TEXTO ÁUREO
“[...] Eis que o povo é um, e todos
têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá
restrição para tudo o que eles intentarem fazer” (Gn 11.6).
VERDADE PRÁTICA
Apesar da multiplicidade de línguas e
dialetos, decorrente da confusão de Babel, o Evangelho de Cristo pode ser
perfeitamente entendido em todos os idiomas e culturas.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 11.1-9
Torre de Babel,
um monumento à soberba humana
|
Quarta — Is 66.18
Povos e línguas
contemplarão a glória de Deus
|
Sexta — At 21.37-40; 27.31
Paulo, um
missionário poliglota escolhido pelo Senhor
|
Terça — Gn 10.20
Os povos e nações
são divididos em línguas
|
Quinta — Dn 3.4-7
Nações e línguas
curvam-se à idolatria
|
Sábado — At 2.1-4
A reversão de
Babel em o Novo Testamento
|
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 11.1-9.
1 — E era toda
a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.
2 — E
aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e
habitaram ali.
3 — E disseram
uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo
por pedra, e o betume, por cal.
4 — E
disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus
e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a
terra.
5 — Então,
desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens
edificavam;
6 — e o Senhor
disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que
começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem
fazer.
7 — Eia,
desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do
outro.
8 — Assim, o
Senhor os espalhou dali sobre a face de toda a terra; e cessaram de edificar a
cidade.
9 — Por isso,
se chamou o seu nome Babel, porquanto ali confundiu o Senhor a língua de toda a
terra e dali os espalhou o Senhor sobre a face de toda a terra.
HINOS SUGERIDOS
71, 458 e 464 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Mostrar como se deu a diversidade
cultural da humanidade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·
I.
Saber a respeito da torre de Babel;
·
II.
Analisar como se deu a confusão de línguas;
·
III.
Mostrar que a multiplicidade linguística e cultural, depois
da Torre de Babel, tornou-se um fato.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Na lição de hoje
estudaremos a respeito da construção da Torre de Babel. Veremos que um dos
fatores que contribuíram para que a depravação da humanidade viesse a crescer
de forma vertiginosa foi o monolinguismo. A Terra havia sido purificada pelas
águas do dilúvio, mas a semente do pecado estava em Noé e em seus descendentes.
Não demorou muito para que o pecado se alastrasse novamente. Já que não havia
impedimento quanto a língua, os homens cheios de soberba, e com um espírito de
rebelião se unem para fazer um monumento que seria símbolo da sua empáfia. Deus
não estava preocupado com a construção ou com o tamanho da torre, mas com a
arrogância que dominava, mais uma vez o coração do homem. O Senhor abomina a
altivez, o orgulho (Pv 6.17). Que venhamos guardar os nossos corações destes
sentimentos tão nefastos.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Um dos fatores que levaram a primeira
civilização humana à depravação total foi o monolinguismo. Entre os filhos
imediatos de Adão e Eva, inexistiam fronteiras idiomáticas, culturais e
geográficas. Eis por que os exemplos de Caim e Lameque alastraram-se logo por
toda a terra.
Na lição de hoje, encontraremos a
família noética correndo o mesmo perigo. Temendo um novo dilúvio, e
recusando-se a povoar a terra, puseram-se os descendentes de Noé a construir
uma torre, cujo topo, segundo imaginavam, tocaria os céus.
A fim de impedir a degeneração da
segunda civilização, o Senhor confunde-lhes a língua, levando a linhagem de
Sem, Cam e Jafé a espalhar-se pelos mais longínquos continentes.
Deste episódio, surge a
multiplicidade línquística e cultural da humanidade.
PONTO
CENTRAL
O monolinguismo contribuiu para que a
primeira civilização humana se tornasse uma civilização depravada e distante do
Criador.
I. A TORRE DE BABEL
Não sabemos quanto tempo se havia
passado desde que Noé saiu da arca até a construção da torre de Babel. De
qualquer forma, seus filhos, Sem e Jafé, não puderam impedir seus descendentes
de cair na apostasia de Cam.
1. O monolinguismo. Naquele tempo, a humanidade ainda era
monolíngue; todos falavam uma só língua (Gn 11.1). Sobre o idioma original da
humanidade, há muita especulação.
Alguns sugerem o hebraico. Nada mais
ilógico. Abraão, ao deixar a sua terra natal, falava o arameu (Dt 26.5) que,
nos lábios de seus descendentes, sofreria sucessivas mudanças até
transformar-se na belíssima língua hebreia. O interessante é que depois do
cativeiro babilônico, os israelitas voltariam a usar o aramaico, inclusive
Jesus (Mc 15.34).
2. Uma nova apostasia. Se por um lado o monolinguismo
facultava a rápida disseminação do conhecimento, por outro, propagava com a
mesma rapidez as apostasias da nova civilização. E, assim, não demorou para que
a revolta, misturada ao medo, se tornasse incontrolável. Por isso, revoltam-se
os descendentes de Noé contra Deus: “Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma
torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos
espalhados sobre a face de toda a terra” (Gn 11.4).
