terça-feira, 17 de janeiro de 2017

A Bíblia também ensina a rejeitar ofertas

Nem tudo que nos é oferecido é bom

Porque destacamos as muitas vezes em que as Escrituras falam nas bênçãos de ofertar, na obrigação de contribuir, na alegria da dádiva, esquecemos que pelo exemplo elas também ensinam a rejeitar ofertas. Nem toda oferta é bem-vinda.
Corremos o risco de nos tornarmos tão ávidos por donativos que topamos tudo por dinheiro. Passamos a aceitar tudo sem princípios, como se qualquer relação doador-receptor fosse imediatamente aprovado por Deus.
Na Bíblia, porém, houve vezes nas quais a rejeição do que foi oferecido e não sua aceitação estava marcado pela bênção do Senhor. Estes homens que recusaram o que lhes foi oferecido estavam verdadeiramente honrando a Deus.


Abraão
E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as almas e a fazenda toma para ti. Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao SENHOR, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, e juro que, desde um fio até à correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão; (Gênesis 14.21-24)

Abrão esperava na promessa de Deus (Gn 12.2) e não na ação humana para prosperar. Seria muito fácil trazer para sua vida objetos cuja origem era duvidosa, tanto no sentido de ser fruto de roubo quanto de ser consagrado a deuses estranhos. Ele sabia esperar em Deus e não se decepcionou.


Balaão
Então, Balaão respondeu e disse aos servos de Balaque: Ainda que Balaque me desse a sua casa cheia de prata e de ouro, eu não poderia traspassar o mandado do SENHOR, meu Deus, para fazer coisa pequena ou grande; (Números 22.18)
Infelizmente Balaão não perseverou em sua recusa. Foi cedendo aos poucos até que ajudou Balaque em seus propósitos. O Novo Testamento destacaria o triste caminho de Balaão (2 Pedro 2.15; Judas 11; Apocalipse 2.14).


Davi
Tudo isso deu Araúna ao rei; disse mais Araúna ao rei: O SENHOR, teu Deus, tome prazer em ti. Porém o rei disse a Araúna: Não, porém por certo preço to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR, meu Deus, holocaustos que me não custem nada (2 Samuel 24.23, 24)
Nem toda facilidade vem de Deus. Chegamos aonde chegamos pagando muitas vezes um grande preço. A prosperidade pode nos tornar negligentes em avaliar o que Deus quer de nós e fazer com que recebamos sem critério o que deveria ser recusado com firmeza.


Eliseu
Então, voltou ao homem de Deus, ele e toda a sua comitiva, e veio, e pôs-se diante dele, e disse: Eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus, senão em Israel; agora, pois, te peço que tomes uma bênção do teu servo.  Porém ele disse: Vive o SENHOR, em cuja presença estou, que a não tomarei. E instou com ele para que a tomasse, mas ele recusou. (2 Reis 5.15, 16)
Há uma grande tentação no sentido de achar que as vitórias de nosso ministério devem ser sempre recompensadas financeiramente. Deus nos guarde do dinheiro se tornar a razão de ser do nosso trabalho. Geazi, servo de Eliseu, mentiu para receber aquela oferta e pagou um preço muito caro por isso.


Daniel
Eu, porém, tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretações e solver dúvidas; agora, se puderes ler esta escritura e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço, e no reino serás o terceiro dominador. Então, respondeu Daniel e disse na presença do rei: As tuas dádivas fiquem contigo, e dá os teus presentes a outro; todavia, lerei ao rei a escritura e lhe farei saber a interpretação. (Daniel 5.16, 17)
Altas posições podem ser oferecidas, mas nem sempre precisamos aceitá-las. Envolver-se em alianças que nos conduzirão a uma situação de corrupção e rebeldia não é uma forma de honrar a Deus. Ele pode usar nossa vida como bem entender sem que por isso haja obrigação de sermos recompensados pelos propósitos humanos.


Simão
E Simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espírito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. (Atos 8.18,19)
Mais tarde essa prática deu origem ao que na história da Igreja ficou conhecida como “simonia”, a venda de posições eclesiástica. Nem sempre isso é feito abertamente. A intenção do ofertante importa para Deus. Então tem que importar para nós.
Assim como Deus não recebe qualquer oferta, também não deveríamos receber. Aceitar o que Deus aceita e rejeitar o que Ele rejeita faz parte de nosso discipulado, do nosso andar com o Senhor. Se Ele não quer, também não quero, por melhor e mais valiosa que seja a oferta.
O evangelista Heinhard Bonnke conta em seu livro Evangelismo por fogo que uma senhora, dona de minas de diamantes se ofereceu para sustentar seu ministério. Ele respondeu que oraria para pedir permissão de Deus. Foi advertido em sonhos que não o fizesse e mais tarde pode ver o livramento concedido pelo Senhor.
Sim, é um erro recusar o que Deus nos oferece através de alguém. E é igualmente um erro aceitar o que Deus recusa. Precisamos temer e andar com Ele.




Por
Dc. Geazi Santos

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