com a Sua ajuda e ficar em conformidade com
Seus padrões (Romanos 12:1-2). Quando entregamos nossas vidas a Deus, então
podemos mudá-las.
É encorajador
compreender que há claras evidências bíblicas de que Deus pode mudar a vida de
uma pessoa envolvida no homossexualismo. Em 1 Coríntios 6, o apóstolo Paulo
está se dirigindo a homens e mulheres da igreja de Corinto. Ele enumera várias
formas de comportamento, inclusive os atos homossexuais que mantém uma pessoa
longe do Reino de Deus (versículos 9-10). Em seguida, Paulo faz a seguinte
declaração: “Assim foram alguns de vocês. Mas vocês foram lavados, foram
santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito
de nosso Deus” (versículo 11, NVI).
Paulo
aparentemente conhecia ex-homossexuais na igreja de Corinto. Portanto, a
mensagem de que o homossexualismo pode ser mudado não é nova. Os homossexuais
têm conseguido mudar desde que a Bíblia foi escrita. A abordagem da Palavra de
Deus é a de odiar o pecado e amar o pecador (comparar João 3:16). Qual é a
responsabilidade de alguém que quer ser cristão, mas luta com uma atração
profundamente arraigada em sua própria sexualidade? As Escrituras dizem que a
pessoa é obrigada a controlar seus desejos sexuais da mesma forma que os
heterossexuais devem exercer o autocontrole. Em outras palavras, ele ou ela,
deve evitar ceder à luxúria.
A Bíblia nos
instrui a arrepender-se e sair do pecado. É preciso se arrepender e superar as
práticas homossexuais, como qualquer outro pecado. Um homossexual deveria fazer
isso ao reconhecer que a homossexualidade é errada e, portanto, deveria deixar
de viver um estilo de vida homossexual ou evitar colocar-se em uma
situação onde possa ser tentado a se engajar em tal comportamento. Ao
reconhecer que o pecado começa na mente (Tiago 1: 13-15), uma pessoa que luta
com este ou outros pecados sexuais deve se esforçar para levar “cativo todo
pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2 Coríntios 10:5, NVI). Este
indivíduo pode ser um cristão verdadeiro, embora, ele ou ela, possa estar
envolto numa luta, ao longo da vida, para resistir a voltar às práticas
homossexuais. Também é importante entender a diferença entre inclinação
homossexual, luxúria homossexual e comportamento homossexual. A inclinação não
é um pecado, mas a luxúria e o comportamento são pecado. Apesar de existirem
muitas pessoas na nossa sociedade de hoje que rejeitam a instrução de Deus
sobre este assunto, há muitas outras com inclinações homossexuais que estão
saindo deste estilo de vida para viver de acordo com a instrução de Deus. Como
recursos para aqueles que desejam superar a homossexualidade e obedecer a Deus,
recomendamos o livro Compreender e Curar a Homossexualidade, do psicoterapeuta
estadunidense Richard Cohen, assim como a publicação on-line Seja Livre
(Breaking Free Journal) em breakingfree.ucg.org, que é uma publicação em inglês
da Igreja de Deus Unida dedicada a ajudar os cristãos que lutam contra o
homossexualismo, os vícios, e outros comportamentos disfuncionais. O Dr Joseph
Nicolosi (Ph. D), fundador e diretor da Clínica Psicológica Thomas de Aquino,
em Encino, Califórnia, e ex-presidente da Organização Nacional de Pesquisa e
Teraparia da Homossexualidade (NARTH) nos Estados Unidos também escreveu vários
livros no tema de Terapia Reparativa do Homossexualismo.
O livro intitulado
O Amor Venceu, escrito por John e Anne Paulk, também pode ser encorajador. É
uma história verdadeira de como, com a ajuda de Deus, duas pessoas foram
capazes de deixar a homossexualidade e se encontrarem.
Casamento e
Família: A Dimensão Perdida. pag. 42-44.
AS CAUSAS DO HOMOSSEXUALISMO
Apesar dos talvez
milhares de estudos científicos sobre o homossexualismo, a verdade é que não se
identificou nenhum fator isolado que possa causar o homossexualismo. Vários
pesquisadores competentes investigaram se a orientação e o comportamento
homossexual resultam de fatores hereditários ou outras influências biológicas.