Se Deus não tivesse intervindo a
situação ficaria mais insustentável do que no período anterior ao Dilúvio.
Apesar das garantias divinas de que
não haveria outro dilúvio, os filhos de Noé buscavam agora concentrar-se num
lugar alto e forte. Entregando-se ao medo, acabaram por erguer um monumento à
soberba e à rebelião.
A ordem do Senhor àquela gente era
clara: espalhar-se até aos confins da terra (Gn 9.7; Mt 28.19,20). Séculos mais
tarde, o Senhor Jesus Cristo também ordenou aos seus discípulos que fossem
proclamar o Evangelho até os confins da Terra. Quando não a obedecemos,
edificamos dispendiosas torres, onde a confusão é inevitável. Cada um fala a
sua língua, e ninguém se entende mais.
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
A soberba dos homens da primeira
civilização os levaram a desejar construir uma torre, um monumento a soberba
humana.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, é importante que você leia
com os alunos o capítulo 10 de Gênesis antes de introduzir a lição. Explique
que os “descendentes de Sem povoaram as regiões asiáticas, desde as praias do
Mediterrâneo até o oceano Índico, ocupando a maior parte do território de Jafé
e Cam. Foi entre eles que Deus escolheu seu povo, cuja história constitui o
tema central das Sagradas Escrituras.
Os descendentes de Cam foram notavelmente poderosos no
princípio da história do mundo antigo. Constituem a base dos povos que mais
relações travaram com os hebreus, seja como amigos, seja como inimigos. Eles
estabeleceram-se na África, no litoral mediterrâneo da Arábia e na Mesopotâmia.
Os descendentes de Jafé foram os povos indo-europeus, ou
arianos. Embora não tivessem sobressaído na história antiga, tornaram-se nas
raças dominantes do mundo moderno” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.47). Se desejar, reproduza,
da referida Bíblia, o mapa e a tabela abaixo para seus alunos.
II. A CONFUSÃO DE LÍNGUAS
1. Uma cidade à prova d'água. A engenharia dos descendentes de Noé
era bastante avançada. De início, projetaram uma cidade cujo epicentro seria
uma torre que, segundo imaginavam, arranharia o céu (Gn 9.4). Aquele lugar se
tornaria uma fortaleza impenetrável, mas independente dos planos dos homens,
Deus lhes frustraria os objetivos e cumpriria sua vontade espalhando-os pela
terra.
Em seguida, prepararam o material:
tijolos bem queimados e betume. O seu objetivo era construir uma cidade à prova
d'água. Se houvesse algum dilúvio, escalariam a torre, e tudo estaria bem. Na
verdade, não queriam cumprir o mandato cultural que o Senhor confiara ao
patriarca: repovoar e trabalhar a terra (Gn 9.4).
2. A torre que Deus não viu. Aos olhos dos homens, a torre parecia
alta. Mas, à vista de Deus, nada era. Ironicamente, o Altíssimo teve de baixar
à terra para vê-la: “Então, desceu o Senhor para ver a cidade e a torre que os
filhos dos homens edificavam” (Gn 11.5).
Assim são os projetos firmados na
vaidade humana. Aos nossos olhos, muita coisa; à vista de Deus, tolas
pretensões. Se o Senhor não tivesse intervindo, a segunda civilização
tornar-se-ia pior do que a primeira (Gn 11.6). Nenhum limite seria forte o
bastante para conter aquela gente, que já começava a depravar-se totalmente.
3. Quando ninguém mais se entende. Por isso mesmo, o Senhor decreta: “Eia,
desçamos e confundamos ali a sua língua, para que não entenda um a língua do
outro” (Gn 11.7). Nascia ali, na planície de Sinear, o multilinguismo.
Como ninguém mais se entendia, os
descendentes de Noé foram apartando-se uns dos outros, e reagrupando-se de
acordo com a sua nova realidade idiomática. Os filhos de Sem formaram uma
grande família linguística, da qual se originaram o aramaico, o moabita, o
árabe e, mais tarde, o hebraico. O mesmo fenômeno deu-se entre as linhagens de
Jafé e Cam. É bem provável que Pelegue tenha nascido nesse período (Gn 10.25).
Apesar da confusão da linguagem
humana, Deus permitiu que os idiomas conservassem evidências de um passado, já
bastante remoto, quando todos os seres humanos falavam uma só língua.
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
Como uma forma de dificultar os intentos
perversos dos homens, Deus confundiu as línguas.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A história nos conta que, em
assembleia, os novos habitantes de Sinar tomaram uma decisão totalmente fora da
vontade de Deus. O propósito da ação é claro. Queriam fama (Gn 11.4). E
desejavam segurança: ‘Para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a
terra’. Ambas as metas seriam alcançadas somente pelo empreendimento humano.
Não há dúvida sobre a ingenuidade das pessoas. Não tendo pedras, fabricaram
tijolos de barro e depois queimaram bem. Viram a utilidade do betume abundante
na área e o usaram como argamassa.
O interesse principal desse povo não
estava numa torre, embora também houvesse a construção de uma cidade. A torre
ia alcançar os céus. Nada é dito sobre um templo no topo da torre, por isso não
está claro se a torre era como os zigurates que houve mais tarde na Babilônia.
O paganismo está indiretamente
envolvido nesta história, pois havia um ímpeto construtivo em direção ao céu e
o único verdadeiro Deus foi definitivamente omitido de todo planejamento e de
todas as etapas. Mas Deus não estava inativo. O julgamento de Deus logo veio.
Para demonstrar que a unidade humana era superficial sem Deus, Ele introduziu
confusão de som na língua humana. Imediatamente estabeleceu-se o caos. O grande
projeto foi abandonado e a sociedade unida, sem temor de Deus, foi despedaçada
em segmentos confusos. Em hebraico, um jogo de palavras no versículo 9 é
pungente. Babel significa ‘confusão’ e a diversidade de línguas resultou em balbucius ou fala ininteligível” (Comentário
Bíblico Beacon. Volume
1. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2005, p.55).
III. A MULTIPLICIDADE LINGUÍSTICA E
CULTURAL
O episódio da torre de Babel criou
diversas fronteiras entre os descendentes de Noé: linguísticas, culturais e
geográficas.
1. Linguísticas. Da barreira idiomática, surgiu a
noção de nacionalidade, responsável pela criação de países e reinos. Só os
impérios, geralmente antagônicos a Deus, buscam unificar o que o Senhor separou
em Sinear (Dn.3.7). A multiplicidade linguística dos povos oprimidos, porém,
torna inviável tal unificação, ainda que possa ser considerada “duradoura”,
como foi o império romano.
Já imaginou se toda a humanidade
falasse o russo ou o alemão? Homens como Stalin e Hitler teriam certamente
dominado toda a terra.
2. Culturais. A diversidade linguística trouxe
também a diversidade cultural. Cada povo, uma língua, uma cultura e costumes
bem característicos. Tais fatores tornam inviável um Estado totalitário
mundial. O governo do Anticristo, aliás, reinará absoluto por apenas 42 meses
(Ap 13.5). Logo após, será destruído.
3. Geográficas. Acrescente-se a essas dificuldades as
fronteiras naturais: rios, mares, montanhas, vales, etc. Cada povo com o seu
território. Deus sabe o que faz.
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
A confusão das línguas contribuiu para a
multiplicidade linguística e cultural da humanidade.
CONCLUSÃO
O episódio de Babel não impediu a
proclamação do Evangelho, pois no Pentecostes, “todos foram cheios do Espírito
Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem” (At 2.4). A Palavra de Deus, atualmente, encontra-se em
quase todas as línguas. O que parecia maldição fez-se bênção para todos os
povos.
PARA REFLETIR
A respeito do livro
de Gênesis:
O que levou os
descendentes de Noé a construírem a torre de Babel?
Eles queriam fama e desejavam segurança.
Foram movidos pelo orgulho.
Como eles construíram
a torre?
Eles prepararam o material: tijolos bem
queimados e betume.
O que teria
acontecido se eles tivessem alcançado o seu intento?
O homem não teria cumprido o mandato
cultural que Deus havia lhe dado.
O que, hoje, separa
os seres humanos?
A diversidade linguística, cultural e
geográfica.
Que episódio bíblico
é considerado o contraponto da torre de Babel?
A proclamação do Evangelho, pois no
Pentecostes, “todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em
outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
A origem da diversidade cultural da
humanidade
O capítulo 11 de Gênesis expõe a
história de Babel, concluindo todos os relatos pré-abraâmicos. Além de encerrar
a série de narrativas das origens, a história de Babel leva o leitor
diretamente para a narrativa de Abraão e a conseqüente à formação do povo de
Deus. A história de Babel tem como um de seus intuitos apresentar o ambiente
pagão e politeísta do nosso pai na fé, Abraão.
Gênesis 11 mostra que a confusão do
idioma, quando Deus decidiu confundir as línguas da humanidade, ocorreu na
quarta geração pós-diluviana. O propósito por trás do relato da Torre de Babel
está paralelamente ligado ao mesmo propósito da narrativa de Adão e Eva em
Gênesis 3: mostrar a busca pela própria autonomia e usurpar a glória de Deus. O
povo de Babel tinha o propósito de transcender às limitações humanas. Queria
mostrar que não dependia do auxílio de Deus, pois buscava a glória humana, e
não a divina. Isso fica claro quando fazemos uma comparação da Torre de Babel
com o Dia de Pentecoste (At 2):
A Torre de Babel representa a eterna
tentativa do ser humano em ser autônomo, ser independente e dono do seu próprio
destino. Mas o texto deixa claro que quando o ser humano porfia por esse
caminho, ele entra pelo caminho da morte, da rebelião contra a vontade de Deus.
De outro modo, o Dia de Pentecoste representa o ideal de Deus, por intermédio
da Igreja, o Corpo de Cristo, em viver uma comunhão verdadeira e uma vida que
faça sentido para o ser humano. A Torre de Babel é a tentativa da emancipação
do homem por si mesmo; o Dia de Pentecoste é Deus, por intermédio do Espírito
Santo, emancipando o ser humano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário