TEXTO DO DIA
“[...]
Dai, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de
Deus” (Mt
22.21).
SÍNTESE
A
fé cristã tem por princípio o respeito às autoridades
constituídas, mas entende que obedecer a Deus é muito mais
importante.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA
— Ef 6.12
O
combate da igreja é espiritual
|
QUARTA
— 1Tm 2.1,2
A
igreja e a oração pelos governantes
|
SEXTA
— At 5.29
Importa
obedecer a Deus
|
TERÇA
— Lc 7.8
Homens
sujeitos às autoridades
|
QUINTA
— Jo 19.11
Todo
poder humano é dado por Deus
|
SÁBADO
— 1Pe 2.17
Honrai
o rei
|
OBJETIVOS
Após
esta aula, o aluno deverá estar apto a:
-
MOSTRAR que as autoridades são constituídas por Deus, por isso devemos nos submeter a elas;
-
APONTAR Daniel como um exemplo de servo no exílio;
-
COMPREENDER como se deu a administração de José no Egito.
INTERAÇÃO
Diante
da crise política e ética que o país vem enfrentando, muitos não
querem nem ouvir falar desse tema. Todavia, o que temos visto
atualmente não é política, mas na verdade é politicagem. Homens
que legislam em causa própria e não em favor do bem comum. Porém,
como crentes, temos que orar pelas autoridades e respeitá-las. Mas,
antes de obedecer aos homens, temos que obedecer a Deus. Não é
porque o Senado aprova uma lei que ela passa a ser correta perante o
Senhor. Vários partidos e grupos da sociedade civil estão lutando
para legalizar o aborto e o uso de drogas. Ainda que estes grupos
consigam que a lei do aborto seja aprovada, como crentes, vamos
continuar afirmando que matar um inocente é um crime e que fere os
princípios divinos. Como crentes precisamos obedecer às leis,
apesar disso, temos o dever de rejeitará as que contrariam a Palavra
de Deus.
Mostre
aos alunos que a política é necessária e não podemos viver sem
ela, todavia precisamos conhecer bem o plano de governo daqueles que
se candidatam a um cargo político antes de escolher um candidato.
Precisamos nos informar e também orar.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Para
a aula de hoje sugerimos que você promova um debate. Divida a turma
em dois grupos. Escreva no quadro as questões que serão debatidas.
Cada grupo ficará com uma questão. Dê um tempo para que o grupo
discuta a questão. Depois peça que em círculo os alunos formem um
só grupo e que a conclusão a que chegaram seja exposta para todos.
Ouça os alunos com atenção e faça as considerações que achar
necessárias, porém permita que eles fiquem à vontade para exporem
suas ideias sem constrangimento algum. Precisamos ouvir e saber o que
nossos alunos pensam para que possamos atendê-los e ajudá-los em
suas dúvidas.
Sugestões
de questões para serem debatidas:
• “Até
que ponto os crentes devem se sujeitar às autoridades? Quais são as
obrigações delas diante de Deus?”
• “Igreja
e Estado podem caminhar juntos? Qual deve ser o papel da Igreja na
política?”.
TEXTO BÍBLICO
Romanos
13.1-7.
1
—Toda
alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há
autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram
ordenadas por Deus.
2
— Por
isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os
que resistem trarão sobre si mesmos a condenação.
3
— Porque
os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más.
Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor
dela.
4
— Porque
ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme,
pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e
vingador para castigar o que faz o mal.
5
— Portanto,
é necessário que lhe estejais sujeitos, não somente pelo castigo,
mas também pela consciência.
6
— Por
esta razão também pagais tributos, porque são ministros de Deus,
atendendo sempre a isto mesmo.
7
— Portanto,
dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto,
imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O
homem é um ser político, e, como tal, tem necessidade de se
relacionar com outros de sua espécie. Deus estabelece autoridades
para que governem e façam justiça no mundo, a fim de que haja ordem
e boa convivência entre os homens. Mas até que ponto os cristãos
devem se sujeitar às autoridades? Quais são as obrigações delas
diante de Deus? É possível um cristão ser do meio governamental e
manter sua integridade? E os deveres dos cristãos para com os
governos? Sobre esses assuntos trataremos nesta lição.
I.
AS AUTORIDADES CONSTITUÍDAS E A SUBMISSÃO A ELAS
1.
Os deveres das autoridades. Autoridades existem para
trazer ordem para a sociedade. Sem organização, leis e instituições
que as façam ser cumpridas, a vida em sociedade se torna inviável.
As autoridades precisam também zelar pelo bem-estar de todos.
Em
nosso sistema político, no qual o Estado é dirigido por governantes
e legisladores eleitos pelo povo, os que ocupam cargos púbicos devem
exercer seus mandatos em prol do bem comum, agindo com transparência
e honestidade em suas atribuições. Bons governantes são queridos
pelo povo, mas os maus são uma vergonha para qualquer nação.
2.
Orando pelas autoridades. Autoridades e pessoas que
estão em posição de evidência necessitam de nossas orações.
Paulo recomendou a Timóteo que “antes de tudo, que se façam
deprecações, orações, intercessões e ações de graças por
todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência,
para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e
honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso
Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao
conhecimento da verdade” (1Tm 2.1-4).
Estar
em posição de poder expõe-nos a diversas situações que, de outra
forma, provavelmente não seríamos tentados pela corrupção, pelo
dinheiro, pela manipulação do poder com finalidades diversas
daquelas para as quais somos chamados. As autoridades precisam ser
alvo da oração dos santos, não apenas para que ajam de forma
correta, mas para que pensem e governem para os que, nelas,
depositaram toda a confiança.
3.
A sujeição às autoridades. A sujeição às
autoridades é um mandamento bíblico (Rm 13.1). Deus nos ordena que
respeitemos as autoridades constituídas. Se desejamos ter um viver
quieto, devemos cumprir as nossas obrigações em todos os aspectos,
para não darmos mau testemunho. Uma de nossas obrigações, como
cidadãos, é escolher aqueles que nos governarão. Essa escolha não
deve ser leviana, pois colocando no poder pessoas sem integridade e
sem temor de Deus, nós mesmos seremos atingidos: “Quando os justos
se engrandecem, o povo se alegra, mas, quando o ímpio domina, o povo
suspira” (Pv 29.2).
Não
podemos esquecer também de que devemos maior submissão a Deus.
Somos cidadãos dos céus, e se tivermos de escolher entre
submeter-nos a leis injustas e obedecer a Deus, vale o que disse o
apóstolo Pedro, quando instado a não mais falar de Jesus: “Mais
importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).
Pense!
A
história da Bíblia nos mostra que uma pessoa sem o temor de Deus,
colocada em posição de poder, faz com que sua nação sofra.
Ponto
Importante
As
pessoas que ocupam cargos públicos devem saber que há um Deus nos
céus, que a tudo observa e recompensa, tanto em relação ao bem
quanto em relação ao mal.
II.
DANIEL, EXEMPLO DE SERVO NO EXÍLIO
1.
Daniel. Era um jovem hebreu levado à Babilônia
depois que Jerusalém foi sitiada por Nabucodonosor (Dn 1.1). Esse
jovem pertencia à linhagem nobre de Israel, e foi levado cativo à
Babilônia para ser treinado na língua e na cultura dos caldeus. Seu
traslado tinha como objetivo forçá-lo a portar-se como nobre de
outra cultura.
Conforme
Daniel 1.3,4, os moços a serem levados para a Babilônia deveriam
ser “dos filhos de Israel, e da linhagem real, e dos nobres, jovens
em quem não houvesse defeito algum, formosos de aparência, e
instruídos em toda a sabedoria, e sábios em ciência, e entendidos
no conhecimento, e que tivessem habilidade para viver no palácio do
rei, a fim de que fossem ensinados nas letras e na língua dos
caldeus”. As características eram bem específicas e inerentes à
vida política: Saber viver no palácio com inteligência e
sabedoria.
2.
Daniel, o profeta. Ele se destaca nas Sagradas
Escrituras por, entre outras coisas, sua atividade profética. Esse
servo de Deus passou por três imperadores, e se manteve íntegro em
seu trabalho político. Sua vida de graça e seu exemplo nos mostra
que é possível ser um homem, ou mulher de Deus, no mundo político.