Alguns concluíram que “a evidência científica favorece a hipótese de que
variáveis hormonais e neurológicas, atuando durante a gestação, são as
principais causas da orientação sexual.” Entretanto, outros concluíram que “os
hormônios pré-natais não determinam a orientação sexual de forma rígida.” Até
mesmo médicos e biólogos chegaram à conclusão de que a “socialização pós-natal”
tem maior probabilidade de influir na preferência sexual. Trocando em miúdos,
não existem provas evidentes que sustentem a teoria de que o homossexualismo só
é determinado por fatores físicos ou biológicos.
Porém, a maioria
dos pesquisadores concorda que o homossexualismo “não é uma questão de escolha,
assim como a língua materna também não é.” Segundo pesquisadores, a orientação
sexual deveria ser analisada sob três aspectos: natureza, período crítico e
criação.
O aspecto da
natureza diz respeito a fatores hormonais congênitos que podem influir,
posteriormente, na orientação sexual. Em determinados períodos críticos da
vida, principalmente nos primeiros anos da infância, experiências podem
influenciar as preferências sexuais da pessoa no futuro. A orientação e o
comportamento sexual recebem a influência da criação, que é o impacto que a
família e o ambiente social exercem sobre o indivíduo. Numa linguagem mais
formal, a heterossexualidade, a homossexualidade “e a bissexualidade têm causas
pré-natais e pós-natais, que interagem durante períodos críticos do
desenvolvimento para criar uma situação sexo-erótica duradoura, ou mesmo
imútável.” Chegamos então à conclusão de que o homossexualismo pode ter várias
causas. Alguns dados inconclusivos sugerem que influências biológicas, atuando
antes do nascimento, podem ter algum papel no desenvolvimento da orientação
sexual futura, mas existem evidências ainda maiores de que as preferências e os
comportamentos homossexuais são determinados pelo desenvolvimento psicológico e
o aprendizado social. Há várias teorias que descrevem o modo como o
homossexualismo é adquirido.
1. Relacionamento
entre pais e filhos. As teorias psicanalíticas receberam ampla aceitação e têm
sido bastante estudadas.18 Baseados no conceito freudiano de que o
homossexualismo é gerado pela repressão do desenvolvimento sexual, os autores
psicanalíticos concluíram que os homossexuais masculinos geralmente são criados
por famílias em que o pai é fraco, passivo e ineficaz, enquanto a mãe é
dominadora. Essa mãe, sutilmente, ensina o filho a ser passivo e dedicado a
ela. Ele não tem nenhum exemplo masculino forte em que se espelhar, e logo
descobre que é menos competente que seus pares no relacionamento com as
garotas. Por causa disso, o filho perde a confiança em sua masculinidade e
passa a temer os pensamentos de intimidade com as mulheres. As filhas criadas
nesse tipo de família percebem o pai como alguém que as hostiliza e rejeita e,
portanto, têm pouca oportunidade de se relacionar com homens. Elas se
relacionam melhor com mulheres.
Uma variante dessa
teoria, mais instigante e talvez mais plausível, foi apresentada pela autora
cristã Elizabeth R. Moberly. Sua pesquisa sugere que o homossexualismo não
resulta de um relacionamento problemático com o progenitor do sexo oposto, mas
sim de um defeito nas relações com o progenitor do mesmo sexo. No
desenvolvimento normal, as necessidades “de amor, dependência e identificação
com o progenitor do mesmo sexo são atendidas através da ligação que a criança
estabelece com ele”, escreve Moberly. Se esse relacionamento não existe, ou é
interrompido, o indivíduo tenta inconscientemente restaurar a ligação. A pessoa
que se torna homossexual sente a necessidade de compensar “déficits anteriores
no relacionamento pai-filho. A necessidade permanente de receber amor de
indivíduos do mesmo sexo é proveniente da carência afetiva gerada na infância
pela falta de amor do progenitor do mesmo sexo, e com ela deve ser
correlacionada.” Um modo de reparar esse déficit, de suprir necessidades não
satisfeitas, e de tratar eficazmente os homossexuais é “construir um bom
relacionamento não sexual com um indivíduo do mesmo sexo.” Segundo este ponto
de vista, a melhor maneira de ajudar os homossexuais é através do
aconselhamento com um profissional do mesmo sexo, que demonstre atenção e seja
heterossexual.
