Criança Evangélica Também é Criança!
O que estamos fazendo com nossas crianças nos dias atuais?
Onde se pretende chegar com o
errôneo entendimento desenvolvido em muitas igrejas podando as crianças do seu
maior direito: O Direito de Ser Criança.
A própria Bíblia nos orienta que a tempo para tudo
debaixo do céu: Tudo
tem o seu tempo determinado, e há tempo
para todo o propósito debaixo do céu. (Ec 3.1).
O pregado cita alguns pontos e faz uma lista, sempre
focando um tempo determinado para cada momento e se nós formos
prestar atenção ao texto logo no primeiro versículo podemos destacar facilmente:
“Tudo tem o seu tempo determinado”
(Ec 3.1ª).
Quando
se trata de um trabalho infantil, principalmente nas igrejas, os líderes dos
departamentos e ministérios infantis, tem uma preocupação que considero
muito importantíssima, preocupação esta que acredito ser por falta
de conhecimento, e de uma boa orientação; alguns exageros facilmente são identificados
nos dois extremos: No lúdico e no espiritual; a tendência de muitos destes
líderes, com medo de secularização das atividades infantis realizadas
nas igrejas, terminam por privar as crianças de ser criança, de
enxergar o mundo espiritual com os seus próprios olhos e o mais importante,
de forma sadia e sob a orientação de uma serva, ou de um servo de Deus, que
pode e deve direciona todas as atividades lúdicas a luz das
Sagradas Escrituras.
Já
cultuei ao meu Senhor Jesus Cristo em muitos Cultos de Departamento Infantil, e
em muitos deles presenciei a reverencia a Palavra de Deus, um
puro e verdadeiro louvor sendo oferecido pelas crianças; Contação
da História Bíblica e todo o culto obedecendo a faixa etária das
crianças de forma bem lúdica e o nosso Deus na ocasião Batizou 18 (dezoito)
crianças no Espírito Santo e o melhor de tudo isto é que as crianças
ficaram desejosos em participar de outros Cultos como o da ocasião e
serem Batizadas no Espirito Santo também.
O
culto ao Senhor precisa sempre ser com ordem e decência, mas não
podemos perder a alegria de estarmos na presença do nosso Deus,
claro que precisamos levar em consideração os bons usos e
costumes, porém sem perder a alegria de se estar na presença de nosso Senhor e
Eterno Deus assim como o Rei Davi: E sucedeu que, quando os que levavam a arca do Senhor tinham dado seis
passos, sacrificava bois e carneiros cevados. 14 E Davi
saltava com todas as suas forças diante do Senhor; e estava
Davi cingido de um éfode de linho. 15 Assim subindo, levavam Davi e todo
o Israel a arca do Senhor, com júbilo, e ao som das trombetas. (2 Sm 6. 13 –
15).
Não podemos
de maneira nenhuma perder o foco principal do Culto que é o louvor e adoração a
Deus, porém tudo com ordem e decência. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem. (1
Co. 14:40).
A
adultização das crianças na maioria das igrejas, chegam de forma sutis, começa
partir da escolha dos hinos que são escolhidos para os conjuntos
infantis, quando se tem um grande número de cantores e cantoras que
louvam com hinos apropriados para a faixa etária das crianças,
no entanto o que vemos e ouvimos muitas vezes, é crianças cantando hinos com
uma linguagem tão adulta que nem mesmo as regentes sabem o
significado, uma outra forma de adultização as crianças e querem
que crianças preguem, cantem e orem como pessoas adultas e a igreja
não só apoiam como incentivam e o fim desta história na maioria das vezes não é
nada confortante.
“Tudo o que será aprendido deve ser disposto segundo a idade,
para que nunca se ensine nada que não possa ser compreendido”. (Comenius –Didática
Magna, pag. 125).
Crianças que tem sua infância roubada para agradar adultos, quando elas crescerem se tornaram adolescentes, jovens, e adultos frustrados e a maioria delas infelizmente abandonam a fé, o que podemos constatar e muitas igrejas, onde crianças que eram verdadeiras bênçãos, quando cresceram abandonaram sua fé e hoje vivem no mundo desorientadas, porque foi posto em seus ombros um fardo, uma responsabilidade pesada demais para carregarem.
O Pastor e Pedagogo Marcos Tuler em seu artigo: “Os Perigos da Adultização Infantil”, nos chama
atenção para adultização precoce das crianças nas igrejas:
“Cantores,
pregadores e mestres mirins. Muitas crianças têm
perdido a infância por conta de certos “educadores” que no intuito de realizarem nelas o que gostariam para si mesmos,
podam-lhes a alegria, a imaginação, a inventividade e o divertimento. Às vezes, são pais que gostariam de ser
cantores, pregadores ou professores de escola dominical, mas que por falta de vocação natural, ou até mesmo
de uma chamada divina específica, projetam nos filhos, seus sonhos ou
objetivos não-realizados. Quem nunca viu um menino com menos de dez anos vestido de terno e gravata, cantando, pregando ou
dirigindo um culto. E na escola dominical, quantas meninas e meninos são colocados à frente de uma
turma, quando na realidade, deveriam estar aprendendo em uma classe de sua faixa-etária.”
Ele
ainda ressalta em seu artigo que o maior objetivo da adultização de nossas
crianças é puramente econômico, não podemos deixar que movimento de
adultização venha roubar de nossas crianças o direito de ser
criança. Precisamos tomar uma atitude e não deixar que interesse mercantilistas
literalmente roubando a inocência de nossas crianças, algo que se tornará muito
caro para a formação de nossos pequeninos.
Geazi Inácio
dos Santos;
Diácono da IEADERN, Graduado e Mestre em Teologia –
FASTEN,
Graduado Gestão Pública, Esp Gestão Pública - UERN;
Esp Gestão de Pessoas – FGV; Esp. Prog. Saúde na Escola
– UFRN;
Psicólogo Pastoral Cristã Eclesiástica – FASTEN;
Facilitador – Programa Ed de Resistencia às Drogas -
PROERD
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