Como homem de Deus, advertiu a Nabucodonosor a que agisse de forma
correta em seu reino antes de o monarca pagar um alto preço por sua
arrogância: “Portanto, ó rei, aceita o meu conselho e desfaze os
teus pecados pela justiça e as tuas iniquidades, usando de
misericórdia para com os pobres, e talvez se prolongue a tua
tranquilidade” (Dn 4.27).
3.
Daniel, o homem público. Daniel não foi somente um
profeta, e esse é o segundo motivo que o destaca nas Escrituras. Ele
foi um homem público conhecido por sua integridade. Pela sua
formação, estava apto a atuar na esfera governamental, e, pelo
caráter como homem de Deus, foi um exemplo de gestor e conselheiro;
não se furtou a ser usado por Deus para repreender e advertir
governantes ímpios.
A
Bíblia diz que o rei Dario tinha a intenção de torná-lo um
funcionário público de maior destaque ainda (Dn 6.1-3). Mas os seus
opositores buscaram algo que desabonasse sua conduta: “Então, os
príncipes e os presidentes procuravam achar ocasião contra Daniel a
respeito do reino; mas não podiam achar ocasião ou culpa alguma;
porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa.
Então, estes homens disseram: Nunca acharemos ocasião alguma contra
este Daniel, se não a procurarmos contra ele na lei do seu Deus”
(Dn 6.4,5). De fato, Daniel era um homem de comprovada integridade
moral e espiritual. Deus, nessa ocasião, livra Daniel na cova dos
leões, pune seus adversários e concede ao seu servo mais tempo para
dar testemunho do Deus de Israel em terra estrangeira, além de
revelar ao profeta muitas coisas que haveriam de ocorrer no fim dos
tempos.
Pense!
Tanto
quanto profeta, Daniel foi um exemplo de administrador público em
toda a sua vida.
Ponto
Importante
É
possível ser um homem ou mulher que tome decisões que agradem a
Deus em qualquer lugar, inclusive nos meios políticos e
governamentais.
III.
JOSÉ, ADMINISTRADOR NO EGITO
1.
José. Ele era filho de Jacó e bisneto de Abraão.
Criado em uma família com vários filhos de várias mulheres, José
foi educado como o preferido de seu pai (Gn 37.3). Após ter sonhado
duas vezes que, um dia, estaria em posição de autoridade, seus
irmãos o venderam como escravo e fizeram de sua vida uma sucessão
de tormentos (Gn 37.1-36). Ele foi escravo e presidiário no Egito,
mas nessas duas situações, vemos que Deus era com José, tanto na
casa de Potifar, como escravo, quanto na prisão (Gn 39.2,21). Do
cárcere, Deus o exaltou, levando-o à presença de Faraó, onde foi
colocado como o segundo homem no comando do Egito.
2.
José, líder no Egito. Após chegar a uma posição
de destaque, José teve de lidar com a política egípcia para
colocar seus projetos em voga, conseguindo estocar alimentos para os
períodos de fome na terra (Gn 41.48,49). Além disso, comprou terras
para Faraó, e orientou a divisão de víveres para os habitantes do
Egito e àqueles que, para lá, iam para comprar alimentos.
3.