Embora muitos
homossexuais tenham experimentado rompimentos na relação pai-filho, outros não
passaram por isso. Nem todas as crianças de uma mesma família se tornam
homossexuais, ainda que seu relacionamento com os pais seja semelhante. Esse
fato levou alguns conselheiros a procurar outra explicação para o
homossexualismo.
2. Outros
relacionamentos familiares. Descobriu-se que ocorre homossexualismo quando:
■ A mãe não confia
em mulheres, ou tem medo delas, e ensina isso ao filho.
■ A mãe não confia
em homens, ou tem medo deles, e ensina isso à filha.
■ O menino vive
cercado de mulheres (mães, irmãs, tias), mas tem pouco contato
com homens adultos
e, assim, aprende a pensar e agir como menina.
■ Pais que
desejavam uma filha, mas tiveram um menino, criam o garoto de forma que ele
pense e aja como menina. Situação semelhante ocorre quando os pais queriam um
menino, mas nasceu uma menina; em ambos os casos, a criança fica muito confusa
sobre sua identidade e orientação sexual.
■ O filho é
rejeitado ou desprezado pelo pai e, portanto, se sente inadequado como homem e
fica inseguro sobre o modo como os homens se relacionam com as mulheres.
■ A filha é
rejeitada pela mãe e, portanto, se sente inadequada como mulher e não consegue
se relacionar bem com os homens.
■ Pai e mãe têm
medo de sexo, não gostam de discutir o assunto em casa ou condenam o sexo
veementemente. Em qualquer um desses casos, a criança adquire uma visão
distorcida do sexo e, por causa disso, tem dificuldade de se ajustar
sexualmente.
■ A mãe mima tanto
o filho, que ele fica preso a ela, não consegue se separar, e se convence de
que nenhuma companheira jamais poderá se comparar a ela. O mesmo ocorre com a
filha em relação ao pai. Essa lista poderia se estender por várias páginas, mas
o que foi dito já é suficiente para mostrar que as causas do homossexualismo
podem ser complexas e geralmente estão entranhadas no seio da família.
Em qualquer
sociedade, a criança aprende o que é ser homem ou mulher. Se ela não tem
oportunidade de aprender papéis adequados, ou se esses papéis são confusos
(como acontece na nossa sociedade), o comportamento e as atitudes da criança
ficam distorcidos. Essas crianças chegam à idade adulta sem saber o que esperar
ou como reagir diante do sexo oposto.
As vezes, é mais
cômodo refugiar-se no homossexualismo, principalmente se a pessoa já começou a
sentir preferência por indivíduos do mesmo sexo.
3. Outras
experiências precoces. O que acontece com um garoto quando seus órgãos genitais
são estimulados por um homem mais velho? Seria errado e simplista afirmar que o
homossexualismo é sempre consequência de experiências sexuais precoces. No
entanto, essas experiências podem ter influência na orientação sexual do
adulto.
Um relatório, por
exemplo, sugere que o homossexualismo pode ser adquirido em três estágios. O
primeiro deles, o estágio egocêntrico, ocorre quando uma criança, ou
pré-adolescente, tem problemas de relacionamento com outros de mesma faixa
etária e sexo, se sente deslocada e diferente (talvez pela falta de dotes atléticos
ou outras habilidades que seus colegas têm) e/ ou se sente excitada ou
sexualmente estimulada com uma pessoa do mesmo sexo. Às vezes a criança se
sente tão mal com sua identidade sexual que deseja pertencer ao sexo oposto. A
maioria dessas crianças se torna homossexual na idade adulta. No segundo
estágio, o estágio sociocêntrico, o indivíduo começa a perceber uma orientação
homossexual. Geralmente, a pessoa tenta negar a situação para si mesma e faz
tudo para escondê-la dos outros. Muitos ficam às voltas com esse estágio a vida
inteira.
Alguns chegam ao
terceiro estágio, o estágio universalista, no qual admitem seu homossexualismo
para si mesmos e para os outros, apesar das consequências.
4. Medo. Por
várias razões, algumas pessoas têm medo do sexo oposto. Os medos duradouros
podem ser causados pela falta de contato frequente com pessoas do sexo oposto,
pela rejeição por parte de pessoas do sexo oposto, ou por experiências
traumáticas e embaraçosas com alguém do sexo oposto. Alguns autores têm
sugerido que os grupos religiosos, ou escolas só para meninos ou meninas,
estimulam o homossexualismo, inadvertidamente. Quando o contato heterossexual é
proibido, o homossexualismo se torna uma alternativa menos perigosa.
Em alguns casos, o
medo do sexo oposto vem acompanhado do medo, ou inabilidade, com os indivíduos
do mesmo sexo. Se a pessoa se sente atraída por alguém do mesmo sexo, pode
sentir medo de ser rejeitada, não saber como reagir normalmente ou temer que
seus desejos homossexuais sejam percebidos.’'
5. Escolha
intencional do homossexualismo. Alguns livros populares dizem que o
homossexualismo surge por escolha voluntária, mas esse ponto de vista não é
aceito por profissionais experientes, nem pela maioria dos homossexuais. A
atração sexual por indivíduos do mesmo sexo raramente, ou nunca, resulta de uma
escolha consciente e deliberada. Em algum momento na vida, a maioria dos
homossexuais começam a perceber que se sentem atraídos, principalmente, por
pessoas do mesmo sexo, embora não estejam escolhendo isso por vontade própria.
A percepção desse
fato pode ser tão perturbadora que muitos indivíduos tentam escondê-lo de si
mesmos. A pessoa geralmente acaba concluindo que deve ter sido geneticamente
predeterminado como homossexual, embora, como vimos, não existam resultados de
pesquisas que apoiem essa conclusão.
As tendências
homossexuais são adquiridas, geralmente, antes que a pessoa perceba o que está
acontecendo. Assim como uma pessoa predominantemente heterossexual é atraída
pelo sexo oposto, um indivíduo predominantemente homossexual aprendeu uma
atração por pessoas do mesmo sexo. Essa atração não é errada. O que é
errado, segundo a Bíblia, é a decisão consciente de se envolver em ações
homossexuais.
Sempre que uma
pessoa sente prazer em atividades sexuais com pessoas do mesmo sexo, ou do sexo
oposto, a atração será maior ainda, na próxima vez. Não importa o modo como
começou — por sedução, por curiosidade ou como uma forma de aliviar a tensão,
enquanto a pessoa está no serviço militar ou na cadeia.
O mais importante
é saber se as atividades sexuais continuam. De acordo com um dos primeiros
autores que escreveu sobre o assunto, “os padrões homossexuais duradouros
costumam ser estabelecidos pelas práticas homossexuais repetidas que começam
até mesmo antes da adolescência e continuam depois dela, principalmente se o
parceiro homossexual seja alguém da mesma faixa etária, seja um adulto - é
alguém que o jovem admira.” Para muitos jovens, um encontro sexual passageiro,
até mesmo com uma pessoa do mesmo sexo, não é especialmente satisfatório e é
pouco provável que se repita. No caso de pessoas com uma história de vida e
tendências que as tornam vulneráveis, uma experiência sexual pode levar a
outra, dando início a um círculo vicioso. Atos homossexuais (inclusive a masturbação
com fantasias homossexuais) aumentam as tendências homossexuais que, por sua
vez, levam a mais atos homossexuais. É claro que um círculo semelhante começa
quando pessoas com tendências heterossexuais começam a praticar atividades
sexuais com indivíduos do sexo oposto. De acordo com a Bíblia, este círculo
heterossexual não é errado, desde que praticado dentro do casamento, mas fora
do casamento esse envolvimento físico é pecado.
COLLINS. Gary R. Aconselhamento Cristão
Edição Século 21. Editora Vida Nova. pag. 331-334.
1.27
Criou Deus, pois,
0 homem à sua imagem. Temos aí o nosso mais eleva- do conceito religioso, o
qual descrevi com detalhe no artigo no fim do vs. 26. Ver no Dicionário o
artigo intitulado Alma.
O Homem Concebe
Deus Conforme a Sua Imagem. Em suas muitas religiões e denominações, o homem
cria um Deus segundo a sua própria imagem humana. Os muitos deuses"
concebidos pelo homem são realmente pequenos. Ver no Dicionário o artigo
intitulado Antropomorfismo.
A Evolução e a
Alma. A maior parte dos advogados da evolução não acha lugar para a alma.
Pensam apenas em termos do corpo físico, e, para eles, nisso consiste o homem
total. Alguns poucos, contudo, como McTaggart, presumem que o mais exaltado
produto do processo da evolução é a alma. Todavia, eles formam uma minoria. Se
Gênesis 1. 26,27 nada ensinam sobre a alma, então nem o primeiro capítulo do
Gênesis nem a evolução falam sobre o homem real, a alma mortal, conforme nós 0
conhecemos com nosso avançado conhecimento. Ver no Dicionário 0 artigo
intitulado Evolução. A pessoa espiritual, no entanto, pode ter percepções que
vão além de seu próprio tesouro de conhecimentos. Estou supondo que isso foi o
que sucedeu à doutrina da imagem de Deus.
Homem e mulher os
criou. Não vemos aqui os detalhes do ato criativo da mulher, que só figuram em
Gên. 2.4 ss. Alguns estudiosos insistem em que os dois relatos foram escritos
em dois tipos históricos de hebraico, o que refletiria diferentes fontes.
Nesse caso, algum editor reuniu esses informes, como se 0 segundo fosse uma
espécie de suplemento do primeiro. Alguns intérpretes judeus afirmam, de modo
muito absurdo, que a criação original (Gên. 1) foi um ser hermafrodita, homem e
mulher ao mesmo tempo, dois corpos, criados costa com costa. Mas a maioria dos
estudiosos prefere pensar que o segundo relato suplementa o primeiro, conforme
diz o ponto de vista conservador. Os críticos atribuem o segundo relato à fonte
J, ao passo que o primeiro capítulo do Gênesis é atribuído à fonte P (S). Ver
no Dicionário o artigo J.E.D.P.fS.), quanto à teoria das várias fontes.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 19-20.
1.27 — E criou
Deus o homem. Esta é a terceira vez que o verbo criar é usado em Génesis 1 (v.
1,21). Aqui, é usado três vezes. A linguagem usada nos versículos 26 e 28 é
prosa; neste, é pura poesia. As doze palavras do original hebraico estão
distribuídas em três linhas, e possuem ritmo e cadência poética. O termo que
designa o primeiro homem, Adão (hb. 'adam), está associado ao termo que designa
a terra vermelha (hb. 'adama). Aqui, a palavra homem é genérica, designa a
humanidade como um todo, incluindo o género masculino e o feminino, o que
pressupõe os dois sexos [macho e fêmea]. Algumas pessoas pensam que o
descobrimento da sexualidade humana de Adão e Eva se deu após eles comerem o
fruto proibido no capítulo 3 de Génesis. Entretanto, as palavras usadas para
designar o homem e a mulher indicam que a sexualidade já fazia parte da criação
original (5.2).
Apesar de a
prática errada da sexualidade ser amplamente condenada nas Escrituras (Lv 18),
o padrão correto é celebrado (Gn 2.24,25).
Também vale
lembrar que, nos versículos 26 a 28, a mulher não é retratada de maneira
inferior ao homem na história da criação.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O
Novo Comentário Bíblico AntigoTestamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 10.
Gn 2.18 Não é bom
que o homem esteja só. . . O autor sacro interrompeu seu relato que estava
mostrando como o mal foi introduzido entre os homens. Mas aqui ele começa a
explicar como foram criados homem e mulher. Em Gên. 1.27, temos apenas uma
declaração geral de que Deus criou o ser humano como homem e mulher. O segundo
relato da criação fornece-nos 0 modus operando!. De novo, os críticos veem aqui
muito material mitológico, tomado essencialmente por empréstimo do folclore
babilônico. E, uma vez mais, os conservadores dividem-se em simbolistas e
literalistas. Deus criou a mulher, mas o episódio sobre a costela deve ser
alegorizado e espiritualizado. Ou então, como alguns dizem, devemos aceitar a
questão como um relato literal. Busquemos as lições espirituais do trecho, e
não nos deixemos arrastar para o lodaçal do mero debate.
Companheirismo.
Platão mencionou 0 mito cru de como, originalmente, homens e mulheres formavam
um único ser, uma combinação de macho e fêmea. Mas os deuses não gostavam dessa
combinação e, então, os separaram, deixando-os sempre a buscar um ao outro. E
assim, conforme ele ajuntou, de cada vez em que vemos um homem e uma mulher
abraçando-se, podemos estar certos de que eles estão tentando unir-se de novo.
Esse mito é ridículo, embora disponha de alguns defensores sérios. Por outra
parte, a lição que 0 caso ensina é vital. Alguns ensinam, por esse motivo, a
doutrina das almas gêmeas, ou seja, a ideia de que, originalmente (de alguma
maneira inexplicável), certo homem e certa mulher eram, de fato, um único ser.
E, visto que o conceito envolve a ideia da reencarnação, ao longo da vereda da
vida eles se encontram de novo e são instantaneamente atraídos um pelo outro.
Um homem vive buscando sua alma gêmea; e uma mulher faz a mesma coisa. Sem importar
se essa ideia corresponde ou não à realidade, ela pelo menos ensina uma
importante verdade: 0 homem precisa de uma companheira idônea; e a mulher
precisa de um companheiro idôneo. A ideia do hermafroditismo é ridícula, embora
contenha uma urgente verdade. As pessoas casadas vivem por mais tempo; elas são
dotadas de uma melhor psicologia; os seus sistemas vitais funcionam melhor; há
menos frustração sexual; há amor e companheirismo nelas. Não, não é bom que 0
homem viva só. Embora o texto nada tenha que ver com o celibato do sacerdócio
católico romano, ainda assim indica quão equivocado é aquele sistema,
excetuando nos casos em que esse celibato é voluntário. De acordo com a
mitologia grega, Hermafrodito era filho de Hermes e de Afrodite. Após ter amado
a ninfa Salmacis, ficou tão apaixonado que se uniu a ela formando um único
corpo, combinando assim os dois corpos e os dois seres. Esses mitos transmitem
a mesma lição que nos ensina 0 trecho de Gênesis 2.18. Interpretando a
Existência. As coisas só estão certas, dentro do universo, quando se relacionam
devidamente ao Criador. Essa é a mensagem central da história da criação. Uma
lição secundária é que as coisas só são certas na terra quando cada homem tem
sua companheira, e cada mulher tem seu companheiro. Essa é uma das bases do
desenvolvimento mútuo. Temos aí os primórdios da instituição do matrimônio.
Uma Auxiliadora.
Essa não é uma palavra aviltante. É enobrecedor alguém ser ajudante em alguma
causa justa. A Bíblia não ensina igualdade absoluta entre homem e mulher, mas
também não rebaixa a mulher. Quase todos os homens são secundários diante de
alguém. Os homens fazem parte das coisas, e não são a totalidade. Por igual
modo, uma mulher encontra seu justo valor quando se posta ao lado de um homem
bom. Ό amor é um jubiloso conflito de duas ou mais pessoas livres e
autoconscientes que se regozijam nas individualidades umas das outras" (G.
A. Studdert-Kennedy). o lar provê um lugar ideal para essa expressão de amor e
unidade, mediante a individualidade.
A importância do
Sexo. O sexo faz parte do casamento, e alguns intérpretes têm a coragem de
discutir isso. O sexo é fundamental para os seres humanos. Não podemos
desvencilhar-nos dele e nem ignorá-lo. Os essênios experimentaram o celibato.
Jesus e Paulo eram celibatários, e Paulo chegou a recomendar essa condição. A
Igreja Católica Romana oficializou o celibato no caso do seu clero. Mas o sexo
foi uma ordenação divina para as massas, e um indivíduo precisa ser chamado por
Deus para a vida celibatária, e não forçado a aceitar a condição. No Dicionário
ofereço um detalhado artigo intitulado Celibato. Ver também. o artigo
intitulado Sexo.
CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 27-28.
2 .18 — Não é bom.
Pela primeira vez uma avaliação negativa aparece em Gênesis Deus não
queria que Adão ficasse só. Então, Ele providenciou uma adjutora que estivesse
como diante dele; uma pessoa que o auxiliasse e correspondesse a ele. Isso
indica que a companheira seria verdadeiramente adequada, recíproca e o
satisfaria de forma plena. Alguns sustentam que este termo adjutora [hb. ‘ezer,
auxiliadora] é degradante, mas ele simplesmente significa aquela que ajuda. De
fato, esse termo também é usado, em algumas ocasiões, para descrever o amparo
de Deus (SI 33.20; 115.9,10,11). Logo, não se aplica a alguém secundário ou
inferior.
EarI D. Radmacher: Ronald B. Allen: H. Wayne House. O
Novo Comentário Bíblico AntigoTestamento com
recursos adicionais. Editora Central Gospel. pag. 13.
Dt 23. 18. Preço
do cão. Sobre a palavra cão, outro termo usado para o prostituto, veja Ap.
22:15. Ninguém pode satisfazer as santas exigências da aliança divina,
escondendo pecados sob a hipocrisia da religião. Para que as regras dadas em
Dt. 23:3-8 não deixem a falsa impressão de que considerações étnicas eram de
suma importância, torna-se claro por estas duas regras adicionais, uma
acolhendo o estrangeiro e outra excluindo certos israelitas, que a misericórdia
e moralidade eram os princípios vitais da administração da aliança.
MOODY. Comentário
Bíblico Moody. pag. 81.
Dt 23.17,18 - A
prostituição é estritamente proibida pela lei de Deus. Os motivos podem parecer
óbvios para nós. mas pode não ter sido para os israelitas. Quase todas as
outras religiões conhecidas na época incluíram a prostituição como ritual de
adoração aos ídolos. Mas a prostituição escarnece da ideia original de Deus
para a família, ao tratar o sexo como um ato que não exige compromisso entre um
homem e uma mulher. Fora do casamento, o sexo é destrutivo. No casamento, se
abordado com a atitude certa, pode ser um elo que une e fortalece o
relacionamento conjugal.
Frequentemente.
Deus tinha que advertir as pessoas contra a prática de sexo extraconjugal.
Ainda hoje é preciso ouvir esse alerta.
APLICAÇÃO PESSOAL. Bíblia
de estudo. Editora CPAD pag. 260.
2. Educando os
jovens na Palavra de Deus.
A virgindade nos
dias presentes. A igreja cristã deve valorizar a virgindade e preservar os
costumes emanados da Palavra de Deus, e de modo bem mais consistente do que os
preceitos do Antigo Testamento. Naquele contexto, só quem deveria manter-se
virgem era a moça. Em Cristo, é diferente. Ele não faz acepção de pessoas. Se a
moça deve ser virgem, o rapaz, também. Fomos questionados se um pastor poderia
fazer cerimônia de casamento, numa igreja evangélica, se a noiva não fosse mais
virgem. Imediatamente, indagamos: E o noivo? Se ele não for mais virgem? O
pastor deve realizar a cerimônia? Por que exigir a virgindade apenas da noiva?
O interlocutor ficou calado. E respondemos: Se exigimos a virgindade da jovem,
devemos exigi-la do noivo. Do contrário, seremos vistos por Deus como
hipócritas e discriminadores.
Devem-se ter
alguns cuidados quanto a esse assunto. Há casos em que adolescentes ou moças
jovens vêm para a igreja, oriundas da vida mundana, ou de religiões não
cristãs, e não são virgens, assim como rapazes na mesma situação. Eles devem
ser recebidos como novas criaturas, e participarem de todas as atividades da
igreja, pelo fato de terem-se convertido à fé cristã. Diz Paulo: “Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que
tudo se fez novo” (2 Co 5.17).
Outro aspecto
importante é a natureza da virgindade em si. Há quem só se preocupe com a
virgindade anatômica, aquela em que a moça não é mais virgem pelo fato de ter
tido o rompimento do hímen.
Mas existem jovens
que continuam intactas, anatomicamente, mas não têm mais a virgindade moral.
Praticam atos sexuais aparentes, sem penetração, e toda a sorte de carícias
ilícitas para uma jovem ou para um jovem cristão. São pessoas que estão
fornicando, mas entendem que são virgens. Diante de Deus, a virgindade tem que
ser, antes de tudo, espiritual. Depois, precisa ser real, tanto física como
moralmente.
LIMA. Elinaldo
Renovato de. A família cristã e os ataques do inimigo. Editora
CPAD. pag. 106.
Por
Dc. Geazi Santos
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