TEXTO DO DIA
“Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que
estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo
seja condenável diante de Deus” (Rm 3.20).
SÍNTESE
Todo ser humano estava condenado pela
Lei, que aponta o pecado humano. Somente Deus poderia apresentar um meio
alternativo para a necessidade universal de salvação.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA — Rm 3.9
Judeus e gentios estão na mesma condição diante Deus
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TERÇA — Rm 3.10
Sem a graça de Deus, não há nenhum justo
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QUARTA — Rm 3.11-17
O pecador que não ouve o Espírito Santo
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QUINTA — Rm 3.19
A Lei não justifica
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SEXTA — Rm 3.24-25
A lei serve apenas para apontar a solução
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SÁBADO — Rm 3.20
O ser humano não tem como se justificar por meio de suas obras
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OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar
apto a:
· MOSTRAR que
os judeus e gentios necessitam de um meio eficaz para salvação;
· RECONHECER que
a humanidade necessita encontrar o caminho da paz;
· EXPLICAR que
a humanidade necessita da solução para o pecado.
INTERAÇÃO
Caro(a) professor(a), precisamos
caminhar lentamente junto com o apóstolo Paulo. Perceba a paciência e o cuidado
de um bom mestre nas lições que estudamos até aqui, o que continuará também nas
lições posteriores. O apóstolo começa com a saudação, apresentando suas
credenciais, elogiando o que os membros da igreja de Roma tinham de positivo,
incentivando-os a continuarem no Caminho. Ele demonstra seu carinho e a vontade
de estar com eles. Testemunha o poder do Evangelho em sua vida e a importância
de perseverar nele, de fé em fé. Em seguida, ele começa apresentar a condição
de indesculpabilidade dos gentios e judeus até chegar ao momento desta lição
atual. Neste estágio do comentário do apóstolo, por meio de forte argumentação,
ele demonstra que todos nós, independente de raça, cor, gênero, classe social,
entre outros, estamos na mesma situação (mesmo barco) e necessitamos de uma
mesma solução para a justificação diante de Deus.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para exemplificar a situação de
igualdade entre judeus e gentios e da humanidade, sugerimos que utilize a
figura de uma canoa com algumas pessoas dentro. As pessoas devem estar em lados
opostos. Diga que as pessoas do lado oposto da canoa simbolizam os judeus. Os
gentios estão em lados diferentes, mas ambos na mesma canoa. Diga que a canoa
apresenta um furo em um dos lados e se a situação atual continuar é inevitável
o naufrágio. No entanto, os personagens que estão do lado que não apresenta o furo
se sentem protegidos, não correndo o risco de morrerem afogados. Estes são como
cegos, por não querer ver que estão na mesma canoa, sujeitos a mesma sentença:
morrerem afogados. Esta era a atitude dos judeus que se julgavam protegidos
pela Lei e a circuncisão, mas que Paulo demonstra estarem na mesma condição dos
gentios, injustificados e condenados à ira de Deus. Judeus e gentios no mesmo
barco e em situação de risco fatal, pois o barco está furado.
TEXTO BÍBLICO
Romanos 3.9-20.
9 — Pois quê? Somos nós mais excelentes? De
maneira nenhuma! Pois já dantes demonstramos que, tanto judeus como gregos,
todos estão debaixo do pecado,
10 — como está escrito: Não há um
justo, nem um sequer.
11 — Não há ninguém que entenda;
não há ninguém que busque a Deus.
12 — Todos se extraviaram e
juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só.
13 — A sua garganta é um sepulcro
aberto; com a língua tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo de
seus lábios;
14 — cuja boca está cheia de
maldição e amargura.
15 — Os seus pés são ligeiros
para derramar sangue.
16 — Em seus caminhos há
destruição e miséria;
17 — e não conheceram o caminho
da paz.
18 — Não há temor de Deus diante
de seus olhos.
19 — Ora, nós sabemos que tudo o
que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja
fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus.
20 — Por isso, nenhuma carne será
justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento
do pecado.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Nas
lições anteriores vimos que nem os gentios com seu conhecimento natural e
racional, nem os judeus com a Lei e a circuncisão, foram justificados diante de
Deus. Como o conceito de mundo judaico se divide entre judeus e gentios, o
apóstolo apresenta a realidade de que todos são indesculpáveis e precisam de um
meio eficaz de salvação. Para isso, ele primeiro reforçará o conceito de que
tanto judeus como gentios eram indesculpáveis, em seguida demonstrará o estado
pecaminoso do ser humano no sentido universal e esclarecerá que a Lei era
insuficiente para justificação e salvação de qualquer ser humano, apontando
para Cristo como a saída.
I. OS JUDEUS E GENTIOS NECESSITAVAM DE
UM MEIO EFICAZ PARA SALVAÇÃO (Rm 3.9)
1. A filosofia humana não apresentou
o caminho da salvação. “Pois que?”, o início do versículo demonstra que o
apóstolo está dando continuidade a um assunto anterior, a indesculpabilidade
dos gentios e judeus. Os gentios, influenciados pela filosofia grega, buscaram
chegar ao conhecimento de Deus e da salvação por meio do raciocínio humano. Os
filósofos trouxeram grandes contribuições tanto para a ciência como para a
teologia, basta ver a influência destes nos Pais da Igreja. Entretanto, a
revelação divina está acima do raciocínio humano, que apenas consegue obter
“lampejos” da revelação maior, que somente é possível por meio do Espírito
Santo. A filosofia levou muitas pessoas a acharem que o ser humano pudesse, por
meio de sua competência intelectual, entender Deus e sua obra. Por exemplo, no
século passado um movimento que sobressaiu foi o cientificismo que,
influenciado pelo avanço da tecnologia, entendia que poderia resolver o
problema da humanidade. Infelizmente, a resposta foi as duas guerras mundiais.
2. A lei e a circuncisão não
libertaram o judeu. Conforme visto na lição anterior, os judeus se
achavam superiores aos gentios por serem os receptores da Lei e que mantinham
sua identidade e exclusivismo por meio da circuncisão, um ritual obrigatório e
que apenas aumentava mais a arrogância e a hipocrisia dos judeus. Eles também
não obtiveram êxito na justificação diante de Deus. A religiosidade não salva.
Algumas pessoas buscam a religiosidade, a manutenção de uma aparência de
pureza, espiritualidade e santidade, ou seja, uma vida hipócrita que não
liberta ninguém. A Bíblia recomenda que congreguemos e que vivamos uma vida de
amor, com objetivos comuns, a não termos uma vida de religiosidade baseada no
legalismo. Jovem, você é um religioso ou um verdadeiro discípulo de Cristo?
3. Sentença igual para todas as
pessoas. O apóstolo continua o versículo com uma pergunta
interessante: “Somos nós mais excelentes?”. Ele agora se dirige a Igreja de
Cristo, formada por um único corpo e vários membros, coloca todas as pessoas
“no mesmo barco”, debaixo da mesma sentença (Rm 2.1). A pergunta chama todas as
pessoas que se dizem discípulas de Cristo a refletir. Ele mesmo responde: “De
maneira nenhuma!”. Nós, como membros da igreja, não somos melhores ou piores do
que os gentios e judeus da época de Paulo, mas estamos na mesma condição,
humanamente falando, indesculpáveis diante de Deus. O apóstolo vai
desenvolvendo, cuidadosamente, uma abordagem para que os membros da igreja
reconheçam sua condição de pecadores e dependentes da graça de Deus, por meio
de Jesus. Eles precisam aprender que, mesmo salvos, precisam manter o “velho
homem” sob controle.
Pense!
Não adianta recorrer às filosofias
humanas nem à religiosidade ou ao legalismo para alcançar a paz.
Ponto Importante
Não adianta ter pressa para apresentar
a solução sem antes analisar o problema.
II. A HUMANIDADE NECESSITA ENCONTRAR O
CAMINHO DA PAZ (Rm 3.10-18)
1. Não há nenhum justo sequer
(vv.10-12). A partir deste versículo o autor faz vários
recortes do Antigo Testamento, chamando assim, a escritura judaica para
testemunhar a culpa universal, tanto de judeus como dos gentios. Inicia citando
Salmo 14 para demonstrar que toda humanidade estava corrompida pelo pecado.
Conforme já vimos, ninguém consegue ser justo por si mesmo, pois nossa natureza
é má. Por isso, devemos entender que ninguém é melhor do que o outro e
adotarmos uma posição de humildade e misericórdia. O único justo por mérito
próprio foi Jesus. Postura de superioridade por se considerar espiritualmente
menos falível, como os judeus, conduz à ruína. Jesus, em diversas ocasiões,
criticou a hipocrisia dos mestres da lei e fariseus, e se colocou ao lado dos
excluídos da sociedade. Como discípulos de Jesus, devemos compreender que o
evangelho é boa nova de salvação e não de hipocrisia e superioridade. Jovem,
você tem se considerado superior ao seu próximo?
2. O ser humano, sem Deus, não
consegue vencer o poder da carne (vv.13-16). O
autor prossegue citando os Salmos 5.10 e 140.4 para falar sobre o perigo da
língua e das trapaças. Para discorrer sobre este assunto, Tiago 3.1-12 é
leitura obrigatória. Tiago destaca como um membro tão pequeno pode causar
tantos males. O ser humano que consegue domar tantos animais, tecnologias,
entre outras coisas não consegue domar sua língua, pois o autor diz que quem
consegue é perfeito. O apóstolo continua citando o Salmo 10.7 e Isaías 59.7
para falar sobre a boca cheia de maldições e de amargor e os pés velozes para
derramar sangue e causar ruína e desgraça. Por isso, o cuidado que temos que
ter com o que dizemos, em vez de amaldiçoar que sejamos fonte de bênçãos para
as demais pessoas. Assim, como também com as atitudes de impiedade e injustiça,
denúncia que o autor cita aqui e que perpassa toda a epístola. Com essa
exortação fica claro que todos necessitamos constantemente nos submeter ao
Espírito Santo para vencermos o poder da carne.
3. A humanidade não alcança a paz a
não ser em Cristo (vv.17,18). Paulo
fazendo referências ao Antigo Testamento (Is 59.8; Sl 36.2), destaca a busca
sem sucesso da humanidade pela paz por não terem aprendido a temer a Deus. O
livro de Provérbios tem como um dos temas centrais o temor do Senhor como o
princípio de toda a sabedoria. Esta vida de sabedoria é possível somente com a
fé de Cristo, aprendendo com o exemplo que Ele deixou. Não é servir a Deus por
ter medo de ir para o inferno, mas sim ter um conhecimento experiencial tão
profundo com Ele, que o ser humano não se vê vivendo de outra forma, a não ser
servindo a Ele. Este é o caminho da paz, que não significa uma vida sem
conflitos, mas a paz apesar dos conflitos e aflições (Jo 16.33). Quando sou
questionado: “tudo tranquilo?”, eu costumo dizer: “tranquilo não, mas em paz. A
tranquilidade não depende de mim, mas a paz sim”.
Pense!
Você tem vivido em paz? A paz que
excede todo entendimento, que prevalece mesmo nas tempestades?
Ponto Importante
Os judeus davam muito valor aos
escritos do Antigo Testamento, onde se apegavam para justificar suas crenças e
atitudes.
III. A HUMANIDADE NECESSITA DA SOLUÇÃO
PARA O PECADO (Rm 3.19,20)
1. A lei tem a função de mostrar ao
ser humano sua condição de pecador (v.19). No
versículo 19, o autor justifica o porquê da utilização dos textos do AT: “Ora,
nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para
que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus”
(v.19). Fica evidenciado qual o propósito da epístola até este momento, ou
seja, demonstrar que toda a humanidade, judeu ou gentia, tem uma dívida pelo
pecado que é impagável. Dessa forma, abre-se o caminho para apresentar a grande
revelação de Deus para a humanidade que é apresentada na epístola, as boas
novas da salvação para uma humanidade em pecado e que não têm como pagar sua
dívida. Aqui é apresentada a função específica da Lei que é conscientizar todo
ser humano de que ele é um pecador e carece da graça e misericórdia de Deus.
2. O ser humano não pode se
justificar pelas suas próprias obras (v.20a). O
apóstolo, então apresenta o motivo da culpabilidade da humanidade citada
anteriormente: “Por isso, nenhuma carne será justificada diante dele pelas
obras da lei”. O ser humano pode se gloriar de suas obras perante as demais
pessoas, mas perante Deus não encontrará justificativa, pois nem mesmo Abraão
alcançou por méritos (Rm 4.1-3). Se houvesse um só ponto ou característica do
ser humano que o pudesse justificar, existiriam outros caminhos para se
alcançar a justificação além do caminho da morte e cruz apresentado por Jesus,
e certamente os homens escolheriam o caminho mais simples. Paulo descarta
qualquer possibilidade de o ser humano se gloriar diante de Deus e, semelhante
à prática usual de Jesus, usou da autoridade da Escritura para esta afirmação.
Mas, como se dá a justificação será assunto da próxima lição.
Pense!
Jovem, se todas as pessoas são iguais
perante Deus, com tendências a pecar e não tendo como se justificar pelas suas
obras, porque existem tantas pessoas nas igrejas, dizendo-se discípulas de
Cristo, que se vangloriam e agem como se fossem melhores e mais santas do que
as outras?
Ponto Importante
O fato de a Lei não ser suficiente para
justificar o ser humano, não quer dizer que ela não teve uma função específica.
Segundo Paulo, ela serviu como “aio” para conduzir o pecador até Cristo.
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que toda
humanidade esta na mesma situação de culpabilidade diante de Deus, pois nem a
Lei, circuncisão nem a filosofia puderam justificar o ser humano.
ESTANTE DO PROFESSOR
GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do Crente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004.
HORA DA REVISÃO
1. Conforme
a lição, somos melhores ou piores do que os judeus e os gentios da época do
apóstolo Paulo?
Estamos na mesma condição. Nós, como membros da igreja não somos
melhores ou piores do que os gentios e judeus da época de Paulo, mas estamos na
mesma condição, humanamente falando, indesculpáveis diante de Deus e
dependentes da graça de Deus, por meio de Cristo Jesus.
2. Quem
foi alvo de crítica de Jesus por hipocrisia religiosa?
Jesus, em diversas ocasiões, criticou a hipocrisia dos mestres da lei e
fariseus.
3. Quais
os textos do Antigo Testamento utilizados pelo autor para falar sobre o perigo
da língua e trapaças e qual leitura do Novo Testamento, segundo o comentarista
da lição é obrigatória?
O autor cita os Salmos 5.10 e 140.4 para falar sobre o perigo da língua
e das trapaças. Para discorrer sobre língua, Tiago 3.1-12 é uma leitura
obrigatória.
4. Qual
o versículo que o autor da Epístola aos Romanos utiliza para justificar a
utilização de textos do Antigo Testamento?
O versículo 19: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei diz aos que estão
debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja
condenável diante de Deus” (Rm 3.19).
5. Qual
era a função da Lei?
A função da Lei era dar consciência tanto a judeus como gentios de sua
culpabilidade e conduzi-los à Cristo, a solução para o pecado da humanidade.
SUBSÍDIO
“[...] Falsos mestres dizendo-se
cristãos ensinavam que depois do recebimento da salvação, o cristão tinha de
obedecer a todas as normas e regulamentos da lei do Antigo Testamento. Paulo
entrou em ação para corrigir este falso ensino. Ele mostrou que a salvação é um
dom gratuito de Deus, recebido mediante a fé na obra expiatória de Jesus
Cristo, dom esse gratuito, proveniente da graça de Deus. Para serem salvos os
gálatas não dependiam das obras, e também não dependiam disso para continuarem
salvos. A lei do Antigo Testamento não podia evitar que o ser humano, não
importando quão bom fosse, praticasse o mal; entretanto, esta mesma lei o
declarava culpado. A decisão para obedecer ou desobedecer à Lei era
responsabilidade de cada pessoa que a recebia. Se alguém escolhesse desobedecer
à Lei teria de arcar as inevitáveis consequências. Lendo a história da nação de
Israel no Antigo Testamento, vemos que o povo escolhido de Deus desobedeceu à
Lei muitas vezes e sofreu por causa da desobediência. Deus sabia que o homem
por seu próprio esforço não podia cumprir a Lei. Eis por que Ele concedeu-lhe
que oferecesse sacrifícios substitutos como expiação pelo pecado. Tais
sacrifícios eram repetidos continuamente, por serem imperfeitos, mas quando
veio o Senhor Jesus Cristo, o sacrifício perfeito, Ele ofereceu-se uma vez para
sempre como nossa expiação e cumpriu todas as exigências da justa lei divina”
(GILBERTO, Antônio. O Fruto do Espírito: A plenitude de Cristo na vida do Crente. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2004, pp.147-148).
Por
Dc. Geazi Santos
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