José, o governador. Como a fome naqueles dias se
tornou impiedosa, os irmãos de José foram ao Egito adquirir
alimentos, e se depararam com José, sem o saber. Como governador do
Egito, José poderia usar de suas prerrogativas políticas para
castigar seus irmãos pelo mal que lhe fizeram. Eles chegaram a
dizer, em outras palavras, que José estava morto: “[...] Nós,
teus servos, somos doze irmãos, filhos de um varão da terra de
Canaã; e eis que o mais novo está com nosso pai, hoje; mas um já
não existe” (Gn 42.13). Depois José se deu a conhecer a eles,
trouxe-os para serem preservados no Egito e reencontrou seu pai,
Jacó, em um dos encontros mais marcantes das Sagradas Escrituras:
“Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel,
seu pai, a Gósen. E, mostrando-se-lhe, lançou-se ao seu pescoço e
chorou sobre o seu pescoço, longo tempo. E Israel disse a José:
Morra eu agora, pois já tenho visto o teu rosto, que ainda vives”
(Gn 46.29,30). Apesar de tudo, José perdoou seus irmãos, se fez
conhecer, reencontrou seu pai e fez com que sua família fosse
preservada no Egito. E como homem de Deus, profetizou: “Certamente,
vos visitará Deus, e fareis transportar os meus ossos daqui” (Gn
50.25). Mesmo podendo se utilizar do poder que tinha nas mãos,
punindo seus próprios irmãos por tudo o que fizeram, José preferiu
lembrar das promessas feitas a Abraão, e rogou pelos filhos de
Israel sobre a terra que Deus lhes daria.
Pense!
Deus
fez José prosperar em lugares pouco prováveis, e recompensou sua
integridade guardando-o da morte e tornando-o uma pessoa importante
em terra estranha.
Ponto
Importante
José,
em seus últimos dias, falou da fidelidade de Deus em relação a
retirar o povo de Israel do Egito e leva-lo à Terra Prometida.
CONCLUSÃO
É
possível a uma pessoa, em posição de autoridade no mundo político,
ser íntegra e trabalhar pelo bem do povo. E, como cristãos, devemos
orar por tais pessoas, para que exerçam com sabedoria a vocação
para a qual foram chamadas.
ESTANTE DO PROFESSOR
ANDRADE,
Claudionor. As
Novas Fronteiras da Ética Cristã. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2015.
HORA DA REVISÃO
1. Quais
são os deveres das autoridades?
Autoridades
existem para trazer ordem para a sociedade. As autoridades precisam
também zelar pelo bem-estar de todos.
2. Faça
um resumo do nosso sistema político.
Em
nosso sistema político o Estado é dirigido por governantes e
legisladores eleitos pelo povo.
3. É
nosso dever orar pelas autoridades? Justifique a resposta com um
texto bíblico.
Sim.
A Palavra de Deus recomenda que “antes de tudo, que se façam
deprecações, orações, intercessões e ações de graças por
todos os homens, pelos reis e por todos os que estão em eminência,
para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em toda a piedade e
honestidade. Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso
Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao
conhecimento da verdade” (1Tm 2.1-4).
4. A
sujeição as autoridades é um dever bíblico?
Sim.
A sujeição às autoridades é um mandamento bíblico (Rm 13.1).
Deus nos ordena que respeitemos as autoridades constituídas.
5. Cite
exemplos de servos que exerceram um papel político.
Moisés,
Daniel e José.
SUBSÍDIO
“O
Princípio da Obediência Civil
Como
discípulos de Cristo, obrigamo-nos a exercer plena e exemplarmente a
nossa cidadania terrena, pois somente assim viremos a glorificar o
Pai Celeste. Afinal, somos cidadãos dos santos e representantes do
Reino de Deus. Cabe-nos, por isso, observar rigorosamente o que nos
recomenda a Bíblia Sagrada.
1.
A doutrina da obediência civil. É o ensinamento
bíblico que aponta os deveres do cidadão às leis e deliberações
do governo secular. Esse princípio foi exposto de maneira bastante
clara pelo apóstolo Paulo (Rm 13.1-7).
2.
As obrigações sociais do cristão. Estas são as
principais obrigações do cristão numa sociedade politicamente
organizada: orar e promover a paz da cidade (Jr 29.7); honrar os
governantes e interceder por eles; submeter-se às autoridades (Rm
13.1) e pagar impostos (Rm 13.7).
Quer
na vida particular, quer na pública, deve o cristão ser um exemplo
de lisura e incorruptibilidade, principalmente se exercer algum cargo
eletivo. Todavia, jamais deve abrir mão de sua consciência cristã.
Ele obedecerá às leis, sim; contudo, rejeitará as que contrariarem
a Palavra de Deus” (ANDRADE, Claudionor. As
Novas Fronteiras da Ética Cristã. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2015, p.218).
Por
Dc. Geazi Inácio